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Mulheres negras são as mais afetadas por eclâmpsia e mortalidade materna

Ginecologistas alertam que a falta de acesso adequado aos tratamentos é uma das principais causas dessa desigualdade

 

No Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial, 21 de março, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância de olhar com atenção para a saúde das mulheres negras, que ainda enfrentam desafios significativos no acesso a um atendimento de qualidade e apresentam taxas mais altas de mortalidade materna.

 

Uma pesquisa do IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde) e do Instituto Çarê revela que mulheres pretas e pardas são as mais afetadas por pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia, além de liderarem as estatísticas de mortalidade materna no Brasil. Entre 2014 e 2021, a cada 1.000 mulheres em trabalho de parto, 28,4 tiveram essas complicações. Desse total, 24,9 eram mulheres brancas, 27,5 pardas e 32,8 pretas, evidenciando a desigualdade relacionada à cor da pele na saúde materna.

 

A Dra. Fernanda Surita, vice presidente da Comissão Especializada em Violência Sexual e Interrupção Gestacional Prevista em Lei da FEBRASGO, explica que diversos fatores contribuem para a maior incidência da doença entre mulheres negras. “As mulheres negras apresentam maior risco de desenvolver distúrbios hipertensivos durante a gestação e de manifestar quadros mais graves, incluindo a pré-eclâmpsia. A causa dessa disparidade nos distúrbios hipertensivos na gravidez é multifatorial. Não há razões biológicas que justifiquem esse maior risco, mas sim uma associação de diversos determinantes sociais e econômicos, como dificuldade de acesso aos serviços de saúde, menor qualidade na atenção recebida, menor nível de educação e menor renda”, afirmou.

A Dra. Amanda Dantas destaca que estudos demonstram que mulheres negras apresentam não apenas maior incidência de pré-eclâmpsia, mas também maior morbidade, mortalidade e piores desfechos decorrentes da doença. “No entanto, ainda há uma carência de pesquisas que comparem especificamente a resposta ao tratamento entre mulheres negras e não negras. Alguns estudos buscaram identificar possíveis fatores biológicos ou genéticos que justificassem esses piores resultados, mas há uma crescente evidência de que a principal causa está relacionada a um conjunto de fatores sociais complexos, incluindo a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o que pode resultar em atrasos no início do tratamento adequado”, diz a médica.

 

As mesmas medidas de prevenção são indicadas para essa população, sem diferenças em relação à etnia. A prevenção com AAS e carbonato de cálcio segue as mesmas recomendações, baseadas nos fatores de risco, tanto para mulheres negras quanto para não negras. A cor da pele, isoladamente, não é um critério para iniciar a profilaxia. Por outro lado, é fundamental destacar que a redução das iniquidades em saúde e a garantia de acesso universal a serviços de qualidade para todas as mulheres representam a melhor forma de prevenção.

 

 

Acesso ao Pré-natal

 

A Dra. Fernanda ressalta que o acesso ao planejamento reprodutivo e à assistência pré-natal adequados é a melhor forma de prevenir a maioria das complicações obstétricas em qualquer população. Isso vale não apenas para distúrbios hipertensivos, como a pré-eclâmpsia, mas também para diabetes, infecções congênitas, anemia, entre outras condições. O objetivo do pré-natal é a prevenção e promoção da saúde, além da detecção precoce e do tratamento adequado de comorbidades para evitar complicações graves.

“As mulheres negras apresentam maior dificuldade de acesso ao pré-natal, têm mais chances de não realizá-lo ou de iniciá-lo tardiamente, fazem menos consultas e, quando as fazem, essas consultas costumam durar menos tempo. Tudo isso contribui para um maior risco de diversos problemas, inclusive a pré-eclâmpsia. O menor acesso aos serviços de saúde por esse grupo de mulheres ocorre devido a uma combinação de diversos fatores, que se interseccionam e que têm um efeito multiplicativo, como piores condições socioeconômicas e discriminação de gênero, cor de pele e classe social”, finaliza a médica.

FEBRASGO lança Campanha #EuVejoVocê: Pelo fim da violência contra a mulher em todas as fases da vida

No Mês da Mulher, a Federação e as Sociedades Estaduais de Ginecologia e Obstetrícia se unem para promover debates e encontros entre especialistas, visando discutir ações concretas no combate à violência contra a mulher

 

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), comprometida com o pleno respeito à saúde e bem-estar das mulheres, inicia a Campanha Nacional #EuVejoVocê – Pelo fim da violência contra a mulher em todas as fases da vida junto com as Sociedades Estaduais. A iniciativa também tem como objetivo discutir ações que possam impactar na redução da violência contra a mulher em todas as fases da vida, incluindo a mulher médica em exercício.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 apontou um crescimento em todas as modalidades de violência contra mulheres no último ano. O documento, elaborado com base em informações oficiais dos órgãos de Segurança Pública, revelou um aumento de 48,7% nos casos de importunação sexual (41.371 registros), 33,8% nos casos de violência psicológica (38.507 registros) e 9,8% nas agressões decorrentes de violência doméstica (258.941 registros). Outro dado importante, aponta que, no Brasil, ocorre um estupro a cada 6 minutos, sendo 88,2% das vítimas do sexo feminino e 61,6% delas têm até 13 anos de idade.

Neste contexto, o objetivo da campanha é desconstruir os discursos que sustentam a violência, promovendo uma reflexão constante sobre o tema. A FEBRASGO junto com as Sociedades Estaduais de Ginecologia e Obstetrícia estarão unidas na organização de debates e encontros entre os profissionais das especialidades para a discussão de ações efetivas em prol a redução da violência contra a mulher, além da produção de conteúdo para sensibilizar e informar a sociedade, celebrando e empoderando a profissão de ginecologista, destacando sua relevância no cuidado à mulher.

“Nós devemos agir e amparar as mulheres na identificação da violência e na capacitação para as tomadas de decisões. O conhecimento permite que o médico atue, desde a escuta adequada, o acolhimento, notificação, registro, acompanhamento e encaminhamento articulado e intersetorial”, destaca a Dra. Maria Celeste Osório Wender, presidente. 

A Dra. Maria Auxiliadora Budib, uma das idealizadoras da campanha e membro da Comissão de Defesa e Valorização da FEBRASGO, destaca que a violência contra a mulher continua a ser uma das questões mais devastadoras em nosso país. “Ao longo da vida, uma em cada três mulheres pode ser submetida à violência em suas diversas formas, desde a psicológica até a física, passando pela patrimonial e moral. Essa violência impacta diretamente a saúde da mulher. Precisamos, urgentemente, enfrentar essa temática e promover a igualdade de gênero, incentivando relacionamentos respeitosos e saudáveis”, reforça.

 

Violência Contra a mulher médica

Outro aspecto que será tratado será a “Violência contra a mulher médica”. Dados apontam que seis em cada dez mulheres médicas já relataram algum tipo de assédio, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho. A pesquisa, conduzida pela Associação Médica Brasileira e pela Associação Paulista de Medicina, revelou que 51,14% das médicas já sofreram agressões verbais ou físicas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas de prevenção e de apoio, não apenas para combater a violência, mas também para promover a equidade e o respeito nas instituições de saúde.

A FEBRASGO, por meio de seu Núcleo Feminino, dedica-se a apoiar iniciativas que implementem políticas eficazes no combate a todas as formas de violência. O grupo tem como objetivo principal promover a conscientização sobre as questões de saúde das mulheres e apoiar políticas e iniciativas que garantam a saúde feminina, assegurando o direito das mulheres de tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.

Para alcançar esse propósito, o Núcleo Feminino incentiva a colaboração entre ginecologistas-obstetras, pesquisadoras e defensoras dos direitos das mulheres, criando um ambiente de troca de conhecimento e recursos, além de fomentar a pesquisa e a inovação na saúde da mulher e incentivar o debate sobre temas relevantes, como os desafios na carreira, no mercado de trabalho, no empreendedorismo, na saúde física e mental, e na qualidade de vida, incluindo essas discussões nas programações dos congressos da FEBRASGO.

Também faz parte do Grupo, o desenvolvimento de programas educacionais e a oferta de oportunidades de treinamento para mulheres profissionais da obstetrícia e ginecologia são fundamentais para aprimorar seus conhecimentos e habilidades, assegurando um atendimento de excelência à saúde feminina.

“Nosso objetivo é incentivar a criação de redes de apoio entre especialistas, promovendo a troca de experiências, fortalecendo a solidariedade entre as profissionais e implementando programas de mentoria que conectem médicas experientes com as recém-formadas, contribuindo para o desenvolvimento e o empoderamento no ambiente de trabalho”, diz a Dra. Lia Cruz, Diretora de Defesa e Valorização Profissional da FEBRASGO.  “Somente por meio de um esforço conjunto será possível alcançar uma medicina mais inclusiva, equitativa e livre de violência”, finaliza.

Dia Internacional da Mulher: a importância do ginecologista na atenção integral à saúde feminina, da infância ao pós menopausa

Em 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher, uma data marcada pela reflexão sobre a importância do bem-estar feminino em diversas esferas, incluindo a saúde. Neste contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca o importante papel do ginecologista em todas as fases da vida da mulher.

Desde a adolescência até a pós-menopausa, a mulher exige cuidados médicos contínuos e integrados para prevenir doenças ginecológicas e garantir uma vida mais saudável. Dentre os fatores críticos que demandam atenção médica estão as alterações no ciclo menstrual, sangramentos anormais, dor pélvica, nódulos mamários, infertilidade, além de sintomas relacionados à sexualidade e bem-estar emocional.

Infância e Adolescência: Começando o autocuidado cedo

A adolescência, período entre os 10 e 19 anos, é a fase inicial em que a saúde ginecológica da mulher deve ser acompanhada de perto. A primeira consulta ao ginecologista deveria ocorrer por volta dos 10 anos, conforme orientações da Organização Mundial da Saúde.

A Dra. Rosana Maria dos Reis, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto-Puberal da FEBRASGO, explica que a adolescência é um momento muito interessante para que os médicos iniciem o acompanhamento, pois a paciente tende a se sentir mais à vontade e descontraída. “Essa confiança facilita a abordagem sobre temas delicados como sexualidade e prevenção de doenças”, diz a médica.

É importante que as jovens não esperem por problemas como menstruação irregular ou início das relações sexuais para buscar atendimento. O ginecologista é o profissional que pode orientá-las sobre os cuidados com a saúde menstrual, sexualidade, nutrição e atividade física.

Além disso, a especialista destaca ser essencial que as adolescentes aprendam sobre autocuidado, com foco em hábitos saudáveis como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas, e cuidados com saúde mental e emocional. A prevenção de doenças, como as sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidez não planejada, também faz parte da orientação dessa faixa etária.

Vida adulta: O olhar atento da ginecologia

A mulher entre 20 e 40 anos passa por várias mudanças, como o início da vida sexual, possíveis gravidezes e outras questões de saúde específicas. A ginecologista Andrea Prestes Nácul, membro da Comissão de Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, destaca: "É fundamental que a mulher consulte o ginecologista pelo menos uma vez ao ano. Queixas como cólica menstrual intensa, sangramentos anormais e dor nas relações sexuais, por exemplo, não devem ser ignoradas".

Esse período é um momento crucial para exames preventivos, como o Papanicolau, que ajuda a detectar precocemente o câncer de colo do útero. O acompanhamento médico também é importante para o planejamento familiar, orientação sobre contracepção, preservação da fertilidade no caso em que há uma necessidade de postergar a maternidade e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Menopausa: Saúde no climatério e pós-menopausa


A menopausa, que ocorre em média entre os 48 e 51 anos, marca o fim do período reprodutivo. O Dr. Jaime Kulak, membro da Comissão de Climatério da FEBRASGO, explica que já na transição menopausal, as mulheres apresentam alterações menstruais e sintomas como ondas de calor e insônia. "O climatério abrange toda a transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo. É um momento em que as mulheres necessitam de acompanhamento especializado para lidar com os sintomas e os riscos à saúde", ressalta o médico.

A abordagem no climatério inclui orientações sobre alimentação, prática regular de exercícios e, quando indicado, terapia hormonal para controle dos sintomas. O tratamento deve ser individualizado, considerando as necessidades e riscos de cada mulher. O acompanhamento médico contínuo durante essa fase da vida é essencial para o controle da saúde óssea, cardiovascular e emocional.

“O cuidado médico da mulher deve ser integral e contínuo, considerando cada fase de sua vida. Da adolescência à menopausa, a atenção à saúde ginecológica não só previne doenças, mas também promove qualidade de vida. A conscientização sobre a importância do acompanhamento médico ao longo da vida é um passo fundamental para garantir o bem-estar das mulheres em todas as idades”, finaliza o Dr. Jaime.

Ministério da Saúde lança campanha para vacinar 3 milhões de adolescentes contra o HPV

No Brasil, existem pelo menos 7 milhões de adolescentes entre 15 e 19 anos que não foram vacinados contra o HPV, mesmo após terem ultrapassado a faixa etária recomendada para a imunização, que vai dos 9 aos 14 anos. Em resposta a isso, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de resgate para identificar e vacinar esses jovens.

O HPV é o vírus responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, o terceiro tipo mais comum entre as mulheres brasileiras. A ação acontece próximo ao mês de março que é dedicado à campanha "Março Lilás" que visa aumentar conscientização e prevenção sobre a doença. A campanha inicial será realizada em 121 municípios com as menores coberturas vacinais, onde vivem quase 3 milhões de adolescentes não imunizados, de ambos os sexos. O objetivo é vacinar pelo menos 90% desse público. Aqueles que não tiverem certeza sobre a vacinação também serão imunizados como precaução.

Para garantir o sucesso da campanha de resgate, os estados participantes deverão solicitar doses extras da vacina ao Ministério da Saúde, que será responsável pela compra e distribuição. Além disso, uma cartilha divulgada nesta semana orienta que a vacinação seja realizada também fora das unidades de saúde, em locais como escolas e shoppings.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) apoia a campanha de vacinação contra o HPV, reconhecendo sua importância na proteção da saúde da mulher e na prevenção do câncer de colo de útero. “Como entidade comprometida com a saúde ginecológica, reforçamos a necessidade de aumentar a cobertura vacinal e conscientizar a população sobre os benefícios da vacinação e do rastreamento regular. Com esse apoio, buscamos garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações”, destaca a Dra. Cecília Maria Roteli, secretária da Comissão Especializada em Vacinas da FEBRASGO.

Até 2044, quase metade da população adulta brasileira será obesa

Excesso de peso pode reduzir a fertilidade, aumentar a predisposição para a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e causar irregularidades ou até mesmo a ausência de ovulação

 

De acordo com estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), até 2044, 48% da população adulta brasileira será obesa e 27% terão sobrepeso. Desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 4 de março como o Dia Mundial da Obesidade, com o objetivo de disseminar informações, aumentar a conscientização sobre os riscos associados à doença e combater o estigma social que ainda a envolve.

Para o Dr. José Maria Soares, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), os principais fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade nas mulheres incluem genética, estilo de vida sedentário, alimentação inadequada, distúrbios hormonais e alterações metabólicas, como resistência à insulina. Além disso, fatores como gravidez, menopausa e questões emocionais também desempenham um papel importante no aumento do peso, o que torna a prevenção e o tratamento da obesidade ainda mais desafiadores.

“A obesidade nas mulheres não apenas afeta a saúde geral, mas também tem impactos diretos no ciclo reprodutivo. O excesso de peso pode reduzir a fertilidade, aumentar a predisposição para a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e causar irregularidades ou até mesmo a ausência de ovulação. Além disso, a obesidade está associada a distúrbios menstruais e ovarianos, elevando o risco de cânceres ginecológicos, como os de ovário, mama e endométrio”, ressalta o médico.

Do ponto de vista da saúde feminina, a obesidade possui uma forte conexão com a síndrome dos ovários policísticos, desempenhando um papel significativo no seu desencadeamento. “Compreender a fisiopatologia da obesidade e as opções de tratamento disponíveis é fundamental para que os ginecologistas possam oferecer um cuidado mais eficaz às mulheres que enfrentam essa importante questão de saúde”, explica

A obesidade também tem um impacto negativo na fertilidade feminina. Mulheres com sobrepeso apresentam mais irregularidades menstruais e uma chance reduzida de concepção natural em um ano, em comparação com aquelas com peso saudável.

“Este é um problema de saúde pública global que afeta mulheres em diferentes fases de suas vidas. Os ginecologistas obstetras desempenham um papel essencial na identificação de fatores de risco, diagnóstico e tratamento da obesidade, um desafio significativo para a saúde das mulheres”, enfatiza o Dr. José Maria.

Prevenção

O médico da FEBRASGO destaca que a prevenção da obesidade começa com a adoção de hábitos saudáveis que promovam o equilíbrio entre alimentação e atividade física. Manter uma dieta balanceada, rica em frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras, é essencial para evitar o acúmulo de peso excessivo. Além disso, é importante controlar as porções e evitar alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares, que contribuem para o aumento do peso.

“A prática regular de exercícios físicos, como caminhadas, corridas, musculação ou atividades que promovam o bem-estar, deve ser incorporada à rotina diária, ajudando não só na queima de calorias, mas também no fortalecimento do corpo e na melhora do metabolismo. Evitar o sedentarismo, estabelecer uma boa qualidade de sono e gerenciar o estresse também são fundamentais para manter o peso saudável. Essas pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer toda a diferença na prevenção da obesidade e na promoção de uma vida mais saudável e equilibrada”, diz.

Tratamento

O tratamento da obesidade geralmente começa com a mudança do estilo de vida, independentemente do IMC da pessoa. No entanto, o médico explica que para muitas pessoas, essa abordagem não traz os resultados esperados e nem sempre ela é suficiente para não apenas perder peso.

Quando a mudança de hábitos não é suficiente, o próximo passo é considerar o uso de medicamentos. Porém, para iniciar esse tratamento, não basta apenas o desejo do paciente; é necessário que ele atenda a critérios específicos. "O uso de medicamentos é indicado para pessoas com IMC superior a 30 que não apresentaram resultados com a mudança de estilo de vida, ou para aquelas com IMC de 27 ou mais, mas que também apresentam comorbidades associadas à obesidade", afirma o médico. Entre as comorbidades incluem-se hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, câncer, entre outras. O tratamento medicamentoso é sempre individualizado, levando em conta as necessidades e condições de cada paciente.

Em casos em que a mudança de estilo de vida e o tratamento medicamentoso não surtiram efeito, a cirurgia bariátrica — ou redução de estômago — pode ser uma opção. Ela é indicada para pessoas com IMC superior a 40 ou para aquelas com IMC superior a 35, desde que apresentem comorbidades associadas à obesidade e não tenham respondido adequadamente a outras abordagens terapêuticas.

Escolha do tratamento para câncer do colo do útero deve levar em consideração a maternidade, alerta especialista

Desejo de ter filhos ou o fato de já ter completado a família são fatores importantes na escolha das opções terapêuticas

Março é o mês de conscientização sobre o câncer do colo do útero, considerada a terceira neoplasia que mais atinge mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 17 mil mulheres serão diagnosticadas com a doença em 2025 no Brasil. Para aquelas que enfrentam o tratamento, o acompanhamento médico contínuo é essencial, não apenas para monitorar a recuperação, mas também para prevenir possíveis recidivas.

O Dr. Caetano Cardial, especialista em ginecologia oncológica da Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), explica que, após o diagnóstico do câncer do colo do útero, a mulher precisa passar por uma etapa chamada estadiamento. Isso significa realizar exames como tomografia, ressonância magnética ou PET-CT para entender melhor a extensão da doença e verificar se o câncer se espalhou para outras partes do corpo. Esses exames são fundamentais para definir o melhor tratamento para cada caso.

A idade da paciente, seu desejo de ter filhos ou o fato de já ter completado a família são fatores importantes na escolha das opções terapêuticas. O tratamento do câncer do colo do útero pode impactar a fertilidade, dependendo do tamanho do tumor e do tipo de intervenção necessária.

Em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode incluir a retirada do útero, enquanto a radioterapia e a quimioterapia também podem comprometer a capacidade reprodutiva. No entanto, para tumores pequenos, existem técnicas seguras que permitem preservar o útero, como a conização, que remove apenas a parte central do colo do útero, ou a traquelectomia radical, que retira todo o colo uterino, mas mantém o útero intacto.
Já para tumores maiores, uma alternativa é a coleta de óvulos antes do início do tratamento, permitindo a fertilização in vitro e a possibilidade de gestação por meio da chamada "barriga solidária". Essas opções devem ser discutidas com a equipe médica para garantir a melhor abordagem tanto para a saúde da paciente quanto para seu planejamento familiar.

Após a remoção do tumor ou uma cirurgia no útero, alguns cuidados são fundamentais para a recuperação adequada da paciente. Em geral, recomenda-se abstinência sexual por um período de 30 a 45 dias, permitindo a cicatrização completa dos tecidos. Atividades físicas intensas, como academia, devem ser evitadas por 30 a 60 dias, dependendo do tipo de procedimento realizado.

“A recuperação também varia conforme a técnica cirúrgica utilizada: em cirurgias minimamente invasivas, como a laparoscópica ou robótica, o tempo de recuperação tende a ser mais rápido, enquanto na cirurgia aberta (convencional), o período de repouso pode ser maior. Além disso, é essencial seguir todas as orientações médicas, comparecer às consultas de acompanhamento e relatar qualquer sintoma incomum para garantir uma recuperação segura e eficaz”, ressalta o médico.

Após o tratamento, a paciente será acompanhada de perto nos primeiros dois a três anos, com consultas a cada três ou quatro meses. Além do exame físico, podem ser solicitados exames como tomografia, ressonância magnética e Papanicolau, dependendo do quadro clínico e dos sintomas apresentados. “Esse acompanhamento é fundamental para garantir que a doença não retorne e para identificar qualquer alteração precocemente", explica.
A prática regular de exercícios, atividades ao ar livre e uma alimentação saudável, com porções diárias de frutas, legumes, vegetais e proteínas, são fundamentais para o fortalecimento geral da paciente. “Esses hábitos contribuem para a recuperação física e emocional, melhorando a qualidade de vida e auxiliando na manutenção da saúde a longo prazo. O suporte emocional e psicológico é uma parte essencial do tratamento e deve ser oferecido logo após o diagnóstico”, conclui o especialista.

Efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia no câncer de colo do útero

Todo tipo de tratamento contra o câncer pode trazer efeitos colaterais, e a radioterapia e a quimioterapia não são exceções. É fundamental que a paciente siga as orientações médicas para minimizar esses impactos. Ambos os tratamentos podem afetar a função ovariana, levando a um quadro de menopausa precoce. Isso pode resultar em sintomas como diminuição da libido, perda de lubrificação vaginal e, no caso da quimioterapia, queda de cabelo, o que pode afetar significativamente a autoestima da mulher e agravar outros sintomas.

Para gerenciar esses efeitos colaterais de maneira eficaz, algumas estratégias podem ser adotadas:

● Uso de lubrificantes: para aliviar a secura vaginal e a dor durante a relação sexual, o uso de lubrificantes à base de água pode ser recomendado.
● Orientação para parceiros sexuais: a comunicação aberta com o parceiro é importante para ajudar a paciente a lidar com a diminuição da libido e outros desconfortos relacionados.
● Próteses capilares: para as mulheres afetadas pela queda de cabelo devido à quimioterapia, as próteses capilares (perucas) podem ser uma opção que ajuda a restaurar a autoestima e a confiança.
● Alimentação saudável: manter uma dieta balanceada pode ajudar na recuperação e no fortalecimento do sistema imunológico.
● Exercícios físicos: a prática de atividades físicas, sempre que liberada pelo médico, pode melhorar o bem-estar geral, ajudar no controle do estresse e aumentar a energia, além de reduzir sintomas como a fadiga.
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