Revistas

OSTEOPOROSE E A SAÚDE FEMININA

O que causa a osteoporose?

A osteoporose é uma doença osteometabólica sistêmica, caracterizada pela redução na densidade e na qualidade óssea, e tem como consequência mais grave, a ocorrência de fraturas por fragilidade, particularmente no antebraço, coluna e no quadril.

É uma doença assintomática até que o paciente apresente uma fratura. Segundo estimativas da International Osteoporosis Foundation (IOF), aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo estejam afetadas pela osteoporose e no Brasil cerca de 10 milhões. Estima-se que a cada três segundos ocorra uma fratura decorrente da osteoporose, totalizando aproximadamente 9 milhões de fraturas anualmente no mundo. Além da sua alta prevalência, as fraturas por fragilidade podem causar incapacidade física, perda da automonia e independência e até a morte, além de encargos que afetam tanto o indivíduo quanto a sua família, a comunidade e sistemas de saúde. Esta questão assume grande importância porque o problema só tende a crescer, devido ao progressivo aumento da expectativa de vida, tornando uma séria questão de saúde pública.

Existem vários fatores de risco que contribuem para a ocorrência da osteoporose. Dessa forma, preocupada com o cenário da osteoporose no mundo, a IOF criou uma ferramenta on-line para ajudar a população a conhecer os fatores de risco que podem predispor ao surgimento da doença – o questionário de Verificação de Risco de Osteoporose. Trata-se de um rápido e dinâmico questionário programado para combinar diferentes marcadores biológicos e de hábitos de vida, a fim de alertar os indivíduos sobre os riscos para osteoporose e necessidade de buscar orientação médica. É uma ferramenta autoaplicável para ser respondida on-line e que pode ser acessada no link https://riskcheck.osteoporosis.foundation/pt . O resultado chega por e-mail, e o paciente pode imprimi-lo e levá-lo ao seu médico para obter informações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento. Os principais fatores de risco estão expostos a seguir.


 

Por que mulheres têm mais risco de osteoporose?


Segundo estimativa da International Osteoporosis Foundation (IOF), uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, com mais de 50 anos, sofrerão uma fratura devido à fragilidade óssea. Isso ocorre devido a vários fatores, destacando-se mudanças hormonais ocorridas na menopausa, pela parada da produção dos esteroides sexuais pelos ovários. No hipoestrogenismo, há um aumento do número e da sobrevida de osteoclastos, responsável pela reabsorção óssea, o que acarreta maior perda óssea predispondo a osteoporose e fratura por fragilidade.


 
Como é feito o diagnóstico?


A grande importância quando se trata de osteoporose é o diagnóstico precoce com a identificação de fatores de risco – e, se indicada, a realização do exame de densitometria óssea.

Visando melhorar a identificação dos indivíduos com risco de fratura, foram desenvolvidas outras ferramentas clínicas que combinam a idade e gênero com fatores de risco para estimar a probabilidade de fratura. Dentre elas, a Ferramenta de Avaliação de Risco de Fratura (Fracture Risk Assessment Tool - FRAX) é a mais utilizada. Trata-se de um algoritmo disponível de modo digital (Através do link <http://www.shef.ac.uk/FRAX>), que usa uma combinação de fatores de risco que poder ser associados ou não a densidade óssea do colo do fêmur e apresenta a probabilidade de fraturas maiores (fratura vertebral clínica, fêmur, úmero ou punho) e de fratura de quadril, nos próximos 10 anos, em homens e mulheres. O cálculo da probabilidade de fratura é ajustado para diferentes países e tem se mostrado capaz de identificar pacientes de risco, que devem ser encaminhados para realização de densitometria ou para tratamento. É importante salientar que o FRAX tem a função primordial de auxiliar, e não de abolir ou se sobrepor ao julgamento clinico do médico na decisão terapêutica.


As principais indicações para realizar densitometria óssea são:


Mulheres com idade ≥ 65 anos ou homens com idade ≥70 anos;

Mulheres na pós-menopausa < 65 anos de idade e homens (50 a 70 anos) com fatores de risco;

Adultos com fraturas de fragilidade;

Adultos com doença ou condição associada a perda de massa óssea;

Adultos em uso de medicações associadas com baixa massa óssea ou perda óssea;

Pacientes onde a terapia farmacológica esteja sendo considerada;

Pacientes em tratamento, a fim de monitorar a eficácia da terapêutica.

Uma vez diagnosticada, há uma variedade de tratamentos medicamentosos eficazes que deverão ser individualizados e contínuos.

 Como prevenir?

Boa nutrição, atividade física regular, evitar hábitos e estilo de vida prejudiciais à saúde óssea são recomendadas para todos as pessoas, em qualquer fase da vida para prevenir a osteoporose e a sua fratura subsequente.

A FEBRASGO, em conjunto com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF – International Osteoporosis Foundation), da qual é afiliada e através da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose (CNE Osteoporose), têm participado em todas as campanhas mundiais do DIA INTERNACIONAL E NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO E COMBATE À OSTEOPOROSE  (WORLD OSTEOPOROSIS DAY) e oferece aos seus associados, materiais científicos sobre a abordagem da osteoporose, que estarão disponíveis no site para que os médicos possam compartilhar com suas pacientes no sentido de orientá-las da importância da saúde óssea e para auxiliar na prescrição médica, motivando a adesão ao tratamento. O material também servirá para promover um dos pilares da saúde pública: a educação e informação de qualidade em saúde. O conhecimento é fundamental para que o paciente e a população em geral possam conhecer a doença, identificar fatores de risco, mudar hábitos, exigir cuidados e ter participação ativa nas decisões terapêuticas.

Estará acessível no site da FEBRASGO, a nova versão do Manual Brasileiro de Osteoporose – 2022; o AUDIT Osteoporose da América Latina (este e outros mateirias você pode encontrar aqui: https://www.febrasgo.org.br/pt/revistas/itemlist/tag/comissao-de-osteoporose ), onde consta um capítulo especifico sobre os dados epidemiológicos do Brasil e o abstract book do World Congress on Osteoporosis, Osteoarthritis and Musculoskeletal Diseases, promovido pela International Osteoporosis Foundation e pela European Society for Clinical and Economic Aspects of Osteoporosis and Osteoarthritis com mais de 1400 abstracts sobre o tema. O congresso foi realizado em Barcelona, Espanha no período de 4 a 7 de maio de 2023. Durante o evento, A FEBRASGO, dentre todas as Sociedades Globais afiliadas a IOF, recebeu mais uma vez, o prêmio de melhor estande, quando a atual presidente, a Dra. Adriana Orcesi Pedro, realizou a apresentação dos programas e ações conduzidos pela CNE Osteoporose. O presidente do Comitê das Sociedades Nacionais da IOF (Committee of National Societies) Professores Jean-Yves Reginster e o diretor-presidente da  IOF, Philippe Halbout que entregaram o prêmio durante a sessão de encerramento do National Societies Day.

Neste ano contamos também com o recém lançado, manual de orientação especifico para prestadores de cuidados à pacientes com fragilidade óssea, que desempenham um papel importante, auxiliando o paciente e seus familiares na assistência aos portadores de osteoporose e/ou fratura por fragilidade.



Jean-Yves Reginster, Philippe Halbout e Famida Jiwa na entrega do prêmio à Adriana Orcesi Pedro, presidente da CNE Osteoporose da FEBRASGO.        

Estará à disposição de profissionais de saúde e público em geral, através do site Feito para Ela, diversos materiais informativos destinados aos pacientes. São informações sobre a prevenção, identificação de fatores de risco, sinais e sintomas da doença e orientações nutricionais, orientação nutricional após fratura, atividade física, prevenção de quedas e recomendações de hábitos de vida saudável. O objetivo é promover educação em saúde, auxiliar na prescrição médica e motivar a adesão ao tratamento.

Este ano o tema central da campanha é “FORTALEÇA SEUS OSSOS” (BUILD BETTER BONES). A campanha irá destacar a importância de um estilo de vida saudável como a base para a manutenção de ossos fortes e um futuro com mobilidade, livre de dependências e de fraturas por fragilidade.

Abaixo estão o logo da campanha 2023, o infográfico e os posteres.






Como funciona o tratamento?


O ginecologista e o obstetra têm um importante papel em promover a saúde óssea em fases da vida da mulher que requerem maior atenção e cuidado, consequentemente assumindo uma posição decisiva no diagnóstico, prevenção e tratamento da osteoporose.

O tratamento deverá envolver cuidados como a orientação nutricional com ingestão de alimentos ricos em cálcio ou suplementação quando necessário, de acordo com as recomendações de adequação alimentar. A vitamina D deverá ser checada e suplementada quando necessário em pessoas de alto risco e naquelas que receberão tratamento farmacológico para osteoporose. A atividade física deverá ser realizada de forma persistente e progressiva, respeito a capacidade motora e cardiovascular dos pacientes. Outras medidas são fundamentais, como as orientações para se evitar hábitos de vida danosos à saúde óssea (tabagismo e etilismo) e a prevenção de quedas.

No paciente de alto para fratura, além das medidas gerais supracitadas, deverá receber o tratamento farmacológico com agentes antirreabsortivos que são efetivos em diminuir a probabilidade de fratura.

É importante ressaltar que a terapia hormonal na mulher após a menopausa e sem contraindicação, é uma classe de medicação que preserva a saúde óssea, preservando a perda óssea durante o climatério e desta forma exerce um papel importante na prevenção das fraturas por fragilidade óssea.

Dentro da abordagem multidisciplinar da osteoporose, o ginecologista tem um papel fundamental por acompanhar clinicamente a mulher em todas as fases de sua vida, podendo atuar ativamente no diagnostico, prevenção e tratamento oportuno desta doença.


ADRIANA ORCESI PEDRO


Médica ginecologista

Professora Livre-docente em Ginecologia - UNICAMP

Presidente da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose - FEBRASGO

Membro da Comissão de Climatério – SBRH

Regional Advisory Board – International Osteoporosis Foundation

NAMS Certified Menopause Practitioner – North American Menopause Society

Dia Nacional de Combate à Sífilis: 31 mil gestantes brasileiras foram diagnosticadas com a doença no último ano

FEBRASGO alerta que a infecção pode ser transmitida da mãe para o bebê

De janeiro a junho de 2022, o Brasil registrou um total de 122 mil novos casos de sífilis. Segundo informações do Ministério da Saúde, nesse período, foram identificados 79,5 mil casos de sífilis adquirida, 31 mil casos em gestantes e 12 mil ocorrências de sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê. O Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, 19 de outubro, foi estabelecido com o propósito de incentivar a conscientização da população sobre a prevenção da doença. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis nas gestantes durante o período pré-natal.

O Dr. Regis Kreitchmann, vice-presidente da Comissão de Doenças Infectocontagiosas da FEBRASGO, explica que a sífilis é uma doença causada por uma bactéria chamada Treponema Pallidum que pode provocar feridas no genitais, na palma das mãos e planta dos pés, manchas no corpo, queda de cabelos e pode levar, com o tempo, à destruição das articulações, lesões nos vasos do coração e no cérebro. “Os sintomas não são específicos da sífilis, sendo que muitas vezes, nas fases iniciais da doença, eles podem passar despercebidos pelas mulheres”, alerta o Dr Régis.

A transmissão da doença pode ocorrer tanto por meio de relação sexual, quanto durante a gravidez, uma vez que a bactéria pode facilmente atravessar a placenta. A sífilis apresenta um alto risco de resultar em perdas ou lesões fetais potencialmente irreversíveis. Os impactos no feto podem ser devastadores, incluindo a possibilidade de aborto ou óbito fetal. Sem tratamento, o bebê pode nascer com sífilis congênita, exigindo internação para exames e administração de antibióticos como parte do tratamento da doença.


Teste diagnóstico


O Dr. Régis explica que o teste diagnóstico pode ser feito através de exames de sangue (VDRL ou RPR) no laboratório ou mesmo por teste rápido específico para sífilis no posto de saúde. “O teste precisa ser realizado pelas pacientes que estão planejando uma gestação.  Todas as gestantes devem realizar o teste na primeira consulta do pré-natal e repeti-lo no terceiro trimestre e no momento do parto. O exame deverá ser feito também nas situações de exposição de risco para sífilis, como ocorre nos episódios de violência sexual”, destaca o ginecologista.


Tratamento


Durante a gestação, o tratamento da mãe e do bebê envolve o uso de penicilina benzatina por via intramuscular, com o número de injeções dependendo do tempo de contágio, variando de uma a três doses. Além disso, o parceiro também deve ser tratado com o mesmo tratamento ou, se preferir, pode optar por um antibiótico oral. É fundamental seguir o tratamento prescrito e realizar exames de sangue para confirmar a eficácia da terapia.


Complicações potenciais da sífilis se não for tratada adequadamente


Em mulheres, a sífilis tem o potencial de evoluir e provocar danos nos órgãos vitais, resultando em lesões cerebrais, articulares e cardíacas que podem ser fatais. Em gestantes, a complicação mais séria de um tratamento inadequado é a possibilidade de transmitir a infecção para o bebê, o que pode acarretar consequências graves e sequelas ao longo de toda a vida da criança.


Saúde reprodutiva da Mulher


“A sífilis não tratada pode causar abortos de repetição, além da ocorrência de perdas fetais e neonatais repetidas. Essas perdas possuem enormes impactos sociais, econômicos e psicológicos para a mulher e a sociedade. A sífilis congênita pode ser eliminada se a mulher for diagnosticada e tratada corretamente”, alerta o especialista.


Como posso me proteger da sífilis e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?


Uma maneira eficaz de se prevenir contra doenças sexualmente transmissíveis é o uso de preservativos durante as relações sexuais. Além disso, a testagem regular para sífilis, HIV e hepatites virais, disponível em postos de saúde, é fundamental, especialmente para indivíduos que praticam sexo desprotegido, devendo ser realizada anualmente. A testagem dos parceiros também é essencial para garantir uma camada adicional de proteção, especialmente para as mulheres.

“Em situações de risco, como aquelas envolvendo violência sexual, é recomendado que as mulheres busquem serviços especializados o mais rápido possível, a fim de receber medicamentos de profilaxia contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Para pessoas que enfrentam exposição frequente a ISTs, a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), que consiste em uma combinação de antirretrovirais orais, pode ser uma opção para prevenir a infecção pelo HIV", pontua o médico.

A Febrasgo repudia veemente atos de terrorismo e violência

Como entidade representativa dos especialistas dedicados à saúde da mulher, a FEBRASGO repudia veementemente atos de terrorismo e violência.

Somos tocados por tais tragédias e profundamente abalados pela perda significativa de vidas em Israel e Gaza.

Nossas condolências vão para aqueles que choram suas perdas; solidarizamo-nos com aqueles que enfrentam temores diários e nossos pensamentos estão com todos que sofreram a perda de entes queridos.

FEBRASGO

Terapia hormonal é uma opção para aliviar os sintomas da menopausa

FEBRASGO reforça a importância do acompanhamento médico durante o climatério para a diminuição dos impactos causados pelo fim da fase reprodutiva da mulher

Durante a menopausa, ocorre uma redução significativa na produção de hormônios sexuais femininos, tais como o estrogênio e a progesterona. Essa diminuição hormonal pode ocasionar diversas alterações físicas e hormonais que têm impacto na libido e na satisfação sexual das mulheres. Nesse Dia Mundial da Menopausa, 18 de outubro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) reforça a importância do acompanhamento médico nesse período da vida das mulheres.

Em geral, a menopausa se manifesta entre os 40 e 55 anos, marcando o término da fase reprodutiva feminina. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que o Brasil tenha aproximadamente 29 milhões de mulheres que estejam no climatério ou na menopausa, representando 7,9% da população feminina do país.

“As mulheres passam um terço ou mais de suas vidas na fase da pós-menopausa. A menopausa é a parada definitiva das menstruações, representando um marco: a última menstruação”, diz o Dr. Luciano de Melo, presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO.

O especialista explica que existe a fase da transição menopausal e que o climatério abrange toda a passagem do período reprodutivo para o não-reprodutivo, indo até a última menstruação. “Nesta fase, a mulher já apresenta alterações menstruais e, frequentemente, já começa a ter sintomas da menopausa, tais como as ondas de calor. Todavia, ela ainda apresenta ciclos menstruais (irregulares), mas os apresenta”, completa Melo.

Menopausa Precoce

Conhecida também como insuficiência ovariana prematura, a menopausa precoce é quando o ovário deixa de produzir os hormônios e a mulher entra em menopausa, parando de menstruar totalmente antes dos 40 anos.

O médico esclarece que na maioria das vezes é difícil determinar uma causa, o que a medicina denomina como idiopática. “Claro que deve existir uma causa por trás da menopausa precoce idiopática, mas ainda não existem exames que consigam detectar que causa é essa. Entretanto, em muitos casos é possível a detecção do que causa a menopausa precoce, por exemplo, doenças autoimunes, quando corpo produz anticorpos contra o próprio organismo; tratamentos oncológicos como quimioterapia e radioterapia; fatores genéticos e cromossômicos", destaca o ginecologista.

Causas

A ginecologista Lucia Helena Simões, vice-presidente da Comissão de Climatério da FEBRASGO, esclarece que os principais sintomas da menopausa, na verdade, são muitos, por exemplo vasomotores que são as chamadas ondas de calor os muitas vezes acompanhado de sudorese, palpitação, despertar noturno. “A mulher pode ter uma onda de calor e acaba acordando várias vezes à noite, tendo dificuldade para voltar a pegar no sono, então isso leva a insônia, cansaço, indisposição, alterações psicológicas, ansiedade, irritabilidade, humor mais depressivo ou agravamento de uma depressão que ela já pode ter. Problemas vaginais, ressecamento vaginal, dor para ter relações sexuais, incontinência urinária alterações da memória também podem ser outros exemplos de consequências”, explica a especialista.

Alteração de Humor

A médica da FEBRASGO fala sobre como é momento de alteração de humor na vida das mulheres: “Existem outras condições que acontecem nesse período da vida da mulher que podem agravar o estado de humor, como problemas psicológicos. Por exemplo, a síndrome do ninho vazio, em que os filhos chegam à fase adulta e vão saindo de casa, logo a mulher se vê sozinha ou somente com o parceiro, e isso pode acarretar alterações de humor. Do ponto de vista de carreira de trabalho, também pode haver algum comprometimento, e essas são outras questões sociais que envolvem esse período”.

Tratamento

A Dra. Lúcia diz que para aliviar os sintomas a mulher pode recorrer à terapia hormonal. O tratamento do climatério se baseia em orientação alimentar, atividade física, aporte psicológicos necessários e terapia de reposição manual para controle dos sintomas, além outras medicações não hormonais quando a mulher não pode ou não deseja usar a terapia de reposição hormonal. “A terapia é feita de forma individualizada, levando em consideração as necessidades da mulher e os riscos que cada mulher apresenta”, completa a especialista.

Dia Nacional da Vacinação: compreenda as principais categorias de imunização essenciais para o público feminino

Imunização tem o potencial de preservar a vida de até três milhões de pessoas anualmente


As vacinas representam um marco essencial na história da saúde humana, e de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde, elas salvam a vida de três milhões de indivíduos a cada ano. Para enfatizar a relevância das vacinas, o Brasil celebra, em 17 de outubro, o Dia Nacional da Vacinação, uma ocasião dedicada a destacar a importância da imunização no combate às epidemias.


A Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (FEBRASGO), ressalta que a vacinação fortalece as defesas naturais do nosso organismo, prevenindo doenças graves. É uma estratégia segura e inteligente para manter nossa saúde e resistência em alto nível.  Destacando que para o público feminino, existem vacinas específicas ao longo da vida que não devem ser negligenciadas, como a vacina contra o HPV. Esta vacina é disponibilizada gratuitamente para meninas a partir dos 9 anos até os 14 anos, para mulheres que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos. Nas clínicas particulares, a vacina quadrivalente está disponível para meninas e mulheres de 9 a 45 anos.


Vacinas fundamentais para meninas e mulheres


A ginecologista Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da FEBRASGO, diz que a vacinação do HPV evita lesões benignas como as verrugas genitais em homens e mulheres, e que apesar de benignas, são extremamente infecciosas e desconfortáveis. “As mulheres acima dos 15 anos que ainda não se vacinaram, podem se beneficiar da vacinação disponível na rede privada, em esquema de três doses”, complementa a médica.


Vacinas para gestantes


A vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da FEBRASGO, Dra. Nilma Antas Neves, explica que existem três vacinas primordiais para a imunização de gestantes - Influenza, Hepatite B e dTpa-tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche).


A vacina dTpa é recomendada em todas gestações, é ela quem protege a gestante durante a gravidez e transfere anticorpos para o feto, protegendo-o em seus primeiros meses de vida até que possa ser vacinado. “Os adolescentes e adultos estão sendo reconhecidos como as principais fontes de transmissão da coqueluche para os recém-nascidos e crianças ainda não vacinadas ou com sua imunização incompleta. As mães também têm apresentado uma participação relevante nessa transmissão", explica Dra. Nilma.

 
Gestantes também são grupo de risco para as complicações da infecção pelo vírus da Influenza. “A gripe está associada ao aumento de hospitalizações e doenças de maior gravidade em gestantes e neonatos”, afirma a médica. Sobre a importância da imunização de gestantes contra a Hepatite B, Neves complementa: "O objetivo principal da vacinação contra Hepatite B durante a gravidez é evitar a aquisição materna desse vírus e consequente proteção do seu recém-nascido.”

Dia Mundial da Dor: Vamos discutir a endometriose, caracterizada por cólicas menstruais intensas, dores abdominais que ocorrem fora do período menstrual

Uma pesquisa conduzida pelo Ibope durante a pandemia, revelou que 82% das mulheres entrevistadas relataram sentir dores frequentemente. Em contraste, entre os homens participantes, essa porcentagem diminuiu para 18%. Nesse contexto, a FEBRASGO enfatiza que ao longo da vida, as diversas fases da mulher se desenham, desencadeando transformações tanto no corpo quanto na mente. Portanto, é de extrema importância priorizar a atenção aos cuidados de saúde, garantindo a manutenção do bem-estar feminino e prevenindo o surgimento de condições dolorosas relacionadas.

Uma das condições de saúde frequentemente observadas em mulheres é a endometriose, que pode ser altamente debilitante. Ela se manifesta por meio de cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, desconforto durante as relações sexuais e sintomas relacionados ao trato intestinal e urinário.

O Dr. Carlos Alberto Petta, membro da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), explica que dentro do útero, as mulheres possuem uma camada de glândulas chamada endométrio, que fica à espera de uma gravidez. Se essa gravidez não ocorre, o endométrio é eliminado, o que chamamos de menstruação, sendo composta por células do endométrio. A endometriose ocorre quando essas células se encontram em locais fora do útero, como no ovário, na parte posterior do útero e na bexiga. Essa condição pode afetar o sistema reprodutivo, pois é uma doença inflamatória que provoca aderências que distorcem a anatomia desses órgãos, sendo uma das causas da infertilidade.

Além das cólicas extremamente intensas, que às vezes impedem que a mulher desempenhe suas atividades diárias, e das dores abdominais severas, outros sintomas da endometriose compreendem:

● Alterações intestinais e urinários durante o período menstrual;
● Sangramento menstrual intenso e irregular;
● Dor intensa durante relações sexuais;
● Dor pré-menstrual, que pode ocorrer uma ou duas semanas antes do início do período menstrual, afetando a região abdominal.
● Dor para urinar;
● Dor abdominal;
● Distensão abdominal;
● Massa abdominal palpável;
● Fadiga e cansaço;
● Infertilidade ou dificuldade maior para engravidar.

“Os fatores de risco para o desenvolvimento da endometriose podem ser divididos em várias categorias. Um dos principais é o histórico familiar, pois uma mulher com um parente de primeiro grau afetado pela doença enfrenta um risco significativamente maior, de sete a dez vezes, de também desenvolvê-la. Além disso, há evidências de que o estresse e a ansiedade possam desempenhar um papel na sua ocorrência. Outros estudos têm investigado a possível influência de poluentes ambientais”, alerta o Dr.

Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose pode ser realizado com exames de imagem especializados. Quando realizados adequadamente, esses exames têm a capacidade de identificar a endometriose profunda, que envolve lesões com mais de 3 milímetros de extensão. No entanto, é fundamental que esses exames sejam conduzidos por profissionais experientes e que o paciente siga as orientações de preparo necessárias para realizar a ressonância ou ultrassonografia voltadas para a detecção da doença. Atualmente, os exames de imagem representam o padrão-ouro no diagnóstico da endometriose. Além de diagnósticos de cirurgia, mais biópsia ainda são importantes.

Tratamento

Os tratamentos para a endometriose podem ser categorizados em duas abordagens: clínicas ou cirúrgicas. Os tratamentos clínicos geralmente envolvem terapias hormonais que têm o efeito de suprimir a menstruação, além do uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Em casos mais graves, a cirurgia, geralmente realizada por meio de videolaparoscopia, pode ser necessária para a remoção das lesões.

Além disso, o profissional de saúde também orienta mudanças no estilo de vida como parte do tratamento. Isso inclui ajustes na alimentação, como a redução de alimentos inflamatórios, como glúten, lactose, carne vermelha e açúcar, bem como a promoção de exercícios físicos, a redução de ansiedade e estresse. Essas medidas têm como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela endometriose, uma vez que tanto a dor quanto a infertilidade são fatores que podem impactar negativamente a qualidade de vida das mulheres que sofrem com a doença e apresentam esses sintomas.

Sinais de alerta que pode sugerir a doença

Os sinais de alerta para possíveis complicações na endometriose estão geralmente relacionados a obstrução no intestino ou no ureter. Essas complicações não surgem abruptamente, mas podem ser identificadas por sintomas como dores na região dos rins, dificuldade para evacuar, fezes com formato anormalmente fino e, em geral, dor intensa.
Sempre que uma dor forte é experimentada, deve ser investigada, pois ela pode estar associada a uma dessas complicações. Embora não sejam comuns, essas complicações podem ocorrer e exigem atenção médica.

“Existem indícios que podem indicar a presença da doença, que impacta a capacidade de trabalhar e estudar, requer um aumento na quantidade de medicamentos, causa o surgimento de cólicas em quem antes não as tinha, ou intensifica a dor em indivíduos que já as sofriam, e para aqueles que estão tentando engravidar há mais de um ano sem sucesso, a endometriose pode ser uma das possíveis causas”, conclui o médico.

Para otimizar sua experiência durante a navegação, fazemos uso de cookies. Ao continuar no site consideramos que você está de acordo com a nossa Política de Privacidade.

Aceitar e continuar no site