Da adolescência à menopausa, saúde da mulher requer olhar especial, diz FEBRASGO

Quinta, 06 Abril 2023 16:31

Da adolescência à pós-menopausa, as mulheres precisam de cuidados médicos integrados, que levam mais qualidade de vida, além de prevenir doenças ginecológicas

Em 7 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Saúde, data proposta pela Organização Mundial da Saúde, que visa a conscientização sobre a criação de políticas voltadas ao bem-estar da população. A preocupação e os cuidados com a saúde devem fazer parte da rotina de qualquer pessoa, mas quando se fala na saúde da mulher a atenção deve ser ainda maior.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orienta que mulheres precisam de cuidados médicos em todos os ciclos de vida, que vão desde da adolescência à pós-menopausa. Entre os fatores que devem ser observados estão alterações do ciclo menstrual, sangramentos transvaginais anormais, sangramentos após a menopausa, dor pélvica aguda ou crônica, nódulos mamários, infertilidade, corrimentos vaginais, úlceras genitais, verrugas vulvares, dor ao urinar, incontinência urinária, dor durante a relação sexual e alterações na sexualidade.

Infância e Adolescência

Na adolescência, a consulta com o ginecologista tem como principal objetivo cuidar das mudanças que naturalmente acontecem no corpo das meninas. Nessa fase, as adolescentes deveriam realizar a sua primeira consulta por volta dos 10 anos - lembrando que a adolescência é o período entre 10 e 19 anos de idade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

A Dra. Claúdia Barbosa Salomão, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da FEBRASGO, explica: “A adolescência é um momento muito interessante de nós, médicos, captarmos essa paciente, porque ela apresentará um nível de constrangimento menor. Sendo assim, a consulta fica mais fluida e descontraída, criando confiança e familiaridade com o profissional de saúde”, destaca.

 

No entanto, a médica alerta que as adolescentes costumam procurar o médico depois da primeira menstruação, habitualmente motivadas por uma irregularidade menstrual, ou até em idade mais avançada, quando as mães estão preocupadas com o início das relações sexuais.

 

Vale ressaltar que o ginecologista é o médico que, na maioria das vezes, vai acompanhar a paciente durante toda a sua adolescência, tratando de vários assuntos além das demandas habituais, como as questões relacionadas aos ciclos menstruais, sexualidade, check-ups necessários, cartão de vacinas, questões nutricionais e a frequência de exercícios físicos.

 

Há alguns exames sendo realizados no check-up da adolescência como, por exemplo, perfil lipídico e glicêmico em pacientes com perfil de risco, além dos que são direcionados quando há sinal ou sintoma que indique possibilidades de patologias.

 

Nessa etapa, o autocuidado também é fundamental para prevenção de doenças e melhor qualidade de vida do indivíduo, devendo ser conversado sobre saúde física, mental e emocional, contribuindo para a melhora da autoestima. Os requisitos universais de autocuidado são:

 

  • Manter aporte adequado de ar, água e alimentos;
  • manter equilíbrio entre a atividade e repouso, observando importância da atividade física regular e do sono, sendo este considerado atividade reparadora necessária para o bom rendimento físico e intelectual. São necessárias oito horas de sono diárias para manter o equilíbrio orgânico.
  • Manter o equilíbrio entre a solidão e a interação humana faz com que a adolescente estabeleça critérios para os seus relacionamentos amorosos, baseando-os sempre na efetividade.
  • Prevenir e reconhecer situações de risco, como IST, gravidez não planejada, abuso sexual, hábito de fumar e suas consequências, uso de álcool e/ou outras drogas e prevenção de outras situações de risco às que possa estar vulnerável fazem parte do bom aconselhamento por parte do profissional de saúde a essa adolescente.

 

Vida adulta

O período entre os 20 e 40 anos requer um olhar mais atento à saúde da mulher. Nesta fase, outras transformações acontecem habitualmente: início da vida sexual, gravidez, propensão a desenvolver algumas doenças.

A mulher na fase adulta deve ir ao ginecologista ao menos uma vez ao ano. E antes dos 40 anos, o médico vai julgar a necessidade de exame de prevenção do câncer de colo de útero, ultrassom, colesterol, tudo vai depender das queixas clínicas. Existem várias situações clínicas em que o ginecologista pode atuar e orientar no sentido de diagnóstico e prevenção.

A ginecologista Cristina Laguna, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina, explica que: “Em casos de queixas, como cólica menstrual anormal, dismenorreia, sangramento uterino aumentado, corrimento, ardor, irritação, alteração de mama devem ser motivo de alerta. Todas as queixas que a mulher tiver em relação à mama e parte genital devem fazer com que ela busque atendimento médico mesmo que não seja o momento rotineiro”, enfatiza a Dra. Cristina.

Além desses sintomas, a mulher deve buscar atendimento também com sentido de orientação, em que ela pode receber uma explicação sobre planejamento familiar, riscos e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, orientação em casos de queixas sexuais, e no momento da gravidez programada. “Lembrando que a ginecologia é a especialidade que acompanha a mulher ao longo da vida e, com isso, consegue se orientar à medida que os riscos vão aparecendo em diferentes idades” destaca a médica.

Menopausa

Esse momento corresponde ao último ciclo menstrual da mulher. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. O Dr. Luciano de Melo Pompei, ginecologista e presidente da Comissão de Climatério, explica sobre a transição menopausal. “O climatério abrange toda a transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo, indo até a última menstruação. Nesta fase, a mulher já apresenta alterações menstruais e, frequentemente, já começa a ter sintomas da menopausa, tais como as ondas de calor. Todavia, ela ainda apresenta ciclos menstruais (irregulares), mas os apresenta”.

Para aliviar os sintomas, a mulher pode recorrer à terapia hormonal. O tratamento do climatério se baseia em orientação alimentar, atividade física, aporte psicológicos necessários e terapia de reposição manual para controle dos sintomas, além outras medicações não hormonais quando a mulher não pode ou não deseja usar a terapia de reposição hormonal. A terapia é feita de forma individualizada, considerando as necessidades da mulher e os riscos que cada mulher apresenta.


Mais conteúdos

Dia do Ginecologista e Obstetra, e a fundação da Febrasgo

Dia do Ginecologista e Obstetra, e a fundação da Febrasgo

Hoje a celebração é em dose dupla. A FEBRASGO completa 66 ...
FEBRASGO segue atenta às movimentações do Legislativo sobre a  saúde da mulher

FEBRASGO segue atenta às movimentações do Legislativo sobre a saúde da mulher

A FEBRASGO acompanha a movimentação de pautas que tramitaram ...
FEBRASGO participa do lançamento do Fórum de Mulheres na Saúde, em Brasília

FEBRASGO participa do lançamento do Fórum de Mulheres na Saúde, em Brasília

Indicada como representante da FEBRASGO para alguns eventos em Brasí...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site