Síndrome de Down: diagnóstico pode ser realizado durante a gestação

Sexta, 21 Março 2025 10:18

Ultrassonografia permite avaliar o risco da condição com base em parâmetros específicos

A Síndrome de Down representa uma jornada única, que, para muitas famílias, tem início com o diagnóstico. Embora essa descoberta possa gerar questionamentos e desafios, ela também abre caminho para uma trajetória repleta de aprendizado, amor e acolhimento. No Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)  destaca a importância do ultrassom morfológico nesse contexto, pois esse exame possibilita a identificação de marcadores ultrassonográficos que indicam um risco aumentado de alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down.

O Dr. Eduardo Becker, membro da Comissão Nacional Especializada em Medicina Fetal da FEBRASGO, explica que o ultrassom morfológico apresenta uma taxa de detecção da Síndrome de Down entre 85% e 90%, com uma taxa de falsos positivos de aproximadamente 5%. “Esse exame é muito importante por sua ampla disponibilidade e acessibilidade, embora não forneça um diagnóstico definitivo, ele pode indicar sinais sugestivos da condição. O ultrassom não confirma a síndrome, mas pode levantar suspeitas iniciais, permitindo um acompanhamento mais detalhado”, esclarece o especialista.

A ultrassonografia obstétrica realizada entre a 11ª e a 14ª semana de gestação, conhecida como exame morfológico do primeiro trimestre, desempenha um papel fundamental no rastreamento de anormalidades cromossômicas, também chamadas de cromossomopatias ou aneuploidias. Esse exame é especialmente relevante para a identificação de condições genéticas que permitem a continuidade da gestação até o término. Entre as principais trissomias detectáveis nesse período, destacam-se a do cromossomo 21 (Síndrome de Down), do cromossomo 18 (Síndrome de Edwards) e do cromossomo 13 (Síndrome de Patau).

Melhor período para o rastreamento

O exame de rastreamento para a Síndrome de Down é mais eficaz quando realizado nos dois estudos morfológicos da gestação: um no primeiro trimestre, por volta das 12 semanas, e outro no segundo trimestre. O primeiro exame apresenta maior sensibilidade na detecção da síndrome, aumentando a probabilidade de identificação precoce.

O Dr. Eduardo enfatiza que o ultrassom apenas sugere a possibilidade da condição, sem fornecer um diagnóstico conclusivo. A confirmação da Síndrome de Down só pode ser feita por meio de testes genéticos. No entanto, a ultrassonografia permite avaliar o risco da condição com base em parâmetros específicos. Entre os principais indicadores, destacam-se a medida da translucência nucal, que corresponde à espessura da pele na região da nuca - quanto maior a medida, maior o risco - e a presença do osso nasal, cuja ausência pode ser um sinal de alerta. Além disso, alterações cardiovasculares em pontos específicos, como o ducto venoso, também são consideradas na avaliação.

Outros métodos de diagnóstico pré-natal

Além da ultrassonografia, outros exames podem ser utilizados para o rastreamento e confirmação da Síndrome de Down. Um dos mais modernos é o teste de DNA fetal no sangue materno, conhecido como NIPT (Teste Pré-Natal Não Invasivo). Esse exame apresenta uma taxa de detecção superior a 99%, com uma taxa de falsos positivos de apenas 0,03%. “Apesar da alta precisão, o NIPT tem um custo elevado, o que pode limitar seu acesso para algumas gestantes. Assim como o ultrassom, ele é considerado um teste de rastreamento, e não um exame confirmatório”, explica o médico.

“Para a confirmação definitiva da síndrome durante o pré-natal, é necessário realizar exames invasivos, que envolvem a coleta de células fetais para análise genética. Entre os métodos disponíveis, estão a biópsia de vilosidades coriônicas, que consiste na coleta de amostras da placenta, e a amniocentese, um procedimento que analisa o líquido amniótico. Ambos permitem a obtenção de material genético do bebê para a realização de testes específicos, garantindo um diagnóstico conclusivo”, finaliza o Dr. Eduardo Becker.


Mais conteúdos

Violência sexual não exige contato físico para ser configurada

Violência sexual não exige contato físico para ser configurada

Uma em cada três meninas sofreu algum tipo de ...
FEBRASGO avança na parceria com o grupo A.C. Camargo Câncer Center

FEBRASGO avança na parceria com o grupo A.C. Camargo Câncer Center

“A FEBRASGO realizou uma reunião muito produtiva com o ...
-->

© Copyright 2025 - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Todos os direitos são reservados.

Políticas de Privacidade e Termos De Uso.

Aceitar e continuar no site