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Dia Nacional da Mulher: Conheça os principais cuidados no climatério

O Dia Nacional da Mulher é celebrado anualmente em 30 de abril no Brasil, sendo uma ocasião importante para promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres na sociedade. Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) ressalta a importância do atendimento à mulher durante o período da menopausa, destacando a necessidade de cuidados específicos e apoio médico adequado para essa fase da vida feminina.

 

A Dra. Lucia Helena, presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO, ressalta que os cuidados ao longo da vida são essenciais, mas neste momento devem receber uma atenção especial. A médica recomenda uma boa alimentação, com o consumo de alimentos ricos em cálcio, que é muito importante nessa fase da vida para a elevação da qualidade óssea, controlar o peso, evitar o ganho de peso, e evitar o tabagismo. Praticar atividade física também é fundamental para a saúde de um modo geral e colher benefícios para um envelhecimento saudável no futuro. “Conversar sempre com o ginecologista é essencial, pois cada mulher pode ter necessidades específicas dependendo da condição de saúde que ela tem. Mas tudo o que ela pode fazer para passar por esse momento de uma forma mais saudável e também ter saúde para ter uma boa fase de envelhecimento, é o que recomendamos”, afirmou.

 

Segundo a especialista, não há uma idade precisa ou um momento definido que seja igual para todas as mulheres quando se trata da menopausa. A partir dos 40 anos, no entanto, muitas mulheres podem começar a experimentar alterações em seus ciclos menstruais. Isso pode se manifestar como irregularidade menstrual, com períodos que falham em chegar regularmente todos os meses. Além disso, algumas mulheres podem começar a experimentar sintomas como ondas de calor, distúrbios do sono e irritabilidade, que são comuns durante a transição para a menopausa. Esses sintomas podem ocorrer antes de completar um ano sem menstruação, o que é considerado o marco oficial da menopausa.

 

É possível atravessar a menopausa sem sintomas perceptíveis?

 

A Dra. Lucia enfatiza que a menopausa marca a cessação da menstruação, ocorrendo quando uma mulher passa 12 meses sem menstruar. Embora a média de ocorrência seja aos 50 anos, é comum começarem a ocorrer alterações antes dessa idade.No entanto, é importante notar que cerca de 80% das mulheres experimentam algum tipo de sintoma durante essa fase, e a intensidade desses sintomas pode variar significativamente de uma mulher para outra. “Nem todas as mulheres precisam necessariamente procurar tratamento médico ou tomar medicamentos, pois a intensidade dos sintomas pode ser leve para algumas e mais intensa para outras”, frisou a médica.

 

Sintomas

 

Em relação aos sintomas da menopausa, há uma grande variedade. Entre os sintomas físicos, um dos mais incômodos e frequentemente relatados pelas mulheres é o fenômeno das ondas de calor. Essas ondas de calor consistem em uma sensação súbita de calor que afeta principalmente a parte superior do corpo, como o rosto e o pescoço, acompanhada por transpiração e, por vezes, palpitações e taquicardia. As sensações podem ser bastante desconfortáveis ​​e geralmente motivam as mulheres a procurar ajuda médica. Além das ondas de calor, as alterações de sono, como insônia, e as alterações psicológicas, como irritabilidade e alterações de humor, também são comuns durante a menopausa.

 

Terapia Hormonal

 

Não é necessário que toda mulher faça terapia de reposição hormonal, mas aquelas que experimentam sintomas da menopausa e acham que esses sintomas estão afetando significativamente sua qualidade de vida são aconselhadas a considerar a terapia de reposição hormonal. “Essa terapia pode ajudar a aliviar os sintomas desconfortáveis da menopausa. É importante ressaltar que nem todas as mulheres experimentam sintomas, como mencionado anteriormente”, destacou a especialista.

 

Toda mulher deve fazer reposição hormonal?

 

Fazer reposição hormonal está indicado para mulheres que passam por uma condição conhecida como menopausa precoce, onde a menopausa ocorre antes dos 40 anos. Mesmo que essas mulheres não apresentem sintomas, como no caso de uma paciente que teve o útero e os ovários removidos por cirurgia aos 35 anos, é importante considerar a reposição hormonal até por volta dos 50 anos, quando a menopausa naturalmente ocorreria. Isso porque a ausência desses hormônios pode levar a uma série de consequências negativas a longo prazo. Para essas mulheres com menopausa precoce, a reposição hormonal é recomendada, mesmo na ausência de sintomas.

Em outras situações, a reposição hormonal é realizada para aliviar os sintomas da menopausa, e também sabemos que traz benefícios adicionais, como a prevenção da osteoporose e a redução do risco de doenças cardiovasculares. “Embora esses benefícios não sejam necessariamente percebidos de imediato, são importantes a longo prazo para a saúde da mulher”, finaliza Dr. Lucia.

 

Nota de Falecimento

É com profundo pesar que a diretoria da FEBRASGO comunica o falecimento de seu sócio, Dr. Cesar Pereira Lima, ocorrido em Porto Alegre no dia 26/04/2024. Cesar Pereira Lima foi um brilhante professor de Ginecologia e Obstetrícia das Faculdades de Medicina da PUC-RS e da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Presidiu a SOGIRGS entre 1991 e 1994 e foi Vice-Presidente da Região Sul da FEBRASGO entre 1998 e 2001. Cesar Pereira Lima teve intensa atuação associativa na SOGIRGS e na FEBRASGO, constituindo-se uma das grandes lideranças da nossa entidade.

Hipertensão arterial e os impactos significativos na saúde da mulher em diferentes fases da vida

FEBRASGO faz um alerta sobre a doença que pode permanecer silenciosa e sem sintomas evidentes

 

Em 26 de abril, destacamos a importância de enfrentar uma das principais ameaças à saúde cardiovascular: a hipertensão arterial. Este é um momento fundamental para conscientizar sobre a vital importância de reconhecer e tratar essa condição, que afeta aproximadamente 30% da população brasileira, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). A doença pode permanecer silenciosa, sem manifestar sintomas evidentes em muitos casos.

 

A Dra. Gabriela Pravatta, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que a hipertensão arterial é uma condição bastante comum, com impactos significativos na saúde da mulher em diferentes fases da vida. “Durante o período reprodutivo, conhecido como menacme, a hipertensão arterial representa uma contraindicação relativa ao uso de certos métodos contraceptivos, especialmente aqueles que contêm estrogênio, devido ao potencial de aumento do risco de picos de pressão e eventos tromboembólicos. Além disso, a hipertensão pode estar relacionada a condições como a Síndrome dos Ovários Policísticos, uma das endocrinopatias mais comuns em mulheres durante o menacme”, afirmou a ginecologista.

 

Na menopausa, a hipertensão pode surgir ou se agravar devido às mudanças nos níveis hormonais, especialmente à diminuição do estrogênio, que possui efeito vasoprotetor. Mulheres com hipertensão podem enfrentar uma menopausa mais sintomática ou apresentar um aumento do risco cardiovascular durante essa fase. Ao longo da vida, as mulheres hipertensas têm um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares em geral.

  

“Existem várias medidas que as mulheres podem adotar para melhorar o controle da pressão arterial e reduzir os riscos associados. Uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras, e com restrição de sódio, gorduras saturadas e colesterol, é especialmente recomendada. Inclusive, há uma dieta específica para pessoas hipertensas, conhecida como DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension). Além disso, a prática regular de atividade física pode contribuir significativamente para o controle da pressão arterial”, enfatizou a Dra. Gabriela.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Outras medidas não farmacológicas importantes incluem parar de fumar, reduzir ou eliminar o consumo de álcool e monitorar regularmente a pressão arterial, tanto em casa quanto durante consultas médicas.

 

Hipertensão Gestacional

 

A Dra. Joeline Cerqueira, membro da Comissão de Pré-natal da FEBRASGO, alerta que a doença é uma das principais causas de mortalidade materna. “A condição tem alto índice de internações, principalmente no SUS, representando risco em todas as esferas para mãe e para o feto. A medida da pressão arterial deve ser feita em todas as consultas, independentemente de ter sintomas ou não", frisa a médica.

 

Sintomas

 

A Dra. Gabriela explica que os sintomas mais frequentes são dores de cabeça, especialmente quando severas e persistentes, tontura, alterações visuais como visão turva ou embaçada, palpitações e fadiga. Devido à natureza inespecífica dos sintomas e à possibilidade de o quadro ser assintomático, o monitoramento da pressão arterial é fundamental para identificar a hipertensão. Portanto, é recomendado que a pressão arterial seja aferida pelo menos duas vezes ao dia. É importante que a pessoa esteja sentada e relaxada por pelo menos 5 minutos antes de realizar a medição, e que tente medir a pressão arterial sempre nas mesmas condições para obter resultados consistentes. É aconselhável anotar os valores pressóricos obtidos e levá-los ao médico para interpretação dos resultados.

 

Tratamento

 

A hipertensão arterial tem tratamento, que deve ser realizado de forma individualizada. Em algumas situações, medidas não farmacológicas isoladas podem ser adotadas, tais como controle da dieta, perda de peso e prática de exercícios regulares. Em outros casos, o uso de medicamentos é necessário, podendo incluir diuréticos, betabloqueadores, inibidores do canal de cálcio ou outras classes farmacológicas, dependendo de cada situação específica.

 

 Hipertensão arterial e o Ciclo Menstrual

 

A hipertensão arterial pode afetar o ciclo menstrual e a saúde relacionada à menstruação de várias maneiras, mesmo que não seja tão evidente quanto outras complicações de saúde. Alguns efeitos possíveis incluem:

  • Alterações hormonais: A hipertensão pode causar desequilíbrios hormonais que afetam o ciclo menstrual, como na síndrome do ovário policístico.
  • Uso de medicamentos: Alguns medicamentos para hipertensão podem ter efeitos colaterais que influenciam o ciclo menstrual, como os betabloqueadores.
  • Estresse e saúde vascular: A hipertensão está ligada ao estresse, que pode afetar os hormônios reguladores do ciclo menstrual, além de comprometer a saúde vascular, afetando a circulação sanguínea em órgãos reprodutivos.
  • Impacto na fertilidade: A hipertensão pode afetar a saúde dos vasos sanguíneos no útero, prejudicando a fertilidade.
  • Menopausa precoce: Mulheres com hipertensão podem ter maior probabilidade de entrar na menopausa mais cedo, aumentando o risco de outras condições de saúde.

“É importante que mulheres com hipertensão conversem com seus médicos sobre essas questões, para receber orientações personalizadas sobre o manejo da hipertensão e seus efeitos na saúde reprodutiva. Um controle eficaz da pressão arterial e uma abordagem holística para a saúde geral podem ajudar a minimizar esses impactos”, ressalta a Dra. Gabriela.

NOTA A RESPEITO DA MODIFICAÇÃO NA CNRM

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia vem a público manifestar repúdio em relação ao decreto presidencial 11999 de 17 de abril de 2024.
O referido decreto reduziu a representatividade médica na Comissão Nacional de Residência Médica. Tal medida é contrária à função primordial da comissão, que é eminentemente técnica.
Esperamos que haja revisão do decreto em benefício da segurança dos pacientes, da qualificação da formação dos médicos especialistas e da saúde da população brasileira.

Confira conteúdo sobre o tema, no site da AMB: https://amb.org.br/noticias/amb-e-outras-entidades-medicas-enviam-oficio-a-presidencia-da-republica-manifestando-indignacao-com-a-publicacao-do-decreto-no-11-999/
 
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