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FEBRASGO reúne presidentes de federadas e apresenta inédito Centro de Simulação e Treinamento

Representantes das unidades federativas e outros convidados vieram a São Paulo para participação da assembleia geral da FEBRASGO e conheceram o modelo inovador de treinamento Hands On

 

Novidade apresentada no Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia 2022, no Rio de Janeiro, o Centro de Simulação e Treinamento da FEBRASGO ganhou um novo capítulo na última sexta-feira, dia 23, em São Paulo. Na programação do dia anterior à Assembleia Geral das Federadas (AGF) 2023, que reúne representantes das 27 Federadas, o grupo de todos os Estados e o Distrito Federal conheceu as instalações da nova sede da Federação que, mais ampla, também abrigará o espaço para treinamentos Hands On voltados, entre outras frente, a Emergências Obstétricas.

 

O presidente da FEBRASGO, o ginecologista e obstetra Agnaldo Lopes, ressaltou sobre a importância de médicos e médicas poderem aprender (e também se reciclar), na prática, quanto a algumas técnicas. “Este é um investimento importante que a FEBRASGO está fazendo para poder contribuir ainda mais com a formação de jovens médicos e médicas para além do que já fazemos pela especialidade”, disse no início da visita ao exaltar o modelo. O que permite simulações em ambiente controlado, não levando a risco a paciente e onde o médico em formação consegue fazer os procedimentos que, às vezes, durante o treinamento de médico residente, não tem tantas ou nenhuma oportunidade.

 

O Centro de Treinamento e Simulação da FEBRASGO abrigará manequins de simulação realística, com o aprendizado de emergência obstétricas, parto vaginal, hemorragia pós-parto, ultrassonografia de primeiro e segundo trimestre.

 

Também presente na ocasião, o Dr. César Eduardo Fernandes, Diretor Científico, exaltou a iniciativa do Centro de Treinamento. “O Centro deixou de ser somente uma ideia trazida pelo presidente, e hoje é uma obra, que será concluída em outubro, para que no Congresso 2023, demos conhecimento à toda comunidade”, disse ao agradecer os presentes pela participação e dedicação.

 

“O centro de treinamento é a cereja do bolo que faltava para continuarmos crescendo enquanto entidade representativa das especialidades e, assim, poder levar assistência melhor para a mulher brasileira”, exaltou a Dra. Maria Celeste Osório Wender, Diretora de Defesa e Valorização Profissional, ao também ressaltar que um centro de simulação de tamanha excelência também pode ser alavanca para impulsionar a chegada de jovens médicos e médicas.

 

Para o Dr. Olímpio Barbosa de Moraes Filho, Diretor Financeiro, a FEBRASGO historicamente sempre discutiu trazer soluções para melhorar a formação dos Ginecologistas e Obstetras e esta iniciativa “grandiosa dá corpo a este movimento”.

“O Centro levará algumas atividades importantes de ginecologia e obstetrícia. Teremos manequins realísticos, que tem movimento respiratório e sangramento até um treinamento de habilidades com aconselhamento contraceptivo. Vemos a simulação como algo muito importante para o futuro”, celebrou o presidente da FEBRASGO, Agnaldo Lopes perante todos.

 

 

 

REALIZAÇÃO:

APOIO:

LGBTQIAP+ acima dos 50 anos não procuram serviços de saúde por medo da discriminação.

Segundo pesquisa recente publicada na revista científica Clinics, conduzida por pesquisadores do Hospital Albert Einstein e da Faculdade de Medicina de São Paulo, a população LGBTQIAP+ (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, queers, intersexo, assexuais, panssexuais e outras variações que não se enquadram na binariedade masculino-feminino, tanto do ponto de vista gênero quanto de sexualidade) acima dos 50 anos não frequenta consultórios médicos tanto quanto deveria. O relatório, que avaliou as respostas de 6.693 pessoas, sendo 1.332 identificadas como parte do grupo LGBTQIAP+, apontou que 31% dessa população se encontra na pior faixa de acesso à saúde do Brasil.

 

“As maiores dificuldades enfrentadas pelo público LGBTQIAP+ acima dos 50 anos é ter acesso a exames preventivos. Essa faixa etária demanda mais cuidados com relação à necessidade de realização de exames preventivos para várias doenças, inclusive o câncer”, relata a Dra. Andrea Cronemberger Rufino, membro da Comissão Nacional Especializada em Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

 

Ainda segundo os dados, 74% das mulheres que se identificaram como heterossexuais na pesquisa relataram ter feito ao menos um exame de mamografia, enquanto mulheres do grupo LGBTQIAP+ configuraram apenas 40%. A relação dessas mulheres que já fizeram exames preventivos para o câncer de colo de útero é de 73% para heterossexuais e, apenas, 39% de LGBTQIAP+.

 

“Há uma hesitação em procurar os serviços de saúde por medo da discriminação ou por já ter tido uma experiência de violência anteriormente”, explica a médica da FEBRASGO. Essa fala reforça outro dado da pesquisa que mostrou que 53% dessa população não acham que médicos saibam lidar com as particularidades da saúde de uma pessoa LGBTQIAP+.

 

Desafios

 

“Primeiro desafio é entender o conceito de identidade de gênero e conhecer as particularidades de saúde dessa população e se preparar para lidar com essas especificidades para evitar negligenciar as demandas e garantir atendimento humanizado”, aponta a ginecologista.

 

Os receios relatados abrangem tanto o Sistema Único de Saúde como a saúde privada, uma vez que esse grupo não se vê amparado por nenhum dos sistemas e se sente discriminado por serem LGBTQIAP+ e por pertencer a geração 50+.

 

Casos de diabetes em mulheres cresceram 54% nos últimos 15 anos

Atividade física tem um papel no controle da doença

 

O Dia Nacional do Diabetes é marcado no calendário brasileiro em 26 de junho. Essa importante data foi estabelecida em uma importante colaboração entre o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o intuito de conscientizar a população sobre os cuidados necessários quanto a esta doença que afeta cerca de 537 milhões de pessoas em todo o mundo.

 

“O diabetes é uma condição crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue. Esse aumento pode acontecer devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, cuja principal função é favorecer a entrada da glicose nas células para gerar energia”, explica o vice-presidente da ADJ Diabetes Brasil, Dr. Ronaldo Pineda Wieselberg, uma entidade não-governamental que faz Advocacy sobre o tema.

 

Diabetes e mulheres no cenário brasileiro

De acordo com dados recentes divulgados pelo Estudo Observatório de Atenção Primária em Saúde, realizado pela Umane, uma associação civil independente, que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública, e baseado na pesquisa Vigitel - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico - de 2021, do Ministério da Saúde, as mulheres representam 57% das pessoas com hipertensão e diabetes nas principais capitais brasileiras. Além disso, um dado preocupante revela que houve um aumento de 54% nos casos de diabetes no público feminino ao longo dos últimos 15 anos.

 

O Dr. Belmiro Gonçalves, da Comissão Nacional Especializada em Hiperglicemia e Gestação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que, em relação à associação às doenças crônicas, a diabetes mellitus tipo 2 está relacionada à obesidade, doenças vasculares, principalmente a hipertensão arterial crônica, e muitas vezes a síndromes asmatiformes. Todas essas complicações formam uma síndrome metabólica, caracterizada pelo predomínio de gordura na região abdominal, o que aumenta a associação com doença cardiovascular e alterações não apenas na glicemia, mas também nos níveis de colesterol e triglicerídeos.

 

“A prevalência de diabetes é maior em mulheres, pois elas costumam frequentar mais as unidades de saúde do que os homens. Esse fato se deve à maior predisposição das mulheres em realizar a prevenção de doenças crônicas degenerativas, como o câncer de colo de útero, câncer de mama, entre outras. Além disso, durante os períodos de gravidez, as mulheres recebem acompanhamento pré-natal, onde são submetidas a avaliações sistemáticas de diabetes. Elas são frequentemente avaliadas quanto ao risco de desenvolver um tipo específico de diabetes, chamado diabetes gestacional, e também para identificar a presença de diabetes pré-existente” explica o médico.

 

Os fatores de risco para diabetes incluem obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares e, frequentemente, a associação com outras comorbidades, como a hipertensão arterial. Além disso, é conhecido que as mulheres fumantes têm maior incidência de diabetes mellitus tipo 2.

 

Saúde Reprodutiva

 

O médico destaca ainda que as mulheres com diagnóstico de diabetes tendem a engravidar em idades mais avançadas do que aquelas sem diabetes. A média de idade das mulheres diabéticas no momento da gravidez está em torno de 30 a 35 anos, enquanto as mulheres não diabéticas tendem a engravidar entre os 20 e 25 anos, tornando-se em uma diferença de quase 10 anos. Essa diferença de idade pode estar relacionada a algum grau de infertilidade nessas pacientes.

 

Por outro lado, a ocorrência de diabetes durante a gestação resulta em efeitos gestacionais desfavoráveis. Por exemplo, mulheres que já têm diabetes antes de engravidar têm maior chance de ter má formações fetais, o que aumenta as chances de aborto. Caso não ocorra o aborto, os bebês nascem próximos ao termo com algum tipo de malformação que pode ser difícil de tratar.

 

Cuidados

 

“É recomendado que as mulheres realizem consultas regulares ao médico para avaliar seu status metabólico. Essas consultas podem ser realizadas nas unidades de saúde, onde é possível obter informações e orientações adequadas. Além disso, é importante que essas pacientes tenham acesso a fitas para avaliação da glicemia capilar e a um glicosímetro para monitorar sua glicemia com frequência”, destaca o Dr. Belmiro ao alertar colegas de profissão que tenham olhar atento aos sinais de diabetes, inclusive fora do período gestacional.

 

Quando uma mulher planeja engravidar, é essencial realizar uma consulta não apenas com um clínico geral, mas também com um ginecologista obstetra. Esse profissional irá estabelecer um controle metabólico adequado e determinar o melhor momento para a concepção, minimizando os riscos de malformações, abortos e complicações metabólicas tanto durante o desenvolvimento fetal como após o nascimento do bebê.

 

Tratamento

 

O tratamento da diabetes é baseado em uma alimentação saudável, com uma dieta elaborada por uma nutricionista especializada no atendimento a pessoas diabéticas, que saiba equilibrar os nutrientes e garantir um controle metabólico eficaz da doença. É recomendado realizar várias refeições ao longo do dia, o que é benéfico para o controle da glicemia.

 

Além disso, é importante realizar avaliações periódicas com um clínico médico, que irá acompanhar o progresso do tratamento e ajustar a terapia, se necessário. A prática regular de exercícios físicos também é recomendada, com uma duração mínima de 40 minutos diários, pelo menos cinco dias por semana. Pode-se optar por atividades como caminhadas, corridas leves ou natação, que podem resultar em uma redução significativa da glicemia, muitas vezes dispensando a necessidade de aumentar a dose de insulina ou ajustar as medicações.

 

“Uma dica útil para os pacientes é manter um caderno para registrar o dia a dia, incluindo informações sobre as refeições realizadas, horários de administração da insulina e horas de sono. Além do mais, é essencial adotar bons hábitos, como ter uma rotina de sono regular e evitar o tabagismo ", conclui o Dr.

 

ELEIÇÕES FEBRASGO – QUADRIÊNIO 2024 - 2027

Este ano a FEBRASGO abre o processo eleitoral para preenchimento de todos os cargos da Diretoria para o Quadriênio 2024 – 2027, nos termos dos art. 96 §1º, do Regimento Interno:


01 (um) Presidente

05 (cinco) Vice-Presidentes Regionais

01 (um) Diretor Administrativo

01 (um) Diretor Financeiro

01 (um) Diretor Científico e

01 (um) Diretor de Defesa e Valorização Profissional.


A inscrição para candidatura de chapas pode ser realizada a partir do dia 26 de junho de 2023, às 08h00min até 26 de julho de 2023 às 18h00min, por meio do preenchimento do “REQUERIMENTO DE REGISTRO DE INSCRIÇÃO DE CHAPA ELEITORAL” em conjunto com os “TERMOS DE ADESÃO INDIVIDUAL AO CANDIDATO” devendo esses documentos serem enviados por correspondência, com rastreio de postagem e Aviso de Recebimento, com a referida documentação anexada para o endereço da sede executiva da FEBRASGO localizada na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, n° 3.421, conjuntos 903 a 905, bairro Jardim Paulista, São Paulo – SP, CEP: 01401-001, devendo os pedidos de inscrição com a documentação chegarem dentro da data e horários limite para inscrição. A documentação poderá ser entregue presencialmente no endereço acima.

Faça o download do REQUERIMENTO DE REGISTRO DE INSCRIÇÃO DE CHAPA e do TERMO DE ADESÃO INDIVIDUAL AO CANDIDATO mais abaixo.


CONFIRA O REGULAMENTO ELEITORAL E O EDITAL DE CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES


      


CONFIRA O CRONOGRAMA ELEITORAL






QUEM PODE SE CANDIDATAR?

Os Associados Titulados (conforme estabelecido no art. 41, §1º, do Estatuto Social) quites com anuidade da FEBRASGO, que estejam em pleno gozo de todos os seus direitos, sendo que, cada associado poderá candidatar-se a um único cargo eletivo, sendo vedado o exercício cumulativo com outros cargos de diretoria das Associações Federadas, em conformidade com o artigo 95 do Regimento Interno e artigo 32, §9º do Estatuto.

REQUISITOS DE ELEGIBILIDADE:

  1. ser associado possuidor do Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO);
  2. estar em dia com suas obrigações sociais com a FEBRASGO;
  3. estar com os dados atualizados no sistema eletrônico integrado de cadastro da FEBRASGO;
  4. estar em pleno gozo de todos os seus direitos associativos.

Os requerimentos de inscrição de chapas e a homologação se darão por meio físico. Mais abaixo estes documentos modelos estão disponíveis para download.
A recepção de votos será realizada em plataforma online, permitindo ampla e democrática participação de todos os associados, de todas as unidades federativas do Brasil.




       


Junte-se a nós e candidate-se!

Unidos, somos mais fortes!


FRANCISCO EDUARDO PROTA

PRESIDENTE DA COMISSÃO ELEITORAL

 

Posicionamento FEBRASGO em relação à Lei 14.598, sobre inclusão de exames no protocolo de assistência de rotina às gestantes brasileiras

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, entidade científica fundada em 1959, filiada a Associação Médica Brasileira, e que tem por missão institucional promover, apoiar e zelar pelo aperfeiçoamento técnico, científico e pelos aspectos éticos do exercício profissional de ginecologistas e obstetras, pautados pelo total respeito à saúde e bem-estar da mulher vem posicionar-se em relação a Lei número 14.598, de 14 de julho de 2023, que incluiu no protocolo de assistência de rotina às gestantes brasileiras a realização de, pelo menos, 2 (dois) exames de ultrassonografia transvaginal durante o primeiro quadrimestre de gestação, assim como ecocardiograma fetal na rotina pré-natal.

Considerando a falta de discussão da matéria e pautada pelo compromisso com a ciência e as melhores evidências clínicas, a FEBRASGO vem a público salientar que a referida lei não está alinhada com as recomendações científicas vigentes e que deveria ser imediatamente revisada e reeditada com adequado alinhamento científico.

Para tal, oferecemos premissas técnicas amparadas pelo rigor científico a fim de subsidiar as instâncias legislativas e o executivo, para que possam oferecer à saúde pública brasileira normativas legais amparadas pelas evidências científicas.

Nesse sentido, salientamos que não são necessárias a realização rotineira de duas ultrassonografias transvaginal no primeiro quadrimestre da gestação. Ao revés, que possam essas ultrassonografias ser realizadas não no primeiro quadrimestre, mas via transvaginal entre 11 e 13 semanas e 6 dias e via abdominal (complementada via transvaginal) entre 20-23 semanas e 6 dias de gestação.

Essa primeira ultrassonografia é importante para a mais precisa datação da gestação, sua localização, a determinação do número de fetos (e sua corionicidade/amnionicidade). Ela também permite visualizar marcadores morfológicos do desenvolvimento, dentre os quais a medida da transluscência nucal e a visualização do osso nasal, bem como avaliação de normalidade de diversas estruturas fetais - já sendo possível diagnosticar uma anencefalia, onfalocele, gastrosquise, entre outras alterações, e assim permitindo uma abordagem precoce ou adequado planejamento pré-natal.

Já a segunda ultrassonografia é importante para determinar, via avaliação abdominal, o crescimento fetal, a localização da placenta e a morfologia fetal, sendo complementado pela avaliação transvaginal a fim de determinar o comprimento do colo uterino para predizer o risco de parto prematuro.  Salienta-se que esse exame é fundamental para rastreio universal da morfologia cardíaca e, se realizado de forma adequada, avaliando-se o corte de quatro câmaras, a visualização dos grandes vasos da base (eixo longo e eixo curto) e o corte dos três vasos-traqueia, é capaz de suspeitar da maior parte dos defeitos cardíacos maiores, selecionando assim os casos que efetivamente precisam ser submetidos a uma ecocardiografia fetal. Os eventuais casos que não são rastreados pela avaliação morfológica do coração fetal não demandarão necessidade de intervenção cirúrgica precoce ao nascimento e, por isso, não necessitam de diagnóstico intrauterino. Sabe-se que a maioria das malformações cardíacas fetais só vai necessitar acompanhamento pelo pediatra e cardiologista infantil durante a infância.

A oferta de ecocardiografia fetal sistemática no pré-natal, como determina a lei em questão, não encontra efetivo amparo nas melhores diretrizes científicas da atualidade. Dessa forma, é difícil afirmar que a oferta da ecocardiografia fetal como exame de rotina do pré-natal possa reduzir a mortalidade neonatal.  

As malformações cardíacas congênitas graves são as malformações mais comuns entre recém-nascidos, sendo responsável pela metade dos óbitos secundários às malformações graves.  Sua incidência é de aproximadamente 8 por 1.000 nascidos-vivos. Segundo dados do DATASUS no ano de 2021, foram registrados 2.758 nascimentos vivos com malformação do sistema circulatório no Brasil.

Dessa forma, o consenso observado na literatura médica é da realização da ecocardiografia fetal, para o grupo de gestantes que possem fatores de risco, podendo ser realizada a partir de 18 semanas, conquanto a melhor visualização das estruturas cardíacas ocorra entre 24 e 28 semanas de gestação.

Abaixo estão elencadas as indicações para a ecocardiografia fetal.

 

Indicações para Ecocardiografia fetal:

  • Suspeita de anomalia estrutural cardíaca
  • Suspeita de anormalidade na função cardíaca
  • Hidropsia fetal
  • Taquicardia fetal persistente (FCF > 180bpm)
  • Bradicardia fetal persistente (FCF < 120bpm) ou suspeita de bloqueio cardíaco
  • Episódios frequentes de ritmo cardíaco irregular persistente
  • Malformação fetal grave extra cardíaca
  • Translucência nucal > 3,5mm ou maior que o percentil 99 para idade gestacional
  • Cromossomopatia em procedimento invasivo ou NIPT
  • Gestação gemelar monocoriônica

 

Fatores que a Ecocardiografia fetal pode ser considerada:

  • Anomalia venosa sistêmica (persistência da veia umbilical direita, veia cava superior esquerda e ausência de ducto venoso)

 

Fatores maternos ou familiares que a ecocardiografia fetal está indicada:

  • Diabetes pré gestacional independente do nível da hemoglobina glicada
  • Diabetes gestacional diagnosticada no primeiro trimestre ou início do segundo trimestre
  • Fertilização in vitro, incluindo injeção intracitoplasmática de espermatozoide
  • Doença auto com anticorpo anti- síndrome de Sjögren relacionado antígeno A, e com filho anterior afetado
  • Parente de 1º grau do feto com doença cardíaca congênita (Pais, irmãos ou gestação anterior)
  • Parente de 1º ou 2º grau com doença de herança Mendeliana e história de manifestação cardíaca na infância
  • Exposição ao ácido retinóico
  • Infecção por rubéola no 1º trimestre

 

Fatores maternos ou familiares que a ecocardiografia fetal pode ser considerada:

  • Exposição a agentes teratogênicos específicos (paroxetina, cabamazepina, litium)
  • Medicação anti-hipertensiva da classe dos inibidores da enzima de conversão
  • Doença auto com anticorpo anti-síndrome de Sjögren relacionado antígeno A, sem filho anterior afetado
  • Parente do 2º grau do feto com doença cardíaca congênita

 

Considerando que tanto a ultrassonografia transvaginal, quando a ultrassonografia abdominal, assim como a ecocardiografia fetal são atos médicos que envolvem treinamento apurado e representam custos para o sistema de saúde, é fundamental que sejam realizados em momento oportunos e indicações precisas a fim de garantir o melhor cuidado para as pessoas grávidas e a custo-efetividade para a gestão dos recursos públicos em saúde.

Por fim, e considerando os enormes desafios em saúde pública que a atenção materno-infantil demandam no Brasil, é fundamental que as ações políticas estejam alinhadas com as melhores evidências científicas a fim de garantir que os recursos necessários sejam aportados onde farão a diferença no cuidado à vida das gestantes e de seus bebês. Por isso, a FEBRASGO espera que a Lei número 14.598, de 14 de julho de 2023, seja imediatamente revisada e reeditada com as premissas aqui apontadas e que estão em consonância com a ciência e boa prática médica.

 

 

Bibliografia consultada:

  1. Pedra SRFF, Zielinsky P, Binotto CN, Martins CN, Fonseca ESVB, Guimarães ICB et al. Diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal - 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; 112(5):600-648.
  2. Anita J. Moon-Grady, Mary T. Donofrio, Sarah Gelehrter, Lisa Hornberger, Joe Kreeger, Wesley Lee, Erik Michelfelder, Shaine A. Morris, Shabnam Peyvandi, Nelangi M. Pinto, Jay Pruetz, Neeta Sethi, John Simpson, Shubhika Srivastava, Zhiyun Tian. Guidelines and Recommendations for Performance of the Fetal Echocardiogram: An Update from the American Society of Echocardiography, Journal of the American Society of Echocardiography, 2023.
  3. https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/
  4. Carvalho JS, Axt-Fliedner R, Chaoui R, Copel JA, Cuneo BF, Goff D, et al. ISUOG Practice Guidelines (updated): fetal cardiac screening. Ultrasound Obstet Gynecol 2023; 61:788–803.

FEBRAGO distribuiu ação judicial para suspender Nota Técnica 031/2023 que afronta a Lei do Ato Médico.

A FEBRAGO distribuiu ação judicial na Justiça Federal do Distrito Federal buscando a declaração de ilegalidade da Nota Técnica 031/2023, publicada pelo Ministério da Saúde onde recomendava que a inserção de Dispositivo Intrauterino – DIU fosse realizada por enfermeiros.
A referida Nota Técnica afronta a Lei do Ato Médico, além de colocar em risco as pacientes do Sistema Único de Saúde.
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