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Número de exames diagnósticos de cânceres que acometem mulheres reduz em dois anos no Brasil

Dia Mundial de Combate ao Câncer

 

Número de exames diagnósticos de cânceres que acometem mulheres reduz em dois anos no Brasil

 

Em 8 de abril é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam os cânceres de mama e de colo de útero entre os mais incidentes entre mulheres no Brasil historicamente. No caso do de colo de útero, apesar de altamente prevenível, o enfrentamento da doença também tem enfrentado desafios, como a baixa taxa de vacinação contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano), seu agente causador, e a queda nos diagnósticos devido à pandemia da Covid-19, e tem preocupado especialistas quanto ao aumento nos óbitos.

 

O Inca estima que, anualmente, sejam diagnosticados 16.710 novos casos de câncer de colo do útero, com uma prevalência de morte em aproximadamente 39,5% dos casos, segundo dados mais atuais, de 2019. Com isso, a doença é a segunda causa de morte por tumores na população feminina, havendo mais óbitos somente entre diagnosticadas com câncer de mama. De 2008 a 2018, a taxa de mortalidade saltou 33%, resultando em uma vítima a cada 90 minutos, segundo dados do Ministério da Saúde.

 

Já o câncer de mama, segundo dados de pesquisa divulgada pela Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), 62% das mulheres entrevistadas não realizaram exame preventivo entre 2020 e 2021.

 

Especialistas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) explicam que entre os obstáculos para o combate ao câncer de colo de útero no Brasil estão o elevado número de mulheres que não realizam exames preventivos periodicamente, a escassez de centros especializados no tratamento do câncer e a reduzida cobertura da vacinação contra o HPV.

 

A pandemia da Covid-19 também influenciou na baixa no número de diagnósticos, visto que muitas consultas precisaram ser canceladas ou reagendadas. Além disso, o presidente da Febrasgo, o Dr. Agnaldo Lopes, acrescenta que aspectos sociais, como a baixa escolaridade e marcadores de raça-etnia tornam-se indicadores que revelavam as diferenças no acesso a medidas preventivas e ao diagnóstico precoce.

 

“O SUS atende mais de 75% dos pacientes com câncer no país. Para além do diagnóstico, temos o desafio do início do tratamento. Antes da pandemia, o período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento durava mais de 60 dias, em 58% dos casos. Hoje esse tempo de espera pode ser bem maior. Devido a fatores como esses, quase nove em cada dez óbitos por câncer do colo do útero, por exemplo, ocorrem em regiões menos desenvolvidas”, diz Lopes.

 

 

 

Queda no número de exames - Em uma busca no Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) foi identificado que, enquanto em 2019, ano em que começou a pandemia da Covid-19, foram realizados quase 6,5 milhões de exames citopatológicos - um dos exames solicitados segundo as diretrizes para diagnóstico do câncer de colo do útero - entre pessoas do sexo feminino de todas as idades no Brasil, em 2020, o número de solicitações desse exame caiu cerca de 43% e, em 2021, reduziu em torno de 11%.

 

A prevenção também é importante - Além do diagnóstico precoce, a ginecologista Dra. Walquíria Quida Salles Pereira Primo, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da Febrasgo, explica que a forma mais eficaz de prevenção do câncer de colo de útero se dá por meio da vacinação contra o HPV.

 

A vacina distribuída gratuitamente pelo SUS, de acordo com a especialista, protege contra quatro tipos do vírus: 6, 11, 16 e 18 – sendo os dois últimos relacionados a 70% dos casos de câncer de útero. Mas a cobertura vacinal para o HPV no país ainda fica aquém do desejado. “A Febrasgo tem defendido que para uma ação efetiva, a cobertura vacinal seja de 90%. Hoje é de 46%”, diz.

 

A dificuldade de acesso ou a falta de hábito de se consultar regularmente com profissionais de ginecologia é outro entrave à prevenção, identificação e, consequente, tratamento do câncer de colo do útero. Pesquisa da Febrasgo, realizada em 2018, revelou que 13% das mulheres, com mais de 16 anos, nunca foram ou não costumam ir ao ginecologista. Outro dado que incide negativamente no combate à doença aponta que 60% da população feminina chega, pela primeira vez, ao consultório do ginecologista com cerca de 20 anos de idade em decorrência de algum problema instalado, por suspeita de gravidez ou por já estar grávida. Para Pereira Primo, uma forma de incentivar a procura por acompanhamento médico preventivo seria atrelá-lo a programas sociais do governo.

Posicionamento FEBRASGO contra o termo violência obstétrica

Qualidade na assistência ao parto e cuidado seguro e respeitoso da saúde materna e fetal.
 
As ações para um parto seguro e respeitoso visam, além de reduzir a taxa de mortalidade materna e perinatal e promover a saúde materna, fornecer um ambiente acolhedor no período do nascimento. Estas ações englobam as dimensões dos cuidados de saúde prégestacional, pré-natal, de parto e de puerpério, permitindo uma experiência positiva e gratificante. Estas propostas são também defendidas pela Organização Mundial da Saúde, Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), pelo Royal College of Obstetricians and Gynaecologists do Reino Unido e pelo American College of Obstetricians and Gynecologists dos EUA, com o slogan: ‘Agir agora para um parto seguro e respeitoso’. 
 
Todas as mulheres têm direito ao mais alto padrão possível de atenção à saúde, incluindo o direito a uma assistência digna e respeitosa durante toda a gravidez, parto e puerpério, assim como o direito de estar livre da violência e discriminação. Os abusos, os maus-tratos, a negligência e o desrespeito durante o parto, equivalem a uma violação dos direitos humanos fundamentais e são repudiados com veemência pela FEBRASGO. 
 
Ao se fazer referência aos cuidados de saúde e intervenções médicas no parto e puerpério, um termo que vem sendo muito utilizado nos últimos anos é o de “Violência Obstétrica”. Trata-se de uma expressão criada com evidente conotação preconceituosa que, sob o falso manto de proteger a parturiente, criminaliza o trabalho de médicos e enfermeiros na nobre e difícil tarefa de atendimento ao parto.



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Estudo francês aponta marcadores para diagnóstico precoce de endometriose

Estudo francês aponta marcadores para diagnóstico precoce de endometriose

Pesquisa baseia-se na análise de miRNA colhida em amostras de saliva

 

São Paulo, março de 2022. Estudo francês, recém-publicado no Journal of Clinical Medicine, aponta caminhos promissores para facilitar o diagnóstico da endometriose – doença que pode atingir até 15% da população feminina em idade reprodutiva. O estudo conduzido pelo professor e pesquisador Sofiane Bendifallah avaliou o miRNA de amostras de saliva de 200 pacientes com dor pélvica crônica sugestiva para endometriose. Com elevada acurácia, as análises diagnosticaram a endometriose em 76,5% das pacientes avaliadas, revelando-se um potencial procedimento não invasivo para melhorar o diagnóstico precoce da doença.

 

Segundo os autores, as análises das amostras visaram à identificação de biomarcadores em expressões de miRNA em todo o genoma e o desenvolvimento de um assinatura diagnóstica de miRNAm, extraído da saliva, de acordo com a expressão e precisão.

 

Segundo o ginecologista Dr. Julio Cesar Rosa e Silva, presidente da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Febrasgo, esta doença pode cursar com grande diversidade de manifestações clínicas. “Podemos encontrar desde pacientes assintomáticas, até quadros de dor pélvica intensa, dismenorréia progressiva (cólica menstrual), dispareunia (dor durante a relação sexual), sintomas decorrentes de lesões em órgãos não reprodutivos, tais como bexiga e intestino, e infertilidade”. De acordo com ele, um potencial acesso a novas formas de diagnóstico, sobretudo, precoces, serão de fundamental importância para o tratamento e atenuação do impacto da doença no cotidiano das pacientes. “Temos uma dificuldade de diagnóstico, principalmente nos casos iniciais da doença em que não alteram o exame clínico nem os exames de imagem”.

Febrasgo lança campanha de nutrição para mulheres em processo de gestação

Febrasgo lança campanha de nutrição para mulheres em processo de gestação

Iniciativa busca difundir informações que propiciem ingesta de maior qualidade nutricional em meio a tentantes, gestantes e puérperas

 

São Paulo, março de 2022. Ciente dos cerca de 120 milhões de brasileiros* que vivem com algum grau de insegurança alimentar, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia lança a campanha Nutrindo o Amor. A iniciativa visa abrandar os impactos da ingestão nutricional insuficiente por meio da educação e conscientização sobre o papel da alimentação em todo o processo gestacional. A ação trará orientações para melhores escolhas entre as mulheres que têm acesso a alimentos de qualidade. E, sobretudo, oferecerá apoio para a identificação de caminhos nutricionais que possam amenizar os cenários de falta de recursos, no caso daquelas que sofrem com escassez de alimentos abundantes, gás e luz.

 

A campanha promoverá conteúdos para mulheres tentantes, gestantes e puérperas por meio do site e redes sociais da Febrasgo, email mkt e estímulo à veiculação de reportagens sobre o tema. Para tanto, a iniciativa fomentará discussões sobre hábitos culinários, aproveitamento total de alimentos, valorização de sabores regionais e sazonais (comumente, mais abundantes e com menor preço), formas de preparo mais econômicas, etc.

 

Para o público médico, a Nutrindo o Amor investirá ainda em conteúdos ligados ao aprofundamento da acolhida desses perfis de pacientes.

 

A Febrasgo tem ciência de que a batalha contra a insegurança alimentar é multifatorial. Contudo, acredita que a informação pode ser uma ferramenta de apoio e suporte para mulheres que planejam, vivenciam uma gestação ou que se tornaram mães recentemente.

 

* Dado oriundo do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), e do levantamento Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil, Coordenado pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade de Brasília (UnB)

A ginecologia e a luta feminina por direitos

A ginecologia e a luta feminina por direitos

Febrasgo celebra a garra e resistência da mulher, no mês símbolo de suas lutas

 

São Paulo, março de 2022. Há 90 anos, as mulheres brasileiras conquistaram um dos mais importantes direitos, o voto – algo presente no universo masculino desde a Grécia antiga, nos idos de 500 aC. Nesse 2022, um debate igualmente secular permeia nossas casas legislativas, a autonomia feminina para decidirem sobre os procedimentos contraceptivos que desejam ou não utilizar, independente de consentimento do esposo. A crescente velocidade com o que se habitou a comentar as mudanças cotidianas parecem não avançar na mesma medida da equiparação de direitos das mulheres.

 

A representatividade e, sobretudo, a presença feminina em todos os campos da sociedade é de fundamental importância para sua própria evolução. E todos os atores da contemporaneidade são corresponsáveis para que esse intento ocorra. No Febrasgo, a valorização do saber, das competências de gestão e administração tem garantido que a elevada presença feminina observada formações de ginecologia e obstetrícia, estudos acadêmicos e lideranças também se reflita nas composições de CNE, protagonismo em programas de congressos e ementas de cursos, representação da especialidade nas esferas políticas, dentre tantas outras frentes.

 

No âmbito cotidiano de nossa especialidade médica, a atenção e assistência dedicada às pacientes não resulta apenas na manutenção de sua saúde. Mas em possibilitar que continuem sendo presença e força até que as condições de vida estejam equilibradas e possam se ocupar apenas de suas existências.

 

Nesse Mês da Mulher, a Febrasgo celebra a garra e resistência da mulher em sua incessante luta para ser ela mesma.

Febrasgo lança campanha especial para atualização sobre obesidade

Febrasgo lança campanha especial para atualização sobre obesidade

Cerca de 30% da população feminina adulta, no Brasil, apresenta-se com a doença

 

São Paulo, março de 2022.  Em atenção à obesidade, doença que atinge cerca de 30% da população feminina adulta, no Brasil, a Febrasgo prepara uma campanha formativa que apresenta as mais recentes evidências sobre o tema e seu impacto na saúde da mulher. A campanha será composta por aulas à distância (EAD), somadas a vídeos-dicas em formatos de curta duração visando uma experiência otimizada de conteúdos mais rápidos e objetivos, a Febrasgo Tips.

 

O curso EAD será composto por cinco aulas, conduzidas, respectivamente, por Dr. Jan Pawel Pachnicki, (confirmar cargo); Dr. Luciano Pompei, presidente da CNE de Climatério; Dr. Márcio Alexandre Rodrigues, membro da CNE de Climatério; Dra. Alessandra Bedin Rubino (confirmar cargo); e Dra. Maria Celeste Wender, presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissioanl. As ementas das aulas abordarão:

 

Aula 1 – Orientação: Dr. Jan Pawel Pachnicki

  • Obesidade é uma doença crônica - fato ou fake
  • Fisiopatologia da Obesidade
  • Fisiologia do apetite e do reganho de peso
  • Necessidade de tratamento em longo prazo

 

Aula 2 – Orientação: Dr. Luciano Pompei

  • Como abordar a paciente com obesidade no consultórios
  • 5 As da abordagem do paciente com obesidade (simplificado)
  • Action IO – Pacientes querem ser abordados
  • Importância da abordagem mesmo quando não há queixa
  • Doenças ginecológicas relacionadas à obesidade e importância do tratamento

 

Aula 3 – Orientação: Dr. Márcio Alexandre Rodrigues

  • Tratamento medicamentoso da obesidade é seguro?
  • Tripé do tratamento da obesidade – O que dizem os guides
  • Ao que atentar na hora de prescrever uma medicação antiobesidade?
  • Medicamentos disponíveis no Brasil – Eficácia e segurança de cada um deles

 

Aula 04 – Orientação: Dra. Alessandra Bedin Rubino

  • Dieta, exercícios ou tratamento medicamentoso, qual a melhor opção?

 

Aula 05 – Orientação: Dra. Maria Celeste Wender

  • Otimizando o tratamento da obesidade

 

 

Os conteúdos da Febrasgo Tips terão como tema: Como acompanhar os resultados do tratamento da obesidade?; Como iniciar a conversa sobre o tratamento da obesidade?; Importância da Manutenção do peso perdido durante o tratamento; Quais os mecanismos de reganho de peso?; e Tratar a Obesidade, por que não?. Para acessar essas informações, clique aqui
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