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RECOMENDAÇÕES FEBRASGO PARA A VACINA HPV 9 COMISSÃO NACIONAL ESPECIALIZADA EM VACINAS DA FEBRASGO

 

  1. INTRODUCÃO

 

O Papilomavírus humano (HPV) tem associação causal com várias doenças que afetam mulheres e homens. A infecção por HPV é considerada a infecção sexualmente transmissível (IST) de maior incidência no mundo. Estima-se que há cerca de 600 milhões de pessoas infectadas por HPV no mundo e que 80% da população sexualmente ativa entrou em contato com o vírus em algum momento de suas vidas. O principal pico de infecção viral ocorre entre 18 - 25 anos de idade. Na ausência de vacinação, a maioria dos indivíduos sexualmente ativos é infectada por HPV durante a vida sendo que mais de 80% das infecções desaparecem sem deixar sequelas e, as infecções que não regridem, podem progredir para doenças relacionadas ao HPV, incluindo lesões precursoras (lesões intraepiteliais escamosas de baixo e alto graus) e câncer de vários sítios:  colo do útero,  ânus,  vulva, vagina, pênis , trato respiratório e digestivo, incluindo câncer de orofaringe e papilomatose respiratória recorrente; além das verrugas genitais1. O HPV16 e o HPV18 juntos são responsáveis globalmente por 71% dos casos de câncer cervical; 85% de cânceres de cabeça e pescoço relacionados ao HPV e 87% de todos os cânceres anais2.

As vacinas HPV foram desenvolvidas com o objetivo de prevenção do câncer de colo do útero, por isso, a população alvo inicial foram as meninas. Entretanto, as evidências foram mostrando uma importante eficácia na prevenção de outras doenças relacionadas ao vírus, inclusive na população masculina. Portanto, eles foram reconhecidos não só como transmissores, mas também como vítimas de doenças HPV induzidas.  Assim, a vacina começou a ser incorporada nos programas de imunização para os meninos na mesma faixa etária das meninas.

No Brasil, o número estimado de casos novos do câncer do colo do útero para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 17.010, correspondendo ao um risco estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero ocupa a sexta posição entre os tipos mais frequente de câncer. Nas mulheres, é o terceiro câncer mais incidente. Em termos de mortalidade no Brasil, em 2020, ocorreram 6.627 óbitos, e a taxa de mortalidade bruta por câncer do colo do útero foi de 6,12 mortes a cada 100 mil mulheres3.

O Estudo POP-Brasil 2015-2017 foi um estudo epidemiológico como objetivo principal de avaliar a prevalência do HPV e seus tipos no Brasil e nas diferentes regiões do país. A população do estudo foi composta por 5.569 mulheres e 2.125 homens, não vacinados, sendo a média de idade de 21,6 anos. As amostras genitais foram coletadas com material biológico para análise de HPV genital. A prevalência de HPV geral foi de 53,6%, (presença de pelo menos um dos tipos de HPV analisados). Desses, 35,2% apresentaram pelo menos um HPV de alto risco (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68). De uma forma geral, 31.0% desta amostra apresentou infecção múltipla, ou seja, mais de um tipo de HPV. Os achados do estudo contribuíram para o estabelecimento de uma linha de base para futuros estudos de avaliação de impacto (efetividade) da estratégia de vacinação contra o HPV no Brasil. O estudo mostra ainda a existência de importantes diferenças regionais em relação a prevalência de HPV e mostrou que o vírus acomete igualmente todas as classes sociais4.

Em estudo de revisão sistemática e metanálise sobre a prevalência da infecção por HPV no Brasil, resultados mostram uma prevalência relativamente alta do HPV 18 no sexo feminino, quando comparados aos dados dos Estados Unidos e outros países5.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2020 adotou uma estratégia global para eliminar o câncer de colo de útero em 10 anos.  A ação foi um grande marco, pois, pela primeira vez, 194 países, incluindo o Brasil, se comprometeram a adotar as medidas necessárias para alcançar o objetivo. Nessa estratégia, o primeiro dos três pilares exige a introdução da vacina HPV em todos os países e tem como meta atingir 90% de cobertura vacinal. Além da vacinação, melhorias nos programas de rastreio e diagnóstico das lesões precursoras com cobertura de 70% e tratamento das lesões precursoras e câncer em 90%. Segundo a OMS, a cobertura global com a dose final de HPV é agora estimada em 13%. Neste cenário, nenhuma intervenção isolada é suficiente para alcançar a eliminação viral e de suas lesões, mas a vacinação assume importância fundamental6,7.

A redução significativa das taxas de prevalência de infecção e de câncer e lesões precursoras têm sido progressivamente demonstrada pelas nações que introduziram a vacinação contra o HPV nos programas de saúde pública. Países como Suécia, Finlândia, Dinamarca, Austrália,  Estados Unidos e Reino Unido publicaram resultados que demonstram significativa redução na detecção de lesões precursoras, intervenções cirúrgicas e câncer de colo de útero entre as mulheres vacinadas8,9.

No Brasil, observou-se queda na prevalência dos tipos contidos na vacina quadrivalente (HPV4) em mulheres jovens vacinadas. No entanto, é importante ressaltar a necessidade de altas coberturas vacinais para reduzir de maneira mais eficaz as lesões precursoras e cânceres HPV induzidos, além das verrugas genitais e, obter um impacto epidemiológico10. No entanto, no Brasil os números mostram uma cobertura abaixo do ideal, segundo dados do Ministério Saúde11.

 

  1. VACINAS HPV

 

3 vacinas HPV foram licenciadas no Brasil:

  • Bivalente - HPV2 (16,18): Fabricada pela GSK. Foi licenciada em 2007 e teve a comercialização interrompida no Brasil em 2021;
  • Quadrivalente - HPV4 (6, 11, 16 e 18) - Fabricada pela MSD. Está licenciada desde 2006, mesmo ano em que passou a ser oferecida pelos serviços privados de vacinação. Faz parte do calendário da rede pública pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2014.
  • Nonavalente - HPV9 (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58). Fabricada pela MSD. Foi licenciada em 2017 e disponibilizada na rede privada em março de 2023.

 

Os HPV 16 e o 18 são os tipos oncogênicos mais prevalentes e mais agressivos, sendo os principais tipos relacionados ao câncer. Por esta razão, estão na composição das três vacinas. A vacina HPV4 contém também os tipos não oncogênicos, 6 e 11, causadores de aproximadamente 90% dos casos de verrugas genitais2. A vacina HPV9 inclui mais cinco tipos virais oncogênicos.

Estima-se que 24.600 cânceres associados ao HPV sejam causados pelo HPV 16 ou 18, e 3.800 pelos cinco tipos adicionais prevenida pelo HPV9. Quase todos os cânceres causados pelos cinco tipos adicionais ocorrem em mulheres (3.100)12.

A vacina HPV4 foi integrada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2014 inicialmente para meninas de 11 a 13 anos de idade. Em 2017, os meninos foram incluídos e, desde 2022, está disponível na rede pública no calendário nacional de imunização da criança e do adolescente, como rotina, para ambos os sexos, de 9 a 14 anos de idade. Também está disponível para imunocomprometidos de 9 a 26 anos ou de 9 a 45 anos de idade, a depender da causa da imunossupressão, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), mediante receita médica, e nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

A partir dos 15 anos a vacinação de recuperação é indicada pois, os benefícios ainda são significativos, devendo, portanto, fazer parte da prescrição médica13.

Nas mulheres adultas até 45 anos de idade, a maioria apresenta testes sorológicos e moleculares negativos para os tipos virais contidos nas vacinas. Na atualidade, sabemos que existe um segundo pico de infecção por HPV, principalmente na quinta década de vida da mulher14. Sem a cobertura vacinal, a mulher continua sob risco de contrair o HPV e desenvolver lesões induzidas durante toda sua vida. Com isso, as mulheres adultas que não são contempladas para vacinação em programas oficiais, com base nos estudos populacionais, podem ser beneficiadas com a proteção individual com ou sem histórico de infecção pregressa13,15. Além disso, mulheres adultas com história de infecção anterior por HPV, não desenvolvem imunidade suficiente com a infecção natural para impedir a ocorrência de novas infecções pelo mesmo tipo viral, diferentemente da imunogenicidade induzida pelas vacinas contra HPV16. Com isso, pacientes com lesões prévias desencadeadas por HPV e que já foram tratadas, as evidências mostraram redução do risco de recidivas e/ou reinfecções após a vacinação17-20.

 

  1. EFICÁCIA, IMUNOGENICIDADE E SEGURANÇA DA VACINA HPV9

 

Alguns estudos realizados permitiram o licenciamento da vacina HPV9 para ambos os sexos na faixa etária de 9 a 45 anos e o estabelecimento de diretrizes de uso.

 O estudo pivotal de fase IIb-III com a vacina HPV9, avaliou imunogenicidade, segurança e eficácia contra lesões de alto grau em colo de útero, vulva, vagina, adenocarcinoma in situ (AIS) e câncer cervical invasivo (CC) causados pelos HPV 31, 33, 45, 52 e 58. Assumiu-se que as vacinas HPV4 e HPV9 têm eficácia semelhante para prevenção de doenças associadas aos HPV 6, 11, 16 e 18, baseado na não inferioridade imunológica da HPV9 para os quatro tipos em comum21.

O estudo envolveu 14.215 mulheres de 16 a 26 anos de idade, divididas em dois grupos randomizados, que receberam as vacinas HPV4 (controle) ou HPV9, ambos em esquema de três doses (0 – 2 – 6 meses). Na população que recebeu a HPV9, a eficácia da vacina para doenças associadas aos HPV 31, 33, 45, 52 e 58 foi de: 96,7% (IC95%: 80,9-99,8) para lesões de alto grau; 96,3% (IC95%, 79.5-99.8) para neoplasia cervical de alto grau, AIS e câncer cervical; 96% (IC95%, 94,4-97,2) para infecção persistente21.

Quanto à imunogenicidade, verificou-se; e que aproximadamente 100% das participantes soroconverteram um mês após a última dose do esquema. Os títulos geométricos médios (TMG) para os quatro tipos em comum não foram inferiores aos obtidos em vacinadas com a HPV4 e o número de casos e de doença associados aos HPV 6, 11, 16 e 18 foi similar nos dois grupos21.

A vacina HPV9 foi segura e bem tolerada, apesar de provocar mais reações locais do que a vacina HPV4. Os sintomas mais comuns (≥2%) foram dor, edema, prurido e eritema. Mais de 90% dos eventos foram considerados leves a moderados. Atribui-se o aumento das reações locais à maior quantidade de antígenos e adjuvante usados na composição da nonavalente21.

Estudos de acompanhamento de longo prazo já demonstraram a efetividade e imunogenicidade sustentadas da vacina HPV9, em um período de oito anos. Em 2021, Kjaer e colaboradores publicaram os resultados de oito anos de extensão de um estudo pivotal com 2.029 participantes da Dinamarca, Noruega e Suécia. O acompanhamento está programado para ser conduzido por 14 anos: quatro do estudo de base e 10 de seguimento. A partir dos dados do programa nacional de triagem para o câncer cervical nesses países, que fornecem informações sobre registro de lesões pré-neoplásicas e câncer, não houve registro de nenhum caso de câncer e doenças pré-neoplásicas associadas aos HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58 nas coortes do estudo, indicando efetividade de 100% da vacina HPV9 (IC95%: 79,4-100)22.

 

  1. ESQUEMAS DE VACINAÇÃO

 

4.1 Esquema vacinal de individuos de 9 a 15 anos de idade

A imunogenicidade e tolerância da vacina HPV9 em meninas e meninos de 9 a 15 anos foram analisadas por Van Damme e colaboradores e compararam com a imunogenicidade observada em mulheres de 16 a 26 anos, grupo no qual a eficácia da vacina 4V já foi comprovada. Participaram do estudo 1.935 meninas, 669 meninos e 470 mulheres jovens, randomizados para receber as três doses da HPV9. Um mês após a última dose do esquema, os TMG para os nove tipos de HPV contidos na vacina obtidos pelas meninas e meninos de 9 a 15 anos não foram inferiores aos verificados entre as mulheres de 16 a 26 anos. Além disso, de modo geral, a vacina foi bem tolerada. Os eventos adversos observados foram em grande maioria locais, principalmente inchaço23.

O acompanhamento de 8 anos do estudo mostrou imunogenicidade sustentada e eficácia duradoura, visto que não houve nenhum caso de neoplasia intraepitelial de alto grau ou verrugas genitais associados aos nove tipos contidos na vacina HPV9 nos participantes que seguiram o protocolo. Também não houve registro de evento adverso grave ou morte relacionados à vacinação, o que reafirma a segurança da vacina HPV923.

 

4.2 Esquema de duas doses para menores de 15 anos

Em um estudo foi analisado o esquema de duas doses da HPV9 em meninas e meninos de 9 a 14 anos, grupo-alvo dos programas de vacinação, por meio da comparação do TMG em adolescentes mais velhas e mulheres de 16 a 26 anos vacinadas com três doses. Não houve inferioridade imunológica em relação ao grupo controle, o que permitiu a adoção desse esquema e a publicação em bula, como esquema alternativo de duas doses para menores de 15 anos24. Entretanto, para esta faixa etária, temos a vacina 4V disponível do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem contribuído para a prevenção dos dois principais subtipos de HPV responsáveis pela maioria dos canceres associados a essa infecção.

4.3 Vacinação de pessoas previamente vacinadas

A segurança e imunogenicidade de três doses da vacina HPV9 em meninas e mulheres de 12 a 26 anos anteriormente vacinadas com três doses da HPV4 foram avaliadas por Garland e colaboradores. Os títulos de anticorpos para os HPV 6, 11, 16 e 18 foram mais elevados naquelas que fizeram os dois esquemas, o que demonstra presença de memória imunológica. Entretanto, para os HPV 31, 33, 45, 52 e 58, os títulos foram menores nas previamente vacinadas com HPV4, mas a ausência de correlato de proteção sorológica não permite conclusões sobre o achado. De todo modo, o estudo foi importante por demonstrar a boa tolerabilidade e imunogenicidade da vacinação com HPV9 nas meninas e mulheres de 12 a 26 anos previamente vacinadas com a HPV4. São necessários estudos adicionais para verificar a necessidade de revacinar com a vacina HPV9 aquelas que foram vacinadas com outra vacina HPV25.

 

4.4 Administração simultânea de vacinas

A vacinação simultânea em meninos e meninas de 11 a 15 anos que receberam HPV9 e as vacinas meningocócica conjugada quadrivalente (MCV4) e dTpa foi analisada por Schilling e colaboradores. Não houve interferência na resposta imune para nenhuma das vacinas, e os TMG não foram inferiores aos obtidos com a vacinação separada. Foi observado um aumento discreto de reações no local de aplicação da HPV9, principalmente inchaço, mas de forma geral a aplicação simultânea foi bem tolerada26,27. Em paralelo, uma meta-análise que avaliou a administração concomitante de outras vacinas com as vacinas HPV numa população de 9 a 25 anos de idade, chegou à mesma conclusão. Os autores pontuaram que, apesar do pequeno aumento nas reações locais, a administração simultânea de vacinas tem o potencial de aumentar a adesão e prevenir de forma mais eficaz as doenças, uma vez que diminuiu o número de visitas aos serviços de vacinação28.

 

  1. EFETIVIDADE E SEGURANÇA PÓS COMERCIALIZAÇÃO

 

Os resultados de vida real têm mostrado importante redução nas taxas de infecção, doenças precursoras, cirurgias cervicais e, mais recentemente, de câncer cervical invasivo associados aos HPV contidos nas vacinas, que contêm os dois subtipos oncogênicos principais (16 e 18). A segurança vem sendo constantemente reafirmada pelos órgãos regulatórios de todo o mundo, que constantemente revisam e avaliam os registros de eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização (ESAVI) em pessoas vacinadas com as diferentes vacinas HPV.

Os países que optaram por incorporar a vacina HPV9 em seus programas de imunização passaram por um período de transição em que um percentual relevante da população-alvo estava com esquema de doses iniciado com as vacinas HPV2 ou HPV4.

A vasta experiência com ambas as vacinas, que demonstraram efetividade e segurança inquestionáveis ao longo de mais de 14 anos de uso, foram consideradas também para o embasamento das discussões e diretrizes a serem adotadas durante a transição. Discutiu-se como prosseguir esquemas começados com outras vacinas (HPV2 ou HPV4), a ampliação ou não da proteção para pessoas que já haviam completado seu esquema de vacinação para HPV, bem como quais seriam os esquemas de doses ideais e os grupos contemplados nos programas, de acordo com a realidade de cada local. As decisões não foram unânimes, portanto, não existe um consenso global sobre essas questões.

 

  1. DESCRIÇÃO DA HPV9, INDICAÇÕES E ESQUEMAS DE DOSE EM BULA29

 

A vacina HPV9 inclui os cinco tipos de HPV presentes na vacina HPV4 (6, 11, 16 e 18) e cinco tipo adicionais (31, 33, 45, 52 e 58), o que amplia a proteção contra infecção, cânceres e lesões precursoras relacionadas ao vírus. O percentual de ganho com a HPV9, demonstrado nos estudos clínicos, varia de acordo com o sítio anatômico29:

  • Câncer de colo do útero: 70% para 90%
  • Câncer de vulva: 70-75% para 85-90%
  • Câncer de vagina: 65% para 80-85%
  • Câncer de ânus: 85-90% para 90-95%
  • Câncer de pênis: 75-80% para 85%
  • Câncer de orofaringe: 85% para >90%

Para as doenças associadas aos tipos não oncogênicos (6 e 11), o benefício é o mesmo para as duas vacinas.

 

Indicações: Meninas e mulheres de 9 a 45 anos

  • Prevenção de cânceres do colo do útero, da vulva, da vagina e do ânus causados pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • Prevenção de infecções persistentes e lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos tipos de HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • Prevenção de verrugas genitais (condilomas) causados pelos HPV 6 e 11.

Indicações: Meninos e homens de 9 a 45 anos

  • Prevenção de câncer de ânus causado pelos tipos de HPV 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • Prevenção de infecções persistentes e lesões pré-cancerosas ou displásicas causadas pelos HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58;
  • Prevenção de verrugas genitais (condilomas) causadas pelos tipos de HPV 6 e 11.

 

Esquema de doses:

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos: duas doses, com seis meses de intervalo (0-6 meses);
  • A partir de 15 anos: três doses (0 – 2– 6 meses)
  • Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade: três doses (0–2–6 meses).

 

  1.  RECOMENDAÇÕES DA FEBRASGO

 

Apresentar a vacina HPV9 orientando quanto a ampliação da proteção para os tipos adicionais. No entanto, esclarecer que a maioria dos cânceres associados ao HPV podem ser evitados pela vacinação com as vacinas HPV2, HPV4 ou HPV9, pois são causados pelos tipos HPV16 e HPV18 contidos nas três vacinas. E, desta forma, valorizando a vacina HPV4 presente gratuitamente nas salas públicas de vacinação para a população-alvo descrita anteriormente no texto.

O esquema apresentado a seguir de duas doses permite adequada proteção contra a infecção pelo HPV e suas doenças relacionadas30.

 

Esquemas de doses para o uso das vacinas HPV: (quadro 1)

Não vacinados(as) anteriormente contra o HPV

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos: duas doses da HPV4, com seis meses de intervalo (0-6 meses). Se optar pela HPV9, o esquema é igual.
  • A partir de 15 anos: três doses da HPV9 (0–2-6 meses).
  • Imunodeprimidos de 9 a 45 anos, independentemente da idade: três doses (0–2–6 meses) da HPV4 ou HPV9. Sendo que a HPV4V está disponível nos CRIES (Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais).

Pessoas com esquema iniciado ou completo

  • Meninos e meninas de 9 a 14 anos:

- Vacinados com uma dose de HPV4: completar com uma dose da HPV4. Se optar pela HPV9, disponível na rede privada, duas doses de HPV9 (0-6 meses), respeitando intervalo de seis meses em relação à primeira dose de HPV4.

-Completamente vacinados com HPV2 ou HPV4: considerar vacinados.

-Adolescentes previamente expostos podem ser vacinados.

  • Adolescentes a partir de 15 anos e adultos até 45 anos de idade:

-Sem história de vacinação: três doses da HPV9 (0-2-6 meses).

-Vacinados com uma ou duas doses de HPV2 ou HPV4: duas doses de HPV9 (0–6 meses), respeitando o intervalo de dois meses em relação à primeira dose de HPV4 ou de três meses em relação à segunda dose de HPV4.

-Completamente vacinados com HPV2 ou HPV4: considerar vacinados.

-A recomendação do uso off label (fora da faixa etária de licenciamento) pode ser considerada pelo médico. A decisão de vacinar ou não deve ser compartilhada com o paciente.

-Adolescentes e adultos previamente expostos ao vírus podem ser vacinados.

 

Vale ressaltar que, segundo as informações da Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP-CDC), se uma série de vacinação foi iniciada com HPV4 ou HPV2, ela pode ser concluída com HPV9, no caso de ausência das duas anteriores. E doses adicionais da HPV9 não são recomendadas para uma pessoa que iniciou uma série com HPV4 ou HPV2 e completou a série com uma ou duas doses de HPV912.

 



*
Se optar pela vacina HPV9 o esquema é igual

# Se optar pela vacina HPV9 iniciar esquema de duas doses de HPV9 (0-6 meses). O intervalo mínimo é de 5 meses.

## Se optar em revacinar, três  doses de HPV9 (0–2-6 meses), respeitando intervalo mínimo de um ano após a última dose de HPV2 ou HPV4.

 

Imunocomprometidas: 9 a 45 anos: 3 doses de HPV4 ou HPV9 (HPV4 disponível nos CRIES)

 

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A disponibilidade de uma nova vacina incluindo maior número de tipos oncogênicos, garante em termos individuais uma excelente opção.  Mas, sempre deixando claro que, em termos de saúde pública, a eficácia/efetividade das vacinas HPV2 e HPV4 na prevenção das doenças a que se propõem, são de suma importância na erradicação do câncer de colo do útero.  Mantendo a alta cobertura da vacina HPV4, disponibilizada no Brasil, para pessoas de 9 a 14 anos de idade e indivíduos de outras faixas etárias imunocomprometidos, teremos um impacto positivo na diminuição no câncer de colo de útero e outras neoplasias HPV dependentes. Se no futuro, o Ministério da Saúde incorporar os outros subtipos de HPV na vacina HPV4, mediante comprovação de redução de doenças associadas aos outros subtipos de HPV oncogênicos, a Febrasgo poderá rever a indicação para a faixa etária de 9 a 14 anos. 

A vacinação é um dos três pilares da estratégia proposta para a eliminação do câncer de colo de útero e, a FEBRASGO em esforço conjunto com o Ministério da Saúde e outras sociedades médicas estará atenta para atualizar as recomendações para imunização contra HPV.

 

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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20.Roteli-Martins CM, Magno V, Santos AL, Teixeira JL, Neves NA, Fialho SC. FEBRASGO POSITION STATEMENT. Vacinação contra o HPV na mulher adulta.2022;6:1-5.

 

21.Huh WK, Joura, EA, et al. Final efficacy, immunogenicity, and safety analyses of a nine-valent human papillomavirus vaccine in women aged 16–26 years: a randomised, double-blind trial. Lancet. 2017;390:2143-59.

 

22.Kjaer SK et al. Long-term effectiveness of the ninevalent human papillomavirus vaccine in Scandinavian women: interim analysis after 8 years of follow-up. Hum Vaccin Immunother. 2021;17:943–9.

 

23.Van Damme P, et al. Use of nonavalent HPV Vaccine in individuals previously fully or partially vaccinated with bivalent or quadrivalent HPV vaccines. 2016. Vaccine; 34 (6) :757-61.

 
24. Iversen OK, Miranda MJ, Ulied A, et al. Immunogenicity of the 9-Valent HPV Vaccine Using 2-Dose Regimens in Girls and Boys vs a 3-Dose Regimen in Women. JAMA, 2016;316(22):2411-21.

 
25. Garland, SM, Cheung, TH, et al. Safety and immunogenicity of a 9-valent HPV vaccine in females 12-26 years of age who previously received the quadrivalent HPV vaccine. Vaccine. 2015;33 (48):6855-64.

 

26.Schilling A, Parra MM, Gutierrez M, et al. Coadministration of a 9-valente Human Papillomavirus Vaccine with Meningococcal and Tdap Vaccines. Pediatrics 2015;136(3):e536-72.

 

27.Kosalaraksa P, Mehlsen J, Vesikari T, et al. an open-label randomized study of a 9-valent humanpapillomavirus vaccine given concomitantly with diphtteria, tetanus, pertussis and poliomyelitis vaccines to healthy adolescents 11-15 years of age. Pediatr Infect Dis J.2015;34 (6): 627-34.

28.Li Y, Zhu P, Wu M et al. Immunogenicity and safety of human papillomavirus vaccine coadministered with other vaccines in individuals aged 9-25 years. A systematic review and meta-analysis. Vaccine. 2020;382:119-134.

 

29.MSD GARDASIL® 9 vacina papilomavírus humano 9-valente. Bula original. Disponível em: https://saude.msd.com.br/wp-content/uploads/sites/91/2023/01/gardasi_9_bula_pro.pdf. Acesso em 20 de março de 2023.

 

30.WHO Strategic Advisory Group of Experts on Immunization (SAGE). One dose Human Papillomavirus (HPV) vaccine offers solid protection against cervical cancer. Disponível em:

https://www.who.int/news/item/11-04-2022-one-dose-human-papillomavirus-(hpv)-vaccine-offers-solid-protection-against-cervical-cancer. Acessado em 25 de março de 2023. 

 

 

 

 

 

III Simpósio Brasileiro de Ginecologia Oncológica da Febrasgo


 

III Simpósio Brasileiro de Ginecologia Oncológica da Febrasgo, ocorrerá em formato online no dia 20 de maio de 2023.
 
A iniciativa idealizada desde 2021 pela Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da Febrasgo, visa o fornecimento de informações atualizadas sobre as neoplasias, bem como estimular o desenvolvimento da área responsável pelo rastreio e identificação dos primeiros sinais ligados à segunda maior causa de óbitos entre mulheres.
 
A edição deste ano será baseada em Casos Clínicos, e para essa programação, destacam-se as aulas ligadas às neoplasias ovarianas e de colo uterino – respectivamente, as de maior taxa de letalidade e de incidência. 
 

Participe e receba o certificado!

Evento finalizado



Assista abaixo o evento


 

Palestrantes






Agnaldo Lopes da Silva Filho (SP)

Professor titular da UFMG e Presidente Febrasgo.

Aline Evangelista Santiago (SP)

Membro da CNE de Ginecologia Oncológica da Febrasgo, professora de Ginecologia da Universidade Santo Amaro, doutorado em Ginecologia Oncológica pela UNESP e fellow em Ginecologia Oncológica pela Unicamp

Angélica Nogueira Rodrigues (SP)

MD PhD Post Doc em Oncologia Harvard University; Professora e pesquisadora UFMG; Fundadora e atual Vice-Presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos, EVA; Chair Ginecologia Oncológica LACOG; Diretora DOM Oncologia

Caetano da Silva Cardial (SP)

Mestre em ginecologia pela FCMSCSP Coordenador do Grupo de Oncologia Ginecológica FMABC Cirurgião Oncológico Membro Titular da SBCO

César Eduardo Fernandes (SP)

Professor Titular da Disciplina de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC. Diretor Científico da Febrasgo

Delzio Salgado Bicalho (MG)

Membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO Presidente da SOGIMIG 2019-2021 Membro da ONCOCLÍNICAS MG e ONCAD Cirurgia Oncológica

Eduardo Batista Candido (MG)

Professor Adjunto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG; Diretor Científico da SOGIMIG (Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais); Membro da Comissão Nacional de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO;

Etelvino de Souza Trindade (DF)

Membro da CNE FEBRASGO de Ginecologia Oncológica Presidente da Academia de Medicina de Brasília Vice presidente Centro Oeste da AMB Vice presidente da ABPTGIC Centro Oeste Ex presidente da FEBRASGO Ginecologista oncológico no Instituto Verhum em Brassília

 

Maria Fernanda Biazotto

Graduação em Medicina pela UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP;Residência Médica em CLÍNICA MÉDICA – SANTA CASA DE BARRETOS; Residência Médica em CANCEROLOGIA CLÍNICA – FUNDAÇÃO PIO XII – HOSPITAL DE AMOR DE BARRETOS; Oncologista clínica no Departamento de Mama e Ginecologia do Hospital de Amor de Barretos. Coordenadora do Departamento de Mama e Ginecologia (Oncologia clínica) do Hospital de Amor de Barretos.

Filomena Marino Carvalho (SP)

Professora associada, livre docente, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Francisco José Cândido dos Reis (SP)

Professor livre-docente do Departamento de Ginecologia e Obstetricia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Geórgia Fontes Cintra (SP)

Graduação e Residência Médica pela UNICAMP Mentora internacional da International Gynecologic Cancer Society Diretoria do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA)

Guilherme Barbosa (SP)

Ginecologista com treinamento com ênfase no tratamento em câncer ginecológico pela UNIFESP. Capacitação em ginecologia minimamente invasiva (laparoscopia e cirurgia robótica). Médico assistente do Hospital Vila Santa Catarina/ HIAE na Ginecologia Oncológica Médico responsável pela Ginecologia Oncológica da Santa Casa de São José dos Campos

Heloisa de Andrade Carvalho (SP)

PMédica radioterapeuta - Coordenadora do Serviço de Radioterapia do INRAD do Hospital das Clínicas da FMUSP

Jesus Paula Carvalho (SP)

Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Chefe do Setor de Ginecologia Oncológica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - ICESP

Leandro Resende (DF)

Médico Gincologista Oncológico da Oncoclínicas - DF Mestre em Tocoginecologia pela Unicamp Doutor em Tocoginecologia pela Unesp Membro da Comissao Nacional de Especialidades da FEBRASGO

Letícia Sandré (DF)

Título de Especialista pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Certificado de Qualificação pela Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia (ABPTGIC). Pós-graduação Lato Sensu em Ginecologia Oncológica pelo Hospital de Câncer de Barretos. Certificação em Cirurgia Robótica plataforma Intuitive Da Vinci Surgical System.

Márcia Luiza Appel Binda (RS)

Professora adjunta do Departamento de Ginecologia da Universidade federal do Rio Grande do Sul ( UFRGS); Atuante na área de Ginecologia oncológica no hospital de clínicas de Porto Alegre e hospital Moinhos de Vento; Especialista em Patologia Genital e colposcopia.

Mileide Souza (MG)

Oncologia Ginecológica Oncoclinicas Uberlândia Hospital Uberlândia Medical Center Hospital de Clínicas Universidade Federal de Uberlândia

Mirian Helena Hoeschl Abreu (DF)

Graduada na Faculdade de Ciências da Saúde, UNB 1994, cursou o programa de Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia Hospital Universitário HUB/DF 1995 a 1997. Doutorado em Patologia Molecular, 2020 -UNB. Preceptora de residência médica e professora do curso de Medicina Unieuro.

Renato Moretti Marques (SP)

Doutor pela Disciplina de Ginecologia Oncológica da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP Coordenador do Programa de Cirurgia Robótica em Ginecologia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE Coordenador do Programa de Aprimoramento em Ginecologia Oncológica do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE Membro da Comissão Nacional de Especialidades – Ginecologia Oncológica da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO Membro Diretor do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos – EVA International Mentor of Global Curriculum International Gynecologic Cancer Society – Site Mozambique

Ricardo Reis (SP)

Médico Titular do Departamento de Ginecologia Oncológica do Hospital de Câncer de Barretos. Pró-Reitor e Professor da Pós-graduação da Fundação Pio XII. Diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos – Área de Ensino.

Rômulo de Oliveira Pires (SP)

Médico Ginecologista e Obstetra do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da UFSC (Florianópolis/SC) e do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt (Joinville/SC). Pós-graduado em Ginecologia Oncológica (UNICAMP). Mestre em Ginecologia e Obstetrícia (UFRGS).

Sophie Françoise Mauricette Derchain (SP)

médica ginecologista, professora titular em ginecologia do departamento de tocoginecologia da faculdade de ciências médicas da Unicamp, pesquisadora do CNPQ.

Suzana Arenhart Pessini (RS)

Mestre e Doutora pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Professora Adjunta de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Walquíria Quida Salles Pereira Primo

Presidente da Comissão Nacional Especializada de Ginecologia Oncológica da Febrasgo. Profa. Departamento de Ginecologia na Universidade de Brasília. Doutorado e Mestrado na UnB.






Evento em formato online para profissionais de saúde. 
O certificado digital será emitido após o encerramento do evento e você poderá imprimir ou compartilhar em suas redes sociais.

Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801

Responsável Técnico Médico: Agnaldo Lopes da Silva Filho | CRM 29239-MG




Programação

Além do diagnóstico, início do tratamento de cânceres de mama e útero ainda é desafio no Brasil, diz presidente da FEBRASGO

Diagnóstico precoce é a principal forma de combate contra o câncer e pode garantir um tratamento menos invasivo e com maiores chances de cura

 

O câncer continua sendo um dos principais desafios de saúde pública em todos os países do mundo. Na grande maioria, é a causa primária ou secundária de morte antes dos 70 anos, sendo consequentemente um dos principais empecilhos para o aumento da expectativa de vida da população mundial. No Brasil, foi possível observar uma melhora expressiva na distribuição de informações de qualidade sobre câncer.

 

Entretanto, com sob efeitos da pandemia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre o cancelamento ou reagendamento das consultas ginecológicas que, entre 2020 e 2021, caíram drasticamente, dificultando o diagnóstico dos cânceres de mama e de colo de útero, que apresentam grandes chances de cura ou remissão se identificados em estágios iniciais - este represamento ainda reflete na realidade atual.

 

De acordo com um documento sobre a estimativa de incidência de câncer, disponibilizado pelo INCA, no Brasil, para o triênio de 2023–2025, são esperados o diagnóstico de 74 mil casos de câncer de mama e 17 mil de colo de útero. “A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. O risco de óbito decorrente da doença em meio às mulheres de 60 anos é dez vezes maior se comparado àquelas com menos de 40 anos de idade”, explica o ginecologista Dr. Agnaldo Lopes, presidente da Febrasgo.

 

O médico acrescenta que fatores biológicos não são os únicos ligados ao aparecimento da doença. Aspectos sociais como baixa escolaridade e etnia não branca tornam-se indicadores que revelam as diferenças no acesso a medidas preventivas e diagnóstico precoce. “O sistema público de saúde brasileiro atende mais de 75% dos pacientes com câncer, no país. Para além do diagnóstico, temos ainda o desafio do início do tratamento. Antes da pandemia, o período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento durava mais de 60 dias, em 58% dos casos”.

 

Prevenção e Diagnóstico precoce

O Dr. Agnaldo destaca que, diferente de outras neoplasias, o câncer de colo de útero pode ser prevenido por meio de vacinas. A imunização contra o HPV (vírus causador da doença) é altamente efetiva e promove uma diminuição significativa das infecções e, consequentemente, das lesões neoplásicas do colo do útero, responsáveis pelo potencial perda do órgão.

 

O câncer mamário, por sua vez, não dispõe de métodos preventivos bem definidos. Contudo, idade superior a 50 anos, fatores genéticos, obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes representam agravantes para o surgimento da doença. A mamografia anual, a partir da quarta década de vida, é a principal ferramenta para o diagnóstico precoce da doença – possibilitando a indicação de tratamentos menos invasivos e maiores chances de cura.

 

Da adolescência à menopausa, saúde da mulher requer olhar especial, diz FEBRASGO

Da adolescência à pós-menopausa, as mulheres precisam de cuidados médicos integrados, que levam mais qualidade de vida, além de prevenir doenças ginecológicas

Em 7 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Saúde, data proposta pela Organização Mundial da Saúde, que visa a conscientização sobre a criação de políticas voltadas ao bem-estar da população. A preocupação e os cuidados com a saúde devem fazer parte da rotina de qualquer pessoa, mas quando se fala na saúde da mulher a atenção deve ser ainda maior.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) orienta que mulheres precisam de cuidados médicos em todos os ciclos de vida, que vão desde da adolescência à pós-menopausa. Entre os fatores que devem ser observados estão alterações do ciclo menstrual, sangramentos transvaginais anormais, sangramentos após a menopausa, dor pélvica aguda ou crônica, nódulos mamários, infertilidade, corrimentos vaginais, úlceras genitais, verrugas vulvares, dor ao urinar, incontinência urinária, dor durante a relação sexual e alterações na sexualidade.

Infância e Adolescência

Na adolescência, a consulta com o ginecologista tem como principal objetivo cuidar das mudanças que naturalmente acontecem no corpo das meninas. Nessa fase, as adolescentes deveriam realizar a sua primeira consulta por volta dos 10 anos - lembrando que a adolescência é o período entre 10 e 19 anos de idade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

 

A Dra. Claúdia Barbosa Salomão, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da FEBRASGO, explica: “A adolescência é um momento muito interessante de nós, médicos, captarmos essa paciente, porque ela apresentará um nível de constrangimento menor. Sendo assim, a consulta fica mais fluida e descontraída, criando confiança e familiaridade com o profissional de saúde”, destaca.

 

No entanto, a médica alerta que as adolescentes costumam procurar o médico depois da primeira menstruação, habitualmente motivadas por uma irregularidade menstrual, ou até em idade mais avançada, quando as mães estão preocupadas com o início das relações sexuais.

 

Vale ressaltar que o ginecologista é o médico que, na maioria das vezes, vai acompanhar a paciente durante toda a sua adolescência, tratando de vários assuntos além das demandas habituais, como as questões relacionadas aos ciclos menstruais, sexualidade, check-ups necessários, cartão de vacinas, questões nutricionais e a frequência de exercícios físicos.

 

Há alguns exames sendo realizados no check-up da adolescência como, por exemplo, perfil lipídico e glicêmico em pacientes com perfil de risco, além dos que são direcionados quando há sinal ou sintoma que indique possibilidades de patologias.

 

Nessa etapa, o autocuidado também é fundamental para prevenção de doenças e melhor qualidade de vida do indivíduo, devendo ser conversado sobre saúde física, mental e emocional, contribuindo para a melhora da autoestima. Os requisitos universais de autocuidado são:

 

  • Manter aporte adequado de ar, água e alimentos;
  • manter equilíbrio entre a atividade e repouso, observando importância da atividade física regular e do sono, sendo este considerado atividade reparadora necessária para o bom rendimento físico e intelectual. São necessárias oito horas de sono diárias para manter o equilíbrio orgânico.
  • Manter o equilíbrio entre a solidão e a interação humana faz com que a adolescente estabeleça critérios para os seus relacionamentos amorosos, baseando-os sempre na efetividade.
  • Prevenir e reconhecer situações de risco, como IST, gravidez não planejada, abuso sexual, hábito de fumar e suas consequências, uso de álcool e/ou outras drogas e prevenção de outras situações de risco às que possa estar vulnerável fazem parte do bom aconselhamento por parte do profissional de saúde a essa adolescente.

 

Vida adulta

O período entre os 20 e 40 anos requer um olhar mais atento à saúde da mulher. Nesta fase, outras transformações acontecem habitualmente: início da vida sexual, gravidez, propensão a desenvolver algumas doenças.

A mulher na fase adulta deve ir ao ginecologista ao menos uma vez ao ano. E antes dos 40 anos, o médico vai julgar a necessidade de exame de prevenção do câncer de colo de útero, ultrassom, colesterol, tudo vai depender das queixas clínicas. Existem várias situações clínicas em que o ginecologista pode atuar e orientar no sentido de diagnóstico e prevenção.

A ginecologista Cristina Laguna, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina, explica que: “Em casos de queixas, como cólica menstrual anormal, dismenorreia, sangramento uterino aumentado, corrimento, ardor, irritação, alteração de mama devem ser motivo de alerta. Todas as queixas que a mulher tiver em relação à mama e parte genital devem fazer com que ela busque atendimento médico mesmo que não seja o momento rotineiro”, enfatiza a Dra. Cristina.

Além desses sintomas, a mulher deve buscar atendimento também com sentido de orientação, em que ela pode receber uma explicação sobre planejamento familiar, riscos e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, orientação em casos de queixas sexuais, e no momento da gravidez programada. “Lembrando que a ginecologia é a especialidade que acompanha a mulher ao longo da vida e, com isso, consegue se orientar à medida que os riscos vão aparecendo em diferentes idades” destaca a médica.

Menopausa

Esse momento corresponde ao último ciclo menstrual da mulher. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. O Dr. Luciano de Melo Pompei, ginecologista e presidente da Comissão de Climatério, explica sobre a transição menopausal. “O climatério abrange toda a transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo, indo até a última menstruação. Nesta fase, a mulher já apresenta alterações menstruais e, frequentemente, já começa a ter sintomas da menopausa, tais como as ondas de calor. Todavia, ela ainda apresenta ciclos menstruais (irregulares), mas os apresenta”.

Para aliviar os sintomas, a mulher pode recorrer à terapia hormonal. O tratamento do climatério se baseia em orientação alimentar, atividade física, aporte psicológicos necessários e terapia de reposição manual para controle dos sintomas, além outras medicações não hormonais quando a mulher não pode ou não deseja usar a terapia de reposição hormonal. A terapia é feita de forma individualizada, considerando as necessidades da mulher e os riscos que cada mulher apresenta.

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