A importância do zinco nos 9 meses de gestação
A importância do zinco nos 9 meses de gestação
Nutriente é importante tanto para o sistema imunológico quanto no parto
O zinco é um nutriente que pode ser encontrado em alimentos como a carne bovina, os laticínios, os legumes e os cereais não refinados. Importante para a construção de processos biológicos do corpo, ele ajuda no crescimento e desenvolvimento humano, além de colaborar com o sistema imunológico.
De acordo com a diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o uso de suplementos de zinco, algumas gestantes podem precisar de suplementação, mas ela só é indicada em situações de deficiência, seja por ingestão alimentar inadequada ou por dificuldade para absorção do nutriente.
Como alerta, a deficiência de zinco durante a gravidez está associada a um trabalho de parto prolongado, além de complicações como hemorragia pós-parto, pré-eclâmpsia e até mesmo parto prematuro.
Porém, o nutriente em excesso também pode ser danoso à saúde da futura mamãe. A recomendação da OMS, nesses casos, é não fazer com que a suplementação de zinco seja parte da rotina, mas sim ser optada apenas em ocasiões mais graves, em que a falta do mineral foi identificada.
Além disso, não há comprovação científica a respeito da eficácia da suplementação de zinco ser melhor se feita isoladamente ou com outros suplementos nutricionais, como por exemplo, ferro, ácido fólico e cálcio. E a dosagem do suplemento pode variar de uma gestante para outra. Por isso, a suplementação de vitaminas e minerais deve ser feita com a orientação de um nutricionista e/ou médico.
A indicação para as gestantes é que possam seguir uma dieta equilibrada no dia a dia para que a quantidade de zinco seja suficientemente satisfatória, sem precisar do auxílio da suplementação.
Referência:
Nutritional interventions update: zinc supplements during pregnancy. World Health Organization, 2021.
Vitamina D: benefícios para gestante e bebê
Vitamina D: benefícios para gestante e bebê
Organização Mundial da Saúde (OMS) explica a importância da vitamina e quando deve ocorrer suplementação
Dentre os mais variados nutrientes que a gestante irá precisar ao longo dos nove meses de seu período gestacional, a vitamina D é um dos que se destacam. Isso porque ela é uma das responsáveis por reforçar o sistema imunológico contra doenças e a auxiliar na saúde dos ossos e dos músculos.
Presente em alimentos como peixes, cogumelos, gema de ovo e fígado bovino, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a vitamina D permite o bom funcionamento das células do corpo, em especial, ajudando nas funções de outros nutrientes como cálcio e fosfato.
Além dos alimentos, a vitamina D também pode ser obtida através da exposição aos raios solares. Para as gestantes que apresentam uma alimentação com baixa ingestão de alimentos fontes de vitamina D ou possui baixa exposição ao sol, pode ser preciso indicar um suplemento via oral, mas essa avaliação deve ser individualizada e com base nos exames laboratoriais (dosagem sanguínea).
Quando necessária, a suplementação não será algo pensado apenas na saúde da mulher. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ela também servirá para ajudar os fetos em formação, que precisam da vitamina D nos seus primeiros meses de vida.
Por isso, a recomendação da diretriz da OMS para gestantes que estão com falta dessa vitamina consiste em adequar a nutrição com fontes do nutriente para a futura mamãe, além de regular a quantidade de horas em exposição sob a luz solar e, por fim, controlar, com auxílio de um médico, o uso do suplemento vitamínico.
Vale ressaltar que cada caso é individual, e que apenas o profissional de saúde saberá receitar a dose adequada para cada gestante.
Referências:
Nutritional interventions update: vitamin D supplements during pregnancy. WHO, 2020.
Febrasgo apresenta orientações de contracepção para mulheres com HIV
Febrasgo apresenta orientações de contracepção para mulheres com HIV
Entidade alerta para o crescimento de 30% na taxa de detecção de HIV em gestantes, nos últimos dez anos
São Paulo, dezembro de 2021. Diante do aumento de 30% na taxa de detecção de HIV em gestantes1, no Brasil, nos últimos dez anos, (a incidência variou de 2,1 casos/mil nascidos vivos, em 2010, para 2,7 casos/mil nascidos vivos, em 2020), a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apresenta orientações de contracepção para mulheres com HIV (vírus da imunodeficiência humana) que não desejem gestar. Fatores como condições de saúde e terapia antirretroviral ministrada podem influenciar na indicação médica de diferentes métodos anticoncepcionais. Segundo o Ministério da Saúde, em gestações planejadas, com os devidos cuidados no pré-natal, parto e amamentação, a taxa de transmissão vertical mostra-se inferior a 2%. Em casos de ausência de acompanhamento correto, o índice pode chegar a 45%2. De acordo com o órgão, 31,8% das gestantes detectadas com o vírus ainda não haviam iniciado terapia antirretroviral3.
Atualmente, no Brasil, 920 mil pessoas vivem com HIV. Dentre elas, 65% apresentam-se em idade fértil (18 e 44 anos). A ginecologista Dra. Ilza Monteiro, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, recomenda que as mulheres que vivem com HIV e não desejam engravidar, utilizem a anticoncepção de alta eficácia4, sobretudo, os contraceptivos reversíveis de longa ação (LARCs), e sempre associados ao uso consistente e correto de um método de barreira eficaz, como o preservativo masculino ou feminino, em todas as relações sexuais. “Neste grupo, o uso da dupla proteção com o condom faz parte das estratégias globais de saúde pública para redução da transmissão vertical (materno fetal) e horizontal do vírus (parceiros sexuais sorodiscordantes)”, explica.
Segundo a médica, métodos de barreira como, capuz cervical e diafragma, não são recomendados para estas mulheres pela falta de proteção na transmissão do vírus HIV aos seus parceiros. Os espermicidas sem o uso do condom, inclusive, não são recomendados porque podem aumentar a chance desta transmissão.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê o início de terapia antirretroviral (TARV) quando as pessoas testam positivo para HIV, independentemente da contagem de CD4 (células de defesa) positivo. As mulheres com HIV e que fazem uso de TARV, de modo geral, podem utilizar todos os métodos contraceptivos hormonais. DIUs de LNG ou cobre (com ou sem prata) também podem ser utilizados, desde que estas mulheres em uso de TARV estejam com a doença controlada.
Orientação de Acordo com Características de Saúde
As mulheres infectadas pelo HIV, em uso de qualquer associação antirretroviral, de modo geral podem usar o DIU-LNG ou DIU-Cu (com ou sem prata), desde que estejam assintomáticas ou com manifestação clínica da doença inicial (Estágio 1 ou 2 OMS)*. Aquelas mulheres em uso de terapia antirretroviral com manifestação clínica da doença grave ou avançada (Estágio 3 ou 4 da OMS)* não devem iniciar o uso desses métodos, até que sua doença tenha regressão para estágios clínicos iniciais ou se torne ou assintomática. “Caso a paciente portadora do HIV, usuária de DIU e TARV desenvolva manifestações clínicas que evoluam para a forma grave ou avançada, o DIU não precisa ser removido enquanto a doença está sendo controlada”, explica a ginecologista da Febrasgo.
Orientação de Acordo com o Tipo de Terapia Antirretroviral
A Dra. Ilza Monteiro aponta que as mulheres que fazem uso de Inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa (NRTIs), Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa (NNRTIs) mais novos contendo etravirina e rilpivirina e Inibidores da Integrase (II) podem usar sem restrições todos os métodos contraceptivos hormonais.
Aquelas que utilizam NNRTIs contendo efavirenz ou nevirapina ou Inibidores da protease (IP) contendo ritonavir, podem usar sem restrição o contraceptivo injetável de progestagênio AMPd e NET-EM. Geralmente, podem utilizar contraceptivos orais combinados, contraceptivos injetáveis combinados, adesivos e anéis contraceptivos combinados, pílulas só com progestagênios, e implantes de LNG e ETG.
“Dados clínicos e farmacocinéticos recentes levantaram preocupações sobre taxas de falha mais altas com o uso concomitante dos implantes e efavirenz. No entanto, essa combinação ainda é recomendada pela OMS para mulheres vivendo com HIV. Assim dentre os métodos reversíveis, os implantes e os DIUs são as formas mais eficazes de contracepção, comparáveis aos métodos cirúrgicos”, pondera a Dra Ilza.
A médica salienta ainda que o vínculo com os serviços de atendimento ao HIV, planejamento familiar e saúde comportamental pode aumentar a proporção de pessoas vivendo com HIV com vírus suprimido, reduzir gestações indesejadas e maximizar a saúde comportamental a longo prazo. A educação é um componente integrante do processo de aconselhamento contraceptivo e ajuda os clientes a tomar decisões informadas e a obter as informações necessárias para usar os métodos contraceptivos corretamente.
- Dados disponibilizados no Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021, número especial, dezembro de 2021
- Dados disponibilizados no Boletim Epidemiológico, volume 52, nº 13, abril de 2021.
- Dados disponibilizados no Boletim Epidemiológico, volume 51, nº 21, maio de 2020.
- Em meio aos métodos anticoncepcionais de alta eficácia, figuram os contraceptivos:Orais combinados; Injetáveis mensais; Adesivos; Anéis vaginais; Pílulas só com progestagênios; Injetáveis de progestagênios; Implantes (DIU-LNG); Dispositivos intrauterinos com cobre (DIU-Cu). Há ainda os métodos definitivos, como a vasectomia e laqueadura tubária, indicados principalmente para mulheres que possuem filhos e não desejam engravidar novamente.
* Manifestação clínica das pacientes infectadas pelo HIV, segundo a OMS:
Estágio 1: Infecção pelo HIV é assintomática e não classificada como AIDS
Estágio 2: Inclui pequenas manifestações mucocutâneas e recorrentes infecções do trato respiratório superior
Estágio 3: Inclui diarreia crônica inexplicada por mais de um mês, as infecções bacterianas e a tuberculose pulmonar comprovados geralmente se sobrepõem
Estágio 4: A toxoplasmose cerebral, candidíase do esôfago, traqueia, brônquios e pulmões e o sarcoma de Kaposi; essas doenças são indicadores da AIDS