Nota de esclarecimento Febrasgo sobre a RESOLUÇÃO-RE Nº 4.353 da ANVISA - IMPLANTES HORMONAIS MANIPULADOS
A FEBRASGO esclarece que a ANVISA, com a RESOLUÇÃO-RE Nº 4.353, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2024, aponta claramente:
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A proibição da manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais à base de esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos, com a finalidade estética, ganho de massa muscular e melhora do desempenho esportivo - medida preventiva que se aplica a todas as farmácias de manipulação.
Esta medida preventiva está fundamentada no art.15 § 3º do Decreto n. 8.077/2013, art. 7º, inciso XV da Lei nº 9.782/1999 e item 5.10 da Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 67/2007. -
A proibição da propaganda ao público em geral de implantes hormonais manipulados em desacordo com o disposto no parágrafo 1º do artigo 58 da Lei nº 6.360/1976, art.15 § 3º do Decreto nº 8.077/2013, o artigo 36 da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 96/2008 e o item 5.14 da RDC nº 67/2007.
As ações de fiscalização determinadas se aplicam a todos os implantes hormonais manipulados, bem como a quaisquer pessoas físicas/jurídicas ou veículos de comunicação que comercializem ou divulguem os produtos.
Ainda, a FEBRASGO pontua que, em toda e qualquer situação médica, é responsabilidade do médico prescrever terapêutica que não coloque em risco a saúde das pacientes, com base em evidências científicas sólidas e robustas.
A FEBRASGO mantém seu compromisso em atuar na defesa e proteção da saúde das mulheres brasileiras e segue aguardando novas medidas de segurança da ANVISA.
Lembrando ainda que a ANVISA, ao cumprir sua função como órgão regulador, especifica as situações em que é maior o risco de prejuízo à saúde, porém, em muitas outras situações o uso dos implantes hormonais manipulados deve ser melhor regulado, para segurança da saúde da população.
Clique para acessar a RESOLUÇÃO-RE Nº 4.353 da ANVISA: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-re-n-4.353-de-21-de-novembro-de-2024-597098013
Luta contra a violência e discriminação das mulheres médicas é uma responsabilidade coletiva
Pesquisa conduzida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina revela que 51,14% das médicas já sofreram agressões verbais ou físicas
No Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância de olhar para o ambiente de trabalho das mulheres no setor médico, promovendo a construção de espaços mais seguros e respeitosos para todas as profissionais da saúde. A FEBRASGO reafirma seu compromisso com a luta contra a violência e a discriminação, buscando garantir que as mulheres possam exercer sua profissão com dignidade, sem medo de sofrer qualquer tipo de abuso ou assédio.
A realidade é alarmante: dados apontam que seis em cada dez mulheres médicas já relataram algum tipo de assédio, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho. A pesquisa, conduzida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina, revela que 51,14% das médicas já sofreram agressões verbais ou físicas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas de prevenção e de apoio, não apenas para combater a violência, mas também para promover a equidade e o respeito nas instituições de saúde.
A FEBRASGO, por meio de seu núcleo feminino, dedica-se a apoiar iniciativas que implementem políticas eficazes no combate a todas as formas de violência, incluindo o assédio sexual e moral. “O objetivo é incentivar a criação de redes de apoio entre especialistas, promovendo a troca de experiências, fortalecendo a solidariedade entre as profissionais e implementando programas de mentoria que conectem médicas experientes com as recém-formadas, contribuindo para o desenvolvimento e o empoderamento no ambiente de trabalho”, diz a Dra. Célia Regina da Silva, da Comissão de Defesa e Valorização Profissional.
Além disso, a FEBRASGO participou da elaboração de uma cartilha voltada à violência contra mulheres médicas, lançada em agosto deste ano pelo CREMERJ, que se tornou uma ferramenta essencial para educar e conscientizar sobre as diversas formas de abuso que essas profissionais podem enfrentar. O documento oferece diretrizes claras sobre como identificar, denunciar e combater o assédio, o abuso e outras formas de violência, estabelecendo padrões importantes para a proteção das médicas. Ao proporcionar informações cruciais e apoio contínuo, a cartilha fortalece a rede de proteção e promove um compromisso coletivo na construção de um ambiente de trabalho mais justo, seguro e livre de violência para todas as mulheres na medicina.
"É essencial se engajar em grupos que defendem os direitos das mulheres e a igualdade de gênero na medicina. Promover debates e ações que sensibilizem a sociedade sobre a violência contra mulheres médicas é fundamental. Além disso, estabelecer parcerias com organizações de direitos humanos e instituições governamentais fortalece a rede de apoio e amplia o impacto das iniciativas voltadas à proteção e valorização dessas profissionais", destaca a médica.
A luta contra a violência e a discriminação das mulheres médicas é uma responsabilidade coletiva que exige o comprometimento de todos os setores da sociedade. Iniciativas como a elaboração de cartilhas, o engajamento em grupos de defesa dos direitos das mulheres e a formação de parcerias com organizações de direitos humanos são passos fundamentais para a construção de um ambiente de trabalho mais seguro, justo e respeitoso. A FEBRASGO, ao promover essas ações, contribui para fortalecer a rede de apoio às profissionais da saúde, garantindo que elas possam exercer suas funções com dignidade, sem o temor de enfrentarem abusos ou assédio. “Somente por meio de um esforço conjunto será possível alcançar uma medicina mais inclusiva, equitativa e livre de violência”, finaliza a especialista.
Diagnóstico tardio de câncer em crianças e adolescentes torna a doença mais difícil de tratar.
INCA estima quase 8 mil novos casos de câncer infantojuvenil por ano até 2025
O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, celebrado em 23 de novembro, tem como objetivo promover ações educativas e ampliar o debate sobre as políticas públicas de atendimento integral a crianças e adolescentes com câncer. Nesta data, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância da conscientização e do apoio no combate ao câncer infantojuvenil.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que, até 2025, o Brasil terá 7.930 novos casos de câncer infantojuvenil por ano. A taxa de incidência é de 134,8 diagnósticos a cada 1 milhão de crianças e adolescentes no país, um dado que chama a atenção da comunidade médica.
O Dr. Eduardo Cândido, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, destaca que, na infância, os tipos de câncer mais comuns são as leucemias (câncer da medula óssea), os linfomas (câncer do sistema linfático) e os tumores do sistema nervoso central.
O ginecologista alerta que o diagnóstico tardio de qualquer tipo de câncer que afeta crianças e adolescentes pode transformar a doença em um quadro mais difícil de tratar. Embora o câncer seja incurável em estágios avançados, ele continua sendo tratável quando identificado precocemente. “Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito o quanto antes, a fim de evitar a disseminação da doença e aumentar as chances de sucesso no tratamento. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as possibilidades de cura e menor o risco de complicações graves”, afirma.
O especialista destaca que muitos dos sintomas iniciais do câncer infantojuvenil podem ser confundidos com condições mais comuns, como viroses ou outras doenças benignas. Por isso, a conscientização sobre os sinais de alerta é fundamental, tanto para os pais quanto para os profissionais de saúde. Quando detectados precocemente, sinais como dor persistente, cansaço excessivo, alterações no apetite ou no peso, hematomas sem causa aparente, entre outros, podem ser indicativos de uma condição mais grave, como o câncer. O acompanhamento médico regular e a atenção cuidadosa aos sinais do corpo são fundamentais para garantir um diagnóstico mais rápido e, consequentemente, aumentar as chances de um tratamento eficaz. Em última instância, o diagnóstico precoce não só melhora o prognóstico, mas também oferece à criança e à família um maior suporte emocional e psicológico, ao proporcionar mais tempo para planejar e iniciar o tratamento adequado.
“Os tratamentos de tumores infantis têm evoluído muito, e as chances de cura estão aumentando cada vez mais, principalmente nas fases iniciais da doença. Por isso, o ideal é fazer o diagnóstico precoce”, finaliza o médico.
FEBRASGO participa de cerimônia de iluminação do Cristo Redentor pela eliminação do câncer do colo de útero
Durante o evento, diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, e ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, estiveram presentes e firmaram aliança com sociedades médicas para ações de combate à doença
No dia 17 de novembro, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), sociedades médicas e organizações dedicadas à conscientização participaram da cerimônia de iluminação do Cristo Redentor pela eliminação do câncer do colo de útero, ao lado do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom e da ministra da Saúde, Dra. Nísia Trindade. Durante o evento, autoridades presentes estabeleceram uma aliança para a eliminação da doença, que apenas no Brasil atinge 17 mil mulheres a cada ano.
A FEBRASGO foi representada pelo Dr. Agnaldo Lopes, Diretor Científico da instituição, que celebrou a ação. "A participação da FEBRASGO neste evento global reforça o nosso compromisso contínuo no combate ao câncer do colo do útero. Como entidade que representa os ginecologistas e obstetras do Brasil, temos o dever de promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento para todas as mulheres. Apoiar a iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é um passo fundamental para salvar vidas e eliminar essa doença devastadora”, disse.
Durante o evento, o Dr. Tedros Adhanom parabenizou as ações brasileiras de combate ao câncer do colo de útero e celebrou a escolha do cartão postal do Rio de Janeiro como marco para a aliança entre as organizações. Também foi prestada uma homenagem à ministra da Saúde, Dra. Nísia Trindade, em reconhecimento às ações de grande relevância realizadas em 2024, que marcaram um avanço significativo no combate ao câncer de colo de útero no Brasil. Entre as iniciativas destacadas, esteve o retorno da vacinação contra o HPV nas escolas e a aprovação do rastreamento do câncer do colo do útero por meio do teste de HPV DNA, medidas fundamentais para a prevenção e diagnóstico precoce da doença.
O Radar de Controle do Câncer do Colo do Útero, uma ferramenta fundamental para monitorar o progresso das estratégias de combate à doença, também foi lançado durante o evento. Estiveram presentes o Dr. Glauco Baiocchi Neto, que é o diretor presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos EVA, e também a idealizadora e diretora de Planejamento do movimento “Brasil Sem Câncer de Colo do Útero”, Dra. Angélica Nogueira celebrou a ação. “Lançamos também o Radar de Controle do Câncer do Colo do Útero, reforçando que, sem monitoramento, não há segurança nas estratégias de combate à doença”, finaliza a oncologista.
Impactos socioeconômicos e a qualidade do pré-natal em mulheres negras no Brasil
Fernanda Garanhani de Castro Surita, Amanda Dantas Silva e Leila Rocha
Em 1991, o censo demográfico consolidou-se no modelo que adotamos até hoje no Brasil no que se refere a cor da pele: branco, preto, pardo, amarelo e indígena. Esse sistema de classificação foi reproduzido nos censos demográficos para as edições a partir de 2000. No último censo (2022), vemos que, pela primeira vez desde o século XX, a população branca deixou de compor a maioria do povo brasileiro. Posteriormente o Estatuto da Igualdade Racial estabelece que são consideradas pessoas negras as que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito usado pelo IBGE.
As mulheres negras apresentam maior chance de início tardio e não realização de pré-natal, fazem menos consultas de pré-natal, e as consultas têm menor duração e realizam menos exames complementares durante o pré-natal. A maior dificuldade de acesso ao pré-natal entre este grupo de melhores tem causa multifatorial: piores condições socioeconômicas, maior dependência dos serviços públicos de saúde, moradias em locais mais periféricos, maior dificuldade de sair do trabalho para ir às consultas, falta de rede de apoio.
É importante destacar, por outro lado, que o racismo em si, também impacta negativamente não só no acesso ao pré-natal, mas também em desfechos em saúde materna e perinatal.
O racismo obstétrico refere-se às diferentes formas de prejuízo às quais as mulheres negras são expostas durante a gestação, o parto e o pós-parto, como resultado de uma injustiça social. Inclui atrasos nos diagnósticos, negligência e atendimento desrespeitoso, e constitui uma ameaça à saúde materna e neonatal.
As mulheres negras sofrem de vulnerabilidades que se cruzam, resultando em piores resultados em saúde: sofrem discriminação de gênero, de classe e de cor de pele. Neste contexto, é importante trazer o conceito da interseccionalidade: os diversos fatores que contribuem para a maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde de modo geral e ao pré-natal pelas mulheres negras não atuam de forma isolada, mas sim de forma interseccional, integrada, com efeito aditivo e até multiplicativo. A interseccionalidade refere-se à criação de inequidades estruturais a partir da intersecção de sistemas historicamente discriminatórios - racismo, patriarcado e opressão de classe – e permite compreender as disparidades raciais/étnicas nos resultados da saúde sexual e reprodutiva das mulheres.
Impactos socioeconômicos
Existem várias maneiras pelas quais os fatores socioeconômicos impactam na qualidade do pré-natal: as mulheres negras apresentam piores condições de trabalho e de moradia, o que pode dificultar a adesão a tratamentos, como, por exemplo, uma dieta adequada para diabetes gestacional; muitas vezes apresentam dificuldade para faltar no trabalho e realizar exames; possuem lacunas em rede de apoio, sendo difícil conseguir ajuda para deixar os filhos mais velhos, por exemplo, sob o cuidado de outra pessoa enquanto vão às consultas ou realizam exames; a menor escolaridade também impacta em maior dificuldade para compreensão e adesão a possíveis tratamentos.
Os determinantes sociais de saúde são, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), condições não médicas associadas ao local onde as pessoas vivem, trabalham e crescem, que impactam nos resultados de saúde. Os determinantes estruturais incluem contextos socioeconômicos e políticos que criam e mantêm hierarquias sociais pelas quais as populações são estratificadas de acordo com gênero, cor da pele, renda e educação. Nesse contexto, o racismo estrutural é um determinante da saúde da população e impacta negativamente nos resultados de saúde.
As piores condições socioeconômicas, por outro lado, não são a única justificativa para a pior qualidade do pré-natal para mulheres negras. A percepção de sofrer discriminação também se associa a piores resultados maternos e perinatais. Experiências autorrelatadas de ter sofrido algum tipo de discriminação se associam a maior chance de início tardio ou não realização de pré-natal, escolha de métodos contraceptivos menos eficazes e maior risco de baixo peso ao nascer e parto pré-termo.
Políticas públicas
As políticas públicas para melhorar o acesso ao pré-natal para mulheres negras devem ser amplas e profundas. Devem incluir mulheres negras nesta implementação. Devem envolver educação e treinamento dos profissionais de saúde para atender essa população, respeitando as suas particularidades, segundo descrito na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. O primeiro passo é conscientizar sobre a existência de disparidades raciais entre os profissionais de saúde.
A educação e a conscientização são as principais formas de melhorar a assistência em saúde das mulheres negras. Compreender o Racismo, o Racismo Institucional e considerar a existência das disparidades raciais na tomada de decisões e na construção e implementação de políticas públicas permitem reduzir as iniquidades em saúde.
A existência de crenças e práticas racistas entre os profissionais de saúde em relação a grupos minoritários influência no processo de tomada de decisão por estes profissionais. Por isso, a conscientização torna-se tão importante.
As pesquisas em saúde devem considerar a variável cor de pele como uma construção social, que implica em várias outras variáveis sobrepostas, e não como um fator biológico isolado, como peso ou altura.
Consequências
Mulheres negras apresentam maior risco de prematuridade, hemorragia pós-parto, hipertensão e pré-eclâmpsia, recebem menos analgesia durante o parto e pós-parto.
Mulheres pretas apresentam maiores taxas de mortalidade materna em comparação a todas as outras cores de pele, no Brasil - pardas, brancas, indígenas e amarelas.
Além disso, a qualidade do cuidado oferecido durante o parto influencia não só na saúde da parturiente e do recém-nascido, mas também na relação com os serviços de saúde ao longo da vida das mulheres.
Como mudar o cenário
Reconhecer a existência das disparidades raciais em saúde, da multiculturalidade e do racismo obstétrico é o primeiro passo para poder enfrentá-lo. A educação dos profissionais de saúde deve começar ainda na graduação com disciplinas incluindo os temas de disparidades raciais em saúde e de racismo.
*Autoras:
Dra. Fernanda Garanhani de Castro Surita
Vice-Presidente da CNE de Violência Sexual e Abortamento Previsto por Lei da FEBRASGO e Professora Titular de Obstetrícia, Departamento de Tocoginecologia, UNICAMP.
Dra. Amanda Dantas Silva
Médica Ginecologista e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Tocoginecologia da UNICAMP.
Leila Rocha
Enfermeira e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Tocoginecologia da UNICAMP.
REFERÊNCIAS
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Proibição de Implantes Hormonais.
Confira reportagem fornecida pela Maria Celeste Osório Wender - Presidente da FEBRASGO.
Brasil é o 10ª país do ranking mundial com mais nascimentos de bebês prematuros
No Dia Mundial da Prematuridade, FEBRASGO alerta para o número expressivo de partos com gestação inferior a 37 semanas
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 300 mil bebês prematuros nascem todos os anos no País. No Dia Mundial da Prematuridade, 17 de novembro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) esclarece que o nascimento é considerado prematuro quando o parto ocorre antes da 37ª semana de gestação. Entre os fatores de risco que podem contribuir para o nascimento prematuro estão as gestações múltiplas, partos prematuros anteriores, infecções maternas, insuficiência istmo-cervical, pré-eclâmpsia, placenta prévia, tabagismo, uso de substâncias ilícitas e doenças crônicas maternas, como diabetes e hipertensão arterial.
A vice-presidente da Comissão Nacional Especializada de Gestação de Alto Risco da FEBRASGO e ginecologista obstetra, Dra. Inessa Beraldo de A. Bonomi, esclarece que a prematuridade pode ter implicações significativas no desenvolvimento físico e mental da criança, dependendo da gravidade e da idade gestacional no momento do nascimento. “Recém-nascidos prematuros têm maior probabilidade de apresentar complicações respiratórias e neurológicas, dificuldades alimentares e risco aumentado de infecções, como hemorragias intracranianas. Em longo prazo, a prematuridade pode estar associada a atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor, déficits cognitivos e dificuldades de aprendizado, particularmente em casos de prematuridade extrema”, afirma.
Sobre os sinais de alerta para uma possível prematuridade durante a gestação, a especialista indica atenção nos casos de contrações uterinas regulares e frequentes antes da 37ª semana gestacional, dor lombar persistente, sensação de pressão pélvica, alterações no corrimento vaginal e ruptura prematura das membranas.
A médica reforça que apesar do alto número de nascimentos de bebês prematuros no Brasil, o pré-natal adequado tem um papel importante na prevenção, na identificação precoce e no manejo dos fatores de risco para o parto prematuro. “Esse acompanhamento inclui o tratamento de infecções, o controle de condições crônicas como diabetes e hipertensão e o uso preventivo de progesterona para mulheres com histórico de prematuridade. Além disso, orientações sobre estilo de vida saudável durante a gestação podem contribuir para a redução de complicações”, explica.
O tratamento das complicações decorrentes da prematuridade é realizado de forma individualizada, de acordo com as necessidades de cada recém-nascido. Inclui cuidados intensivos em unidades de terapia intensiva neonatal (UTIN), com suporte respiratório, nutrição parenteral ou enteral, monitoramento e controle de infecções, além de suporte de outras funções vitais. “O acompanhamento multidisciplinar, com a participação de pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros especialistas, é essencial para promover o desenvolvimento adequado do recém-nascido em curto e longo prazo”, finaliza a Dra. Inessa Beraldo de A. Bonomi.