Mulheres podem aprender sobre saúde íntima quebrando tabus, orienta FEBRASGO

Segunda, 06 Março 2023 18:07

Ginecologistas alertam sobre cuidados que evitam o aparecimento de infecções, inflamações e muitos outros problemas

 

Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) alerta sobre a importância dos cuidados com a higiene íntima como fator essencial para todas as mulheres, pois evita o aparecimento de infecções, inflamações e muitos outros problemas.

 

A Dra. Marcia Terra Cardial, vice-presidente da Comissão Especializada em Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), chama atenção para doenças genitais mais comuns, com os aspectos infecciosos que podem colocar em risco a vulva, vagina e colo de útero.

 

Uma das infecções vaginais mais frequentes é a Candidíase que, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope, atinge pelo menos 52% das mulheres brasileiras, ao menos uma vez na vida. “É uma doença bem comum no ciclo feminino, em que muitas vezes as mulheres têm a infecção recorrente, até por conta da falta de conhecimento sobre cuidados com a saúde íntima. Mas vale o alerta que nem tudo que coça é cândida, então é recomendado que sempre que tiver a dúvida, recorra ao médico para que seja comprovado com diagnóstico clínico laboratorial” enfatiza a Dra. Marcia.

 

Outra doença habitual na rotina feminina e pouco conhecida pelo público é a Vaginose Bacteriana. Sobre o tema, pesquisa do Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC) constatou que 49% das brasileiras não a conhecem. “Nessa doença, a mulher sente um odor forte, semelhante ao de peixe, que ocorre pelo desequilíbrio vaginal em relação às bactérias do bem, onde existe uma diminuição dos lactobacilos e um aumento das microorganismos que podem levar a algum tipo de infecção” explica a ginecologista.

 

 

Colo do Útero

 

“No colo de útero temos infecções subdiagnosticadas que podem causar problemas futuros, como, por exemplo a Clamídia, uma doença silenciosa, na maioria das vezes inicia sem sintoma algum e em algumas vezes pode dar uma dorzinha na relação apenas, e a patologia fica ali sem ser diagnosticada porque o médico também não ver a olho nu, nem sempre manifesta o corrimento cumpulso, em 40% das ocorrências ela é totalmente assintomática, e pode avançar para útero, ovário e trompas causando danos ao sistema reprodutivo, e pode ser passada pela relação sexual na maioria das vezes” destaca Márcia.

 

A infecção sobre o HPV também é comum quando o assunto é colo de útero. A médica da FEBRASGO explica que cerca de 8 em cada 10 mulheres sexualmente ativa terão o vírus em algum momento da vida antes dos 50 anos. É um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais, e pode levar no futuro ao câncer de colo de útero, para uma determinada parcela de pessoas que não tem o hábito de cuidar da saúde, atingindo as mulheres que não fazem a prevenção e exames adequados.

 

 

Cuidados com a saúde íntima

 

 A higiene íntima feminina é essencial para a saúde e merece cuidados especiais para evitar riscos que podem evoluir para quadros sérios. “Indicamos as mulheres que façam higiene genital com sabonete líquido adequado para cada fase da vida, uso da calcinha de algodão ou seda, sempre de cor neutra no dia a dia, e sem o absorvente diário. A higiene após urinar ela deve ser sempre para trás, sempre lavar ao evacuar, papel higiênico deve ser neutro sem perfume, e também é muito importante hidratar a pele da vulva, é bem comum tratar o recenseamento de todo o corpo e esquecer de cuidar da pele da vulva. Se a mulher puder dormir sem calcinha, ficar de saia sem calcinha em casa para entrada do oxigênio que permite manter vivos os lactobacilos naturais da vagina, mantendo assim o microbioma vaginal ”.

 

Exames de Prevenção

 

“Os exames preventivos para câncer do colo de útero devem ser realizados em toda mulher que já teve relação sexual e tem idade de 25 a 64 anos. Antes dos 25 anos deve fazer apenas o exame ginecológico de rotina, rastreamento de clamídia e atualizar o calendário vacinal. É muito importante que a mulher tenha um bom relacionamento com ginecologista indo para consulta anual para que tenha o acompanhamento correto ", salienta a médica.

 

Aos 25 anos a mulher começa a ter a necessidade de fazer o exame preventivo com o HPV para prevenção do Câncer de Colo de Útero até 64 anos. Após essa idade, vai de avaliação médica de cada paciente, que identifica se precisa de continuar com o acompanhamento ou não, porque após a menopausa vai reduzindo a incidência de Câncer Cervical, e, por outro lado, vai aumentando a taxa de câncer de mama.

 

“A Organização Mundial de Saúde, reforça que podemos acabar com o Câncer de colo de útero se vacinarmos 90% das meninas. Ter um rastreamento com teste efetivo para o HPV em 70% das mulheres de 30 a 45 anos. E tratarmos 90% das mulheres com doença pré cancerosa" finaliza Márcia.


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