Dia da Consciência Negra

Quinta, 19 Novembro 2020 18:30

Reflexos das desigualdades raciais na assistência à saúde da mulher negra

 

São Paulo, novembro de 2020. Objeto de crescentes políticas públicas, a atenção à saúde da mulher negra, no Brasil, é marcada por entrecruzadas especificidades de ordem física, econômica e social. Indicadores do Ministério da Saúde (MS) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que a maior parcela da população negra (67%) é dependente de SUS para a realização de serviços de saúde.

 

A análise de outros dados de saúde revela a necessidade de especial atenção a esse público. A Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS) apontou apenas 54% das mulheres pretas realizaram exames de mamografia nos dois anos anteriores. A dificuldade de acesso a unidades e serviços de saúde mostra-se também em outros perfis de atendimento. Segundo o MS, o percentual de mulheres pretas que realizaram ao menos seis consultas pré-natais foi de 69,8%. A proporção de gestantes que realizou pré-natal e que teve orientação sobre sinais de risco na gravidez foi de 66,1% nesse grupo. Em ambos os casos, os índices foram inferiores às de pacientes brancas.

 

Com algumas variações, os indicadores oficiais de saúde reiteram a desigualdade e vulnerabilidade presentes também em outras esferas da sociedade brasileira. Sem os devidos avanços na realidade social da moradia, educação, trabalho e outros, o esforço do profissional de saúde, sobretudo o de ginecologia e obstetrícia, continuará como o gargalo para onde vertem as necessidades dessas mulheres historicamente desassistidas.

 


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