62° CBGO: Debate sobre cirurgia robótica e telecirurgia
A tecnologia tem revolucionado a medicina há anos e o tema esteve em pauta no 62° Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia - CBGO 2025, que acontece no Riocentro, Rio de Janeiro, de 14 a 17 de maio. As reflexões sobre o assunto destacaram o papel da cirurgia robótica nos resultados dos procedimentos cirúrgicos em ginecologia e o crescimento da teleconsulta e da telecirurgia.
Os esclarecimentos foram apresentados na mesa “Endoscopia ginecológica - Cirurgia no Século 21”, coordenada pela Dra. Márcia Mendonça Carneiro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Endometriose. Participaram dos debates o Dr. Agnaldo Lopes da Silva, Diretor Científico da FEBRASGO, e o Dr. Mariano Tamura Vieira Gomes, presidente da CNE de Endoscopia Ginecológica.
O Dr. Agnaldo esclareceu que estamos vivendo um momento de renovação e que as questões tecnológicas envolvendo a cirurgia, a robótica e a teleconsulta têm evoluído de maneira significativa. “Podemos esperar cada vez mais avanços nessa área. Procedimentos cirúrgicos com robótica já são uma realidade e usados, inclusive, em cirurgias ginecológicas.”
O especialista apresentou a palestra “A telecirurgia já é uma realidade?”, destacando a história e os 10 mandamentos da telecirurgia. Dentre os pontos importantes ressaltados por ele estão: priorizar a segurança e eficácia do paciente; manter a transparência, a honestidade e o consentimento; promover a interação humana e empatia; aderir às práticas médicas éticas, estabelecer responsabilidades e obrigações claras; defender a privacidade e a segurança de dados; promover a acessibilidade e equidade; incentivar a colaboração e a padronização internacionais; promover a educação e o treinamento contínuos e; promover a inovação de tecnologias de telecirurgia seguras e confiáveis.
E a cirurgia robótica, será que ela melhora realmente os resultados em ginecologia? O Dr. Mariano Tamura Vieira Gomes foi quem buscou responder essa questão. Ele apresentou algumas das características das cirurgias que utilizam essa ferramenta e destacou que elas trazem bons resultados, com satisfação da paciente e baixa morbidade.
Outros benefícios da robótica na ginecologia elencados por ele durante a palestra foram: o tratamento em casos tanto de alta quanto de baixa complexidade, interações tecnológicas, bons resultados estéticos, autonomia do cirurgião, importância do volume cirúrgico para resultados consistentes e necessidade de viabilização de custos.
Segundo os especialistas, a incorporação dessas tecnologias, incluindo a inteligência artificial, é fundamental para fazer a diferença no tratamento e na vida da pessoa que está sendo beneficiada, além de fortalecer a relação médico-paciente. “A tecnologia não deve excluir, mas reforçar o toque humano nos cuidados de saúde. A questão humana sempre deve prevalecer”, finalizou o Dr. Agnaldo.