Posicionamento Febrasgo sobre Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Caros Colegas Ginecologistas e Obstetras brasileiros,
Vimos à sua presença para alertá-los sobre um fato que nos foi dado a conhecer, que nos traz profundas preocupações, e que nos obriga a expressar a nossa reprovação.
Estamos falando da criação de uma Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia encabeçada por um grupo de médicos autônomos que resolveram por conta própria constituí-la à margem da nossa histórica e tradicional representação que é exercida há mais de 60 anos pela FEBRASGO, esta sim, constituída por mais de 25.000 ginecologistas do país.
Cabe esclarecer que a criação de uma Academia Brasileira de qualquer natureza, à exemplo da Academia Brasileira de Letras (ABL), da Academia Nacional de Medicina (ANM), entre outras, deve ser norteada por princípios da imparcialidade, senso de justiça, legitimidade, honradez, probidade e, sobretudo, reconhecimento meritório dos patronos que ocupam as suas cadeiras. Ou seja, uma academia de notáveis deve ter critérios rígidos e bem definidos para escolher os seus membros com definições aprovadas por colegiados independentes, sem jamais servir a grupos de pessoas, a interesses financeiros ou dar espaços para princípios de compadrios.
Uma Academia Brasileira não pode, sob qualquer pretexto, contaminar suas indicações para incluir eventuais membros que não preencham os critérios meritórios e, tampouco, excluir colegas que, reconhecidamente, tenham história merecedora para, como membros, ocupar uma de suas cadeiras. Deve ao final orgulhar a todos que desta Academia se nutrem, sempre em prol do engrandecimento, do prestígio e da notoriedade da classe que representa. Portanto, seus princípios régios devem também incluir lisura, transparência e dignidade.
Pelos motivos expostos, a FEBRASGO não reconhece a Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, inscrita no CNPJ sob n.º 42.368.041/0001-85, que se diz fundada em 21/05/2021, localizada na cidade de Goiânia – GO, como entidade associada e/ou federada a seu quadro, tampouco conhece seus objetivos junto à classe médica da Ginecologia e Obstetrícia.
A criação da Academia Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia é um sonho de há muito acalentado pela Febrasgo em seus 62 anos de atuação, sempre respeitada pelos seus associados, pela Medicina e pela Sociedade como um todo. Por fim, informamos que estamos em processo de criação da Academia de Notáveis em Ginecologia e Obstetrícia com critérios definidos de escolhas dos seus patronos, com metodologia meritória, decisões colegiadas e com a transparência democrática que se faz necessária em projetos dessa envergadura. Certamente, teremos como ocupantes de suas cadeiras, os ginecologistas e obstetras com as biografias mais respeitadas do país independente de vínculos de amizade ou de cumplicidade. Este, vale repetir sempre, é um projeto que não se presta a interesses econômicos, pessoais ou políticos. Trata-se do interesse de todos e não de grupos específicos de pessoas.
A FEBRASGO se coloca à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas a respeito do tema, bem como, se compromete a sempre buscar a clareza e veracidade de todas as manifestações que de alguma forma atinjam aos colegas associados.
Com o nosso maior respeito
Cordialmente,
Diretoria da Febrasgo.
Posicionamento sobre Gestrinona da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Febrasgo e Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva
Febrasgo. Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva.
Uma vez que os informes recentemente publicados mencionam o uso do citado implante no tratamento da endometriose, ambas sociedades médicas decidiram se manifestar sobre o uso dos implantes no tratamento da afecção em foco, trazendo dados baseados em evidências científicas.
1. Não há na literatura médica trabalho científico de relevância que avaliou a eficácia do citado implante no tratamento da endometriose;
2. Não se sustenta a colocação de que a via de administração de uma medicação, seja qual for, tem ação semelhante. Portanto, os efeitos do implante de gestrinona não podem ser, de forma alguma, comparado aos da gestrinona via oral. Esta via, apesar de ter sido avaliada em artigos científicos, possui evidências escassas sobre sua efetividade;
3. Não há informações disponíveis para a classe médica, tampouco para a população geral sobre os efeitos adversos relacionados à colocação dos referidos implantes. Ao contrário das medicações disponibilizadas em farmácias “não magistrais”, não há bulário que possa esclarecer às usuárias e profissionais da saúde, os possíveis efeitos da medicação, incluindo hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, efeitos sobre o perfil lipídico, metabolismo hormonal, retorno aos ciclos menstruais normais, ganho de peso, assim como dos efeitos masculinizantes (aumento de oleosidade de pele, acne, hirsutismo, alteração de voz, aumento de clitóris, entre outros);
Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Febrasgo
Sociedade Brasileira de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva
Os alimentos aliados da saúde intestinal das grávidas
Os alimentos aliados da saúde intestinal das grávidas
Maior consumo de água e fibras ajuda a evitar desconfortos como a constipação
Muitas mulheres podem vivenciar situações de intestino preso – ou constipação - durante a gestação. Isso ocorre porque durante essa nova fase de gerar o bebê existe o aumento da produção de alguns hormônios, entre eles a progesterona.
Uma das funções da progesterona é diminuir os movimentos uterinos (contrações uterinas), evitando aborto e parto prematuro, segundo a médica Dra. Fernanda de Castro Surita, professora associada do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e presidente da CNE de Assistência Pré-Natal da Febrasgo.
Porém, o aumento da progesterona no sangue pode reduzir a movimentação de outros músculos, como os movimentos peristálticos do intestino, levando à constipação. Além disso, durante a gestação, a necessidade hídrica é maior e se não adequada pela mulher, o consumo insuficiente de água pode tornar as fezes mais secas e difíceis de serem eliminadas.
Para melhorar o quadro de constipação é preciso aumentar o consumo de água e de fibras. A nutricionista Dra. Maira Pinho-Pompeu, especialista em saúde materna e perinatal pela Unicamp, explica que existem dois tipos de fibras, as fibras solúveis que absorvem a água dos alimentos e a água que tomamos como hidratação, ajudando na motilidade do intestino. E as fibras insolúveis, que não absorvem água e que ajudam a formar o bolo fecal. “Ambas as fibras são essenciais para a saúde intestinal e são encontras em alimentos integrais, frutas (principalmente em suas cascas), leguminosas, legumes e verduras”, diz a nutricionista.
Além disso, é interessante que a mulher dê preferência aos alimentos laxativos, como a ameixa e o mamão. Os probióticos, microrganismos vivos que ingeridos em quantidades adequadas fazem bem à saúde, podem contribuir para a melhora intestinal, mas para terem este efeito é preciso ter uma alimentação saudável e equilibrada.
Apesar de não ter contraindicação em relação à suplementação de probióticos, é indicado que a mulher tenha uma avaliação nutricional ou médica, uma vez que existem diversos tipos de probióticos e com diferentes funções.
Mitos e Verdades sobre nutrição das mulheres que querem engravidar
Mitos e Verdades sobre nutrição das mulheres que querem engravidar
Alguns hábitos e consumos de alimentos precisam de atenção da mulher que pretende engravidar. A alimentação adequada também na fase pré-gestacional exerce um papel importante. As nutricionistas Dra Maira Pinho Pompeu e Dra Daiane Paulino esclarecem alguns mitos e dizem o que são verdades para ajudar as mulheres antes da gravidez.
Confira:
Mulheres que querem engravidar não podem consumir canela ou cúrcuma
Mito - O uso destes ingredientes como tempero, por exemplo canela na banana ou cúrcuma no frango, não prejudica a fertilidade da mulher. Porém, não devem ser suplementados na fórmula de cápsulas ou consumidos como chás e shots.
O consumo de álcool deve ser descontinuado antes da gravidez
Verdade- O álcool é prejudicial para a maturação dos ovócitos femininos e também para a produção espermática no homem, por isso, deve ser descontinuado quando o casal decide engravidar.
Consumir chás naturais ajudam a engravidar
Mito - Os chás, por mais comum e naturais que sejam, apresentam compostos fitoterápicos que vão agir de formas diferentes no nosso organismo, podendo inclusive diminuir a fertilidade do casal. Por isso, é preciso orientações sobre chás permitidos no ciclo gravídico-puerperal.
O café deve ser evitado pelas mulheres que estão tentando engravidar
Verdade - Assim como o álcool, o consumo excessivo de cafeína pode reduzir as chances do casal engravidar. Por isso, deve ser descontinuado ou ter seu consumo reduzido quando o casal decide engravidar. A cafeína está presente nas bebidas que contêm café, em refrigerantes de cola, chás mate, verde e preto, além de energéticos. Quanto ao café, esse pode ser consumido sem preocupação se for descafeinado.
Grávidas vegetarianas precisam de um planejamento nutricional
Grávidas vegetarianas precisam de um planejamento nutricional
Alimentação deve ser balanceada para a boa saúde da futura mamãe e do bebê
As gestantes que são vegetarianas ou veganas devem ter atenção em relação ao cuidado nutricional. O ideal é que essas mulheres tenham uma orientação individualizada e que considere o tipo de vegetarianismo que é seguido.
A alimentação vegetariana pode ser classificada em vegetarianos estritos, que não consomem laticínios ou ovos e nenhum tipo de carne; ovolactovegetarianos (consomem ovos e laticínios, mas não consomem nenhum tipo de carne); lactovegetariano (consomem laticínios, mas não consomem ovos nem carne). São considerados veganos quem não consome nem utiliza nenhum produto de origem animal. Essa modalidade envolve não só a alimentação, mas também vestuário ou qualquer atividade que envolva sofrimento animal (ex. espetáculos com animais).
Segundo a nutricionista Dra. Daiane Paulino, supervisora do Serviço de Nutrição do Hospital da Mulher da Unicamp, as dietas vegetarianas balanceadas não trazem riscos para a saúde materna nem fetal. “No entanto, é importante considerar o tipo de regime alimentar que é seguido, as quantidades e a variedade de alimentos que são consumidos para se estabelecer uma adequação da ingestão de nutrientes que são importantes no período gestacional”, afirma a nutricionista.
A médica Dra. Fernanda de Castro Surita, professora associada do Departamento de Tocoginecologia da Unicamp e presidente da CNE de Assistência Pré-Natal da Febrasgo, lembra que as evidências científicas mostram que dietas vegetarianas bem balanceadas não apresentam riscos para a gestação. “Entretanto, temos que ter atenção maior com as gestantes veganas e com os nutrientes que são encontrados principalmente em alimentos de fonte animal, como a vitamina B12, ferro, cálcio, colina, vitamina D e ômega-3”, esclarece a médica.
Por isso, em algumas situações a suplementação ou o consumo de alimentos vegetarianos fortificados podem ser necessários para a estas mulheres.
Vale lembrar que os cuidados adotados durante a gestação devem ser mantidos também no pós-parto. “Devemos também ter atenção à proteína, cuja necessidade é maior para aquelas mulheres que amamentam”, descreve a Dra Daiane.