Dia do Adolescente: entenda os principais motivos clínicos para consultar um ginecologista na adolescência
Em 21 de setembro, comemoramos o Dia do Adolescente, uma data que foi instituída para reconhecer essa fase de transição tão aguardada e, simultaneamente, desafiadora tanto para as famílias quanto para os próprios adolescentes. Este é um momento importante para enfatizar a necessidade de cuidados especiais, como consultas com ginecologistas, que fazem parte da atenção à saúde das adolescentes.
De acordo com um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), utilizando informações do Ministério da Saúde, verificou-se que, em 2020, o número de consultas médicas realizadas por adolescentes do sexo feminino, com idades entre 12 e 19 anos, foi 2,5 vezes maior do que o número de consultas médicas por adolescentes do sexo masculino da mesma faixa etária. No total, foram registrados 10.096.778 atendimentos para as adolescentes e 4.066.710 atendimentos para os adolescentes do sexo masculino.
A Dra. Ana Karla Freitas, membro da Comissão Nacional Especializada de Ginecologia Infanto Puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), enfatiza que a questão da primeira consulta é uma preocupação comum nas consultas de ginecologia destinadas a crianças e adolescentes. A resposta a esse questionamento sempre dependerá do estado de desenvolvimento físico e emocional, do ambiente social e das necessidades individuais específicas da criança ou do adolescente.
“Não há um marco temporal específico, rígido, que determine a obrigatoriedade dessa consulta ginecológica, pois isso precisa respeitar e contemplar as demandas próprias de cada pessoa. De forma mais abrangente, uma sugestão útil é que a primeira consulta ginecológica aconteça entre os 13 e 15 anos de idade, ou ainda no primeiro ano após a primeira menstruação, a menarca, que, geralmente, ocorre por volta dos 12 anos de idade. É sempre importante ressaltar que esse encontro deve ser antecipado diante de problemas de saúde específicos ou relacionados à sua saúde sexual e reprodutiva em meninas mais jovens. O importante é que o cuidado com a saúde ginecológica da criança ou da adolescente esteja acessível e disponível, tão logo essa necessidade seja percebida”, destaca a Dra. Ana Karla.
A especialista da FEBRASGO explica que o primeiro encontro com um ginecologista é uma oportunidade fundamental para estabelecer uma relação de confiança e respeito com a adolescente. Durante essa consulta, a professora enfatiza ainda a importância de uma abordagem acolhedora, comunicação eficaz, competência cultural e cuidado centrado na paciente. A privacidade e confidencialidade são garantidas, e é incentivada a comunicação familiar. Do ponto de vista técnico, a ginecologista investigará a queixa principal, antecedentes pessoais e familiares, bem como fatores relacionados ao desenvolvimento físico, emocional, puberdade e ciclo menstrual. O exame físico será adaptado à idade e necessidades individuais da adolescente, considerando sua aceitação e disponibilidade. Isso determinará a extensão da avaliação dos órgãos genitais.
Motivos clínicos para consultar um ginecologista na adolescência
É fundamental que as adolescentes consultem um ginecologista para assegurar sua saúde sexual e reprodutiva. Alguns motivos clínicos que podem levar uma adolescente a buscar uma consulta ginecológica incluem:
Menstruação: para avaliar e discutir problemas relacionados ao ciclo menstrual, como irregularidades, dor intensa (Dismenorréia), fluxo menstrual excessivo ou ausência de menstruação (amenorreia).
Puberdade precoce ou tardia: para avaliar e tratar questões relacionadas ao desenvolvimento físico, como o início precoce ou tardio da puberdade.
Infecções genitais: se a adolescente apresentar infecções genitais, corrimento vaginal anormal, odor desagradável ou dor ao urinar.
Saúde sexual: para receber informações sobre início da atividade sexual, discutir e fornecer informações planejadas sobre diferentes métodos contraceptivos disponíveis e ajudar a adolescente a fazer escolhas informadas sobre a contracepção, prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), orientações sobre relacionamentos saudáveis, consentimento e comunicação eficaz, ajudando a adolescente a desenvolver relações interpessoais saudáveis e respeitosas.
Dores pélvicas: se um adolescente sentir dores persistentes na região pélvica, que podem ser causadas por várias condições, como cisto ovariano, endometriose ou problemas uterinos.
Gravidez na Adolescência: a ginecologista pode oferecer suporte e aconselhamento às adolescentes que estão grávidas ou que desejam planejar ou evitar uma gravidez. Isso pode incluir orientações sobre pré-natal, opções de cuidados e apoio emocional.
Aconselhamento sobre saúde reprodutiva: para discutir planejamento familiar, fertilidade e futuros desejos de ter ou não filhos.
Vacinas: para garantir que a adolescente esteja atualizada com as vacinas recomendadas, como a vacina contra o HPV (papilomavírus humano) para prevenir o câncer cervical, e Vacina Meningocócica
Direitos Sexuais: a ginecologista pode fornecer informações sobre os direitos sexuais da adolescente, incluindo autonomia sobre o próprio corpo, consentimento, educação sexual e acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva.
Prevenção e Cuidados em situações de Violência Sexual: caso uma adolescente tenha sido vítima de violência sexual, a ginecologista pode oferecer suporte e atendimento específico, com ênfase na redução de danos, além do encaminhamento para serviços de apoio e seguimento especializados.
Principais mudanças físicas mais notáveis que ocorrem durante a adolescência feminina
A ativação dos hormônios sexuais, com destaque para o estrogênio, desencadeia uma série de transformações no corpo das meninas. É importante compreender que o momento e a velocidade dessas mudanças podem variar consideravelmente de uma adolescente para outra. A puberdade é um estágio normal e saudável do desenvolvimento, mas pode vir acompanhada de desafios emocionais. Dentre as mudanças mais notáveis estão:
Crescimento e Estatura: As meninas experimentam um crescimento rápido em altura durante os primeiros estágios da puberdade, o estirão de crescimento. Isso pode variar de acordo com a genética individual, mas em média ocorre entre os 10 e 14 anos. É normal que as adolescentes sintam uma certa estranheza em relação ao corpo e que suas proporções não pareçam adequadas ou harmônicas.
Desenvolvimento Mamário: É um dos primeiros sinais da puberdade, geralmente começa entre os 8 e 13 anos, sendo uma das mudanças mais visíveis durante a puberdade. Inicialmente, pode haver um aumento na sensibilidade dos seios, seguido pelo crescimento do tecido mamário. O desenvolvimento completo das mamas pode levar até 3 anos para acontecer e muitas vezes as meninas apresentam curiosidade e ansiedade para saber de que tamanho ficarão.
Crescimento de Pelos, Cabelo e Pele Oleosa: Há um aumento de pelos, principalmente na região pubiana e axilas. Além disso, alguns pelos finos podem aparecer nos braços e pernas. A pele pode se tornar mais oleosa e, em alguns casos, pode ocorrer o aparecimento de acne. Os cabelos também podem tornar-se mais oleosos.
Alargamento da pelve: A estrutura óssea da pelve alarga-se.
Distribuição de gordura corporal: A gordura corporal é redistribuída, com uma maior quantidade sendo depositada em quadris e coxas. Acentuando-se as curvas femininas.
Mudanças na Voz: A voz pode sofrer pequenas alterações, embora geralmente não seja tão notável quanto nas mudanças vocais dos meninos.
Desenvolvimento dos órgãos sexuais: Durante a adolescência, os órgãos sexuais internos e externos se desenvolvem. Os órgãos genitais externos femininos, como os lábios vaginais e o clitóris, amadurecem e se desenvolvem.
Mudanças nas unhas: Algumas meninas podem notar alterações nas unhas, como crescimento mais rápido ou alterações na textura.
Menarca
A menstruação é uma das primeiras transformações na vida das adolescentes, marcando o início da maturação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. A Dra. Andrea Nácul, da Comissão de Ginecologia Endócrina, explica que a primeira menstruação, conhecida como menarca, geralmente ocorre cerca de 2 a 6 anos após o início da puberdade. Esse período de transição, que inclui o estirão puberal, a telarca, e pubarca e, por fim, a menarca, tem duração média de 4 a 5 anos. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares e, ocasionalmente, anovulatórios, e a duração da menstruação varia amplamente, podendo durar apenas alguns dias ou, em casos excepcionais, mais de 8 dias. A menarca pode ou não ser acompanhada de cólicas, e o fluxo menstrual varia de escasso a intenso.
Nota de repúdio da FEBRASGO contra a atitude dos estudantes de medicina
A FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), entidade nacional que representa médicos ginecologistas e obstetras associados em todo Brasil, vem a público manifestar-se contra o ato causado por estudantes de Medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa) durante competição esportiva da Intermed, amplamente divulgado.
A Federação repudia e abomina veementemente situações em que as mulheres sejam desrespeitadas. Ainda destacamos a importância de total transparência por parte das instituições de ensino médico diante dessa situação. A universidade anunciou a expulsão dos envolvidos, e é fundamental que sejam divulgadas de forma clara as punições aplicadas a esses estudantes.
Dia da Segurança do Paciente: Conheça os principais cuidados éticos do ginecologista
Dia da Segurança do Paciente: Conheça os principais cuidados éticos do ginecologista
Neste ano, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu o tema "Promovendo a Participação dos Pacientes na Segurança dos Cuidados de Saúde" para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado em 17 de setembro. Este tema visa destacar a importância vital dos pacientes, seus familiares e cuidadores na garantia da segurança dos cuidados de saúde. A FEBRASGO, como associação, concentra seus esforços em reconhecer a relevância dos princípios éticos essenciais que um médico ginecologista deve seguir ao atender suas pacientes.
A Dra. Maria Auxiliadora, membro da Comissão de Ética da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, esclarece que os ginecologistas devem aderir aos princípios essenciais preconizados pelo Código de Ética Médica. Entre esses princípios, destacam-se a beneficência, a não maleficência, a autonomia e a justiça. Quando aplicados à especialidade que se dedica ao cuidado das mulheres, é incumbência do médico compreender os diferentes ciclos de vida e suas particularidades, proporcionando, assim, uma medicina centrada na pessoa. Isso faz uma diferença substancial no atendimento médico.
“É determinante que o médico se mantenha atualizado tecnicamente no campo da medicina, ao mesmo tempo em que aprimoramos nossa capacidade de empatia e acolhimento em relação às pacientes. Isso implica em utilizar uma linguagem direta, evitando o uso de termos técnicos complexos que possam dificultar o entendimento, porém, mantendo sempre a base em critérios fundamentados em evidências científicas. É importante destacar que existe uma diferença significativa entre se aproximar da paciente através de diálogos vazios e sem embasamento científico e um envolvimento genuíno e baseado em estudos e pesquisas. Nossa prioridade deve ser fortalecer a autonomia da paciente, proporcionando informações de alta qualidade, sempre pautadas no respeito e na ética médica”, pontua a Dra. Maria Auxiliadora.
Em 2016, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Recomendação CFM 1/2016 sobre o consentimento livre e esclarecido na prestação de cuidados médicos. Esta recomendação reforça aos médicos que abandonem a abordagem paternalista que caracterizou por muito tempo a relação com os pacientes, promovendo uma relação mais colaborativa e equitativa. Com isso, o CFM reconheceu e fortaleceu a autonomia dos pacientes, considerando-os titulares de direitos que devem estar plenamente informados sobre diagnósticos, prognósticos e opções de tratamento. O objetivo é proporcionar informações claras e objetivas, melhorando a segurança do atendimento médico e permitindo que o paciente possa consentir ou recusar o tratamento proposto.
A FEBRASGO desempenha um papel importante ao fornecer educação continuada aos ginecologistas e obstetras do Brasil, orientando-os sobre protocolos e Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) nas diversas áreas da saúde da mulher.
Segurança da Mãe e Bebê
A fim de assegurar a segurança tanto da mãe quanto do bebê, a Organização Mundial de Saúde (OMS) endossa o Protocolo "Intrapartum care for a positive childbirth experience", que compreende orientações essenciais para a gestão do trabalho de parto e parto. Além disso, o Ministério da Saúde desenvolveu Diretrizes Nacionais destinadas a orientar a assistência no período de parto e pós-parto.
“Tudo se inicia desde o planejamento pré-concepção, incluindo o respeito aos direitos reprodutivos e aconselhamento sobre o momento mais adequado para a gestação. Em seguida, durante o pré-natal, é fundamental garantir um acompanhamento adequado, acesso a exames, cuidados de medicina preventiva e a adoção de boas práticas obstétricas. É crucial oferecer uma rede de suporte que inclua o encaminhamento de gestantes em situação de alto risco, bem como aquelas em risco habitual, garantindo cuidados abrangentes tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. As complicações hemorrágicas continuam a representar ameaças à vida, e as equipes de saúde devem estar devidamente capacitadas para realizar intervenções quando necessário”, destaca a médica.
Além disso, o período pós-parto não deve ser negligenciado, pois não se trata apenas do cuidado com o recém-nascido. A mãe também deve estar no centro das atenções, recebendo cuidados físicos e emocionais de igual importância.
Segurança do paciente vítima abuso sexual e violência de gênero
A especialista da FEBRASGO ressalta que o médico ginecologista desempenha um papel fundamental ao oferecer uma escuta qualificada e coordenar o encaminhamento dentro de uma rede de apoio para garantir a segurança física e emocional das mulheres que enfrentam situações de violência. Para realizar essa tarefa, é imprescindível que o médico esteja familiarizado com os diversos tipos de violência contra a mulher.
A atenção às vítimas de violência não se limita apenas àquelas que apresentam evidências visíveis no corpo. Muitas vezes, as queixas podem se manifestar de forma indireta por meio de sintomas inespecíficos, como depressão, ansiedade, dor durante a relação sexual, dor pélvica crônica, infecções sexualmente transmissíveis e insônia. Portanto, o acompanhamento da mulher requer uma abordagem sensível e atenta a esses sinais, reconhecendo que a violência pode se manifestar de maneiras diversas e nem sempre evidentes.
Conselho Federal de Medicina divulga Nova Resolução de Publicidade Médica
Na manhã da última terça-feira (13), o Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou a implementação de novas diretrizes para a divulgação, publicidade e exposição de procedimentos e serviços médicos em diversas mídias, com foco especial na internet e nas redes sociais. Os profissionais médicos agora terão à disposição orientações mais flexíveis para compartilhar informações, desde que dentro de um contexto regulamentado e responsável, conforme destacado pela diretoria do Conselho.
Mais informações podem ser encontradas na próxima edição da Revista Femina, onde a Febrasgo está produzindo um artigo sobre o tema.
Leia mais no portal do CFM.
Mulheres têm risco maior de apresentar episódios depressivos, quando comparadas aos homens, alerta FEBRASGO
Oscilações hormonais é um dos principais fatores que impactam na saúde mental feminina
O mês de setembro é reconhecido como Setembro Amarelo, um período designado para a prevenção do suicídio. Iniciada no Brasil em 2015, essa campanha tem como propósito sensibilizar a sociedade sobre a temática do suicídio e saúde mental e implementando medidas preventivas. Contudo, os distúrbios mentais não afetam todas as pessoas de maneira igual. As mulheres, por exemplo, frequentemente enfrentam o desafio de uma dupla jornada de trabalho (tanto no âmbito profissional quanto no pessoal), além de vivenciarem experiências de violência física e psicológica ao longo da vida.
De acordo com o Índice Instituto Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM), desenvolvido pelo Instituto Cactus, quando observamos os fatores sociodemográficos, um aspecto que merece destaque é a constatação de que aqueles que estão em busca de emprego, mulheres, jovens e membros da comunidade LGBTQIA+, especialmente as pessoas trans, apresentam índices de saúde mental mais baixos do que a média. No caso das mulheres, a pontuação foi registrada em 600, evidenciando uma diferença negativa de 72 pontos em comparação aos homens, cuja pontuação foi de 672.
Carmita Abdo, psiquiatra e membro da Comissão Especializada em Sexualidade da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), explica que devido às oscilações hormonais (fisiológicas), ao longo da vida, as mulheres têm risco maior de apresentar episódios depressivos, quando comparadas aos homens. “Esse risco, durante a vida, é de 5% a 12% para o sexo masculino e de 10% a 25% para o feminino, nos diversos períodos da sua vida reprodutiva e não reprodutiva (período pré-menstrual, gravidez, puerpério, perimenopausa e pós menopausa)”, alerta a médica.
Os transtornos de ansiedade e depressão são as duas condições de prejuízo à saúde mental que mais acometem mulheres. “A ansiedade se caracteriza por sintomas físicos, psicológicos e cognitivos. Diante de estresse ou perigo, essas reações são naturais. Por outro lado, algumas pessoas se sentem extremamente ansiosas com as atividades corriqueiras, o que representa ansiedade patológica”, alerta a Carmita.
A ansiedade patológica é caracterizada por respostas inadequadas em intensidade e duração diante de estímulos específicos, acompanhada de preocupações relacionadas a ameaças que não se concretizaram. Esta condição afeta 9% da população, sendo duas vezes mais comum em mulheres. Os sintomas incluem dificuldade de concentração, preocupação excessiva, inquietação, tremores, hiperatividade, taquicardia, palpitação, sudorese, tontura, boca seca e náusea, podendo ocorrer de forma isolada ou combinada, resultando em considerável desconforto e sofrimento. Essa experiência se prolonga por várias semanas ou meses, manifestando-se na maioria dos dias.
Depressão
A depressão, por sua vez, se caracteriza por humor triste, baixa autoestima, isolamento social, crises de choro, lentificação ou agitação psicomotora, dificuldade de concentração e decisão, prejuízo da memória, ideias de culpa, ruína e de suicídio, sintomas físicos (fadiga, perda ou aumento do apetite, do sono, do interesse sexual e dores generalizadas ou localizadas). Em outras palavras, os transtornos depressivos incluem uma ampla variedade de manifestações, cuja característica comum é o humor triste, vazio ou irritável, associado a alterações físicas, que afetam significativamente a funcionalidade.
Um tipo específico de transtorno depressivo é o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), que se manifesta por sintomas com intensidade suficiente para impactar o cotidiano da mulher (vida profissional e social, relacionamento interpessoal e sexual), como detalhado adiante.
“É comum que aqueles que têm transtornos de ansiedade também enfrentem a depressão ou vice-versa. Cerca de 10% da população mundial sofre de ansiedade e depressão, o dobro de mulheres comparativamente aos homens. No entanto, embora os transtornos de ansiedade e depressivos sejam tratáveis, apenas uma pequena porcentagem das pessoas afetadas recebe tratamento”, pontua Carmita.
Sintomas de saúde mental que as mulheres devem estar atentas
A médica da FEBRASGO enfatiza a relevância de procurar a orientação de um profissional de saúde mental quando se manifestarem sintomas mentais graves ou angustiantes persistindo por duas semanas ou mais, tais como:
- dificuldade para dormir;
- mudanças de apetite que resultam em alterações de peso para mais ou para menos;
- dificuldade para sair da cama, devido ao humor negativo;
- dificuldade de concentração;
- perda de interesse em atividades que antes eram agradáveis;
- incapacidade de desempenhar funções e responsabilidades diárias habituais.
Prevenção
A Dra. Carmita expõe algumas medidas que ajudam tanto a prevenir doenças mentais quanto auxiliar na efetividade do tratamento. “Entre elas estão adoção de hábitos de vida saudáveis, evitando práticas como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas ilícitas, sono insuficiente, sedentarismo, dieta hipercalórica e gordurosa e beber pouca água. Medicamentos podem desempenhar papel importante no tratamento de condições mentais, sendo frequentemente utilizados em combinação com outras abordagens, tal como psicoterapia e exercício físico. Muitas vezes a psicoterapia é suficiente, se combinada a bons hábitos de vida. O profissional de saúde vai avaliar cada caso e definir qual a melhor alternativa de tratamento”, frisa Carmita.
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