Junho Laranja: FEBRASGO faz um alerta para os impactos da anemia não tratada para a saúde da mulher

Segunda, 03 Junho 2024 09:40

No mês de conscientização, saiba mais sobre a doença que prejudica o desempenho físico e intelectual do público feminino

Junho Laranja é o mês de conscientização sobre anemia e leucemia,  duas doenças  importantes do sangue - a primeira se trata da queda de glóbulos vermelhos e a segunda se refere a um câncer da célula de sangue. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 29% das mulheres em fase adulta têm anemia, que pode ser causada pela deficiência de ferro. Diante deste cenário, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre os impactos para a saúde da mulher de uma anemia não tratada.

A presidente da Comissão Tromboembolismo Venoso e Hemorragia na Mulher da  FEBRASGO, Dra. Venina Barros, explica que a anemia no caso das mulheres pode ocorrer por sangramentos uterinos anormais, especialmente durante o período menstrual. “É crucial que diante de qualquer sangramento uterino fora do padrão, a consulta com um ginecologista seja prioritária para investigar a causa”, reforça.

Entre os sintomas mais comuns de anemia entre as mulheres estão o cansaço, a indisposição e a fraqueza. Quando a anemia é aguda, decorrente de um sangramento significativo, pode apresentar taquicardia, queda de pressão arterial, desmaio e  até mesmo alteração da memória.

O hemograma completo é o exame de triagem para anemia. Valores de hemoglobina abaixo de 12mg/dl em mulheres não gestantes e abaixo de 11mg/dl em gestantes já indicam anemia. Outros exames, como ferritina, saturação de transferrina e ferro sérico, confirmaram se é uma anemia por deficiência de ferro. “Existem vários tipos de anemia, mas a anemia por deficiência de ferro é a mais comum”, destaca a médica.

Prevenção

Na adolescência, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda a prevenção da anemia por meio da reposição de ferro elementar, que consiste em 40mg por dia durante 2 meses ao longo do ano, ou a ingestão de 1 comprimido por dia durante o período menstrual.

“Para gestantes, é essencial suplementar ferro durante toda a gravidez devido às altas demandas do feto. Além disso, é recomendado pela FEBRASGO e pela Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo realizar um hemograma completo e avaliar os níveis de ferritina em cada trimestre da gravidez para garantir a saúde materna e fetal”, alerta a Dra. Venina.

A dieta balanceada pode ser uma grande aliada na prevenção da doença e deve incluir alimentos ricos em ferro, como carne vermelha, feijão, outros legumes, gema de ovo e vegetais de folhas escuras, como couve e brócolis. Miúdos, como bife de fígado, também são fontes importantes de ferro. Além disso, é recomendado consumir alimentos ricos em vitamina C durante as refeições para auxiliar na absorção do ferro, como laranja, limonada e abacaxi. No entanto, é importante notar que alimentos lácteos, ricos em cálcio, podem prejudicar a absorção do ferro da dieta. Mulheres vegetarianas e veganas devem garantir uma dieta balanceada para garantir a ingestão adequada de ferro.

Complicações por falta de tratamento

A anemia não tratada prejudica o desempenho físico e intelectual das mulheres, além de poder levar a uma queda na imunidade, tornando-as mais suscetíveis a infecções. “Em casos mais graves, podem ocorrer complicações cardíacas e desmaios. Além disso, uma anemia severa pode exigir transfusão de sangue. No pós-parto, a anemia não tratada pode precipitar quadros de depressão e redução na produção de leite. Gestantes com anemia por deficiência de ferro podem experimentar um nível significativo de fadiga, o que dificulta os cuidados com o recém-nascido”, conclui a ginecologista.


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