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Nota de repúdio pela suspensão do Serviço de Atenção às vítimas de Violência Sexual e de aborto previsto em lei do Hospital Municipal e Maternidade Escola de Vila Nova de

22 de dezembro de 2023

 

A FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, associação representativa dos 17 mil médicos ginecologistas e obstetras brasileiros vem manifestar perante a sociedade paulistana sua preocupação com a possível desassistência, bem como nosso repúdio pela suspensão do serviço do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova de Cachoeirinha, região norte da cidade, referência nacional para a atenção às vítimas de violência sexual e aborto legal, e em casos complexos de interrupção gestacional nas situações de risco de vida e em gestantes com fetos anencéfalos.

A Unidade Hospitalar tem importante papel assistencial à população paulistana, além de ser um centro formador de especialistas em ginecologia e obstetrícia, tendo em sua grade curricular o aprendizado e treinamento em direitos sexuais e reprodutivos, com protocolos clínicos baseados na legalidade1 e nas melhores evidências científicas respaldadas pela FEBRASGO2,3,4.

A FEBRASGO defende os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, e solicita a reabertura do serviço de referência na atenção às vítimas de violência sexual e aborto previsto em lei do Hospital Municipal e Maternidade Escola de Vila Nova de Cachoeirinha, na região norte de São Paulo.

 

Referências

1) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - artigos 5०, incisos III e IX.

2) Diretrizes para o atendimento em violência sexual: o papel da formação médica: o papel da formação médica. FEBRASGO POSITION STATEMENT. Número 4 – Abril 2021 https://www.febrasgo.org.br/images/pec/anticoncepcao/FPS---N4---Abril-2021---portugues.pdf

3) Febrasgo - Nota informativa aos tocoginecologistas brasileiros sobre o aborto legal na gestação decorrente de estupro de vulnerável. Junho 2022. https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1470-nota-informativa-aos-tocoginecologistas-brasileiros-sobre-o-aborto-legal-na-gestacao-decorrente-de-estupro-de-vulneravel

4) Interrupção da gravidez com fundamento e amparo legais. Protocolos Febrasgo. Obstetrícia, nº 69, 2021. https://www.febrasgo.org.br/images/pec/anticoncepcao/n69---O---Interrupes-da-gravidez-com-fundamento-e-amparo-legais.pdf

FEBRASGO realiza primeiro Fórum sobre Vacinação da Mulher

O evento destacou a importância das vacinas essenciais para mulheres desde a adolescência até a idade adulta, incluindo o período gestacional

 

Em 20 de outubro, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), com a Comissão Nacional Especializada em Vacinas (CNE) , promoveu o Primeiro Fórum sobre Vacinação da Mulher. Esse encontro teve o objetivo de atualizar o calendário vacinal das mulheres e enfatizar a importância dos cuidados com a saúde feminina, destacando a relevância das vacinas essenciais para as mulheres desde a adolescência até a idade adulta, incluindo o período gestacional.

 

O encontro reuniu todos os atuais membros da CNE vacinas da FEBRASGO, contando com a presença do atual presidente da Federação, Agnaldo Lopes, juntamente com a participação da presidente da CNE Dra. Cecilia Roteli-Martins.

 

“Atualmente, o ginecologista obstetra desempenha o papel de clínico especializado na saúde da mulher. Diante do avanço na proteção contra doenças imunopreveníveis proporcionada pela vacinação, torna-se cada vez mais essencial no processo de educação e atualização do ginecologista. É fundamental que esses profissionais estejam bem informados sobre todo o panorama da recomendação de vacinação, alinhando seus objetivos aos dos pediatras no que diz respeito à imunização. A transformação no comportamento do ginecologista deve ir além da abordagem de doenças, direcionando-se também à ênfase na prevenção por meio da vacinação”, destacou a Dra. Cecília Roteli.

 

Dentre os temas discutidos, destacou-se a apresentação do projeto para as demais sociedades, a análise e atualização de pontos polêmicos e a busca por consensos, entre eles:

 

Imunização contra o HPV

 

Um dos painéis de destaque foi dedicado ao HPV, composto pelos especialistas Julio Teixeira, André Santos e Valentino Magno, que abordaram questões como o esquema reduzido de doses, o uso pós-cirúrgico e pós-violência sexual, além da aplicação em grupos de risco.

 

No contexto da vacinação contra o HPV, ressaltou-se a importância de sua administração desde a pré-adolescência até os 45 anos. Destacou-se a recomendação de pelo menos uma dose para todas as mulheres, sendo que, entre 15 e 25 anos, a eficácia atinge 100% já na primeira aplicação. Para indivíduos imunossuprimidos, a orientação é a administração de pelo menos duas doses. Além disso, discutiu-se o papel da vacinação como tratamento adjuvante em pacientes, e, em situações excepcionais cirúrgicas para indivíduos com 22 anos ou mais, observou-se uma associação com um risco reduzido de lesões recorrentes, especialmente aquelas relacionadas aos tipos 16 e 18 do HPV, contidos na vacina.

 

Imunização contra VSR

 

A discussão na mesa sobre o VSR contou com a expertise dos especialistas Renato Kfouri, Isabella Balali e Susana Aide, abordando temas como a carga e impacto da doença em idosos e crianças, as vacinas recomendadas para gestantes e idosas.

Foi ressaltada a maior susceptibilidade de idosos à influenza, especialmente aqueles com doenças pulmonares crônicas, diabetes, cardiopatias e transplantados, que apresentam maior risco de mortalidade pelo VSR. Destacou-se a importância da vacinação de gestantes, garantindo a imunização dos bebês até o primeiro semestre de vida. A vacinação entre 24 e 36 semanas de gravidez foi indicada, com acompanhamento das crianças até os seis meses, visando prevenir hospitalizações por infecção pelo VSR. Adicionalmente, a vacinação da mulher a partir da 32ª semana de gestação é recomendada para evitar possíveis partos prematuros.

 

Vacinação da Gestante

 

Na discussão sobre a vacinação em gestantes, participaram os especialistas Giuliane Lajos e Fabiola Fridman, abordando temas como coqueluche, tétano, hepatite B, COVID-19 e influenza.

 

A prevenção da coqueluche é vital, sendo a vacina inativada segura durante a gestação, não apresentando riscos de causar a doença. Destaca-se a importância de manter a vacinação em dia entre as gestantes, especialmente durante o pré-natal, onde a vacina dTpa oferece proteção contra difteria, tétano e coqueluche, doenças potencialmente perigosas. Embora alguns pacientes possam desenvolver alergias aos coadjuvantes presentes nas vacinas, é primordial que toda gestante, a cada gestação, receba a vacina após as 20 semanas.

 

Outro tópico debatido foi a vacinação contra o tétano, que é essencial para aquelas que não possuem esquema completo, com a cobertura vacinal diretamente relacionada à redução da incidência. Estratégias que visam garantir uma alta cobertura durante o pré-natal fortalecem o vínculo entre gestantes e equipe de saúde.

 

No que diz respeito à influenza, as opções disponíveis incluem a tetravalente na rede privada e a bivalente na rede pública. A gestante é considerada um grupo de risco, e a vacinação durante a gestação contribui para a imunização do feto. Nos primeiros seis meses após o nascimento, o bebê não deve receber a vacina, mas as vacinas são consideradas seguras na gestação, com risco mínimo de efeitos, geralmente locais. A vacina sazonal é recomendada anualmente, independentemente do histórico anterior de vacinação, durante as campanhas de imunização.

61º CBGO - Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

 

 

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CBGO

 

Em 2023 o 61º. CBGO celebra significativas transformações e avanços


Aconteceu em novembro os quatro dias do 61º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, promovido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). O evento que contou com cerca de 4 mil inscritos recebeu 81% mulheres de todas as regiões do país, 303 palestrantes e 10 salas reservadas para todo o vasto conteúdo científico. A edição de 2023 foi 20% maior se comparada a do ano anterior e recebeu mais de mil trabalhos científicos. O CBGO foi realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 17 de novembro de 2023.

Neste ano, o destaque principal ficou por conta da predominância de jovens. A média de idade registrada foi de 30 anos, representando 56% do total de congressistas, mostrando o rejuvenescimento da especialidade. Por isso, a FEBRASGO reconhece a importância de oferecer informações a esse público de forma inovadora, atualizando o modelo tradicional.

 

Na cerimônia de encerramento a Dra. Maria Celeste Osório, primeira presidente mulher da FEBRASGO, que assumirá na gestão 2024 ressaltou: “É com imensa gratidão que expresso meu agradecimento a todos os professores e congressistas deste evento. O nosso congresso deste ano teve um notável crescimento, com o aumento de cerca de 50% no número de atividades científicas, como por exemplo o sucesso do Hands-On, que foi evidente. Quero estender meus agradecimentos aos quase 70 colaboradores, bem como ao Ministério da Saúde e à Associação Médica Brasileira pelo apoio inestimável. Convido a todos para o nosso próximo encontro em maio, durante a Jornada Científica em Salvador e já antecipamos nosso evento em 2025 aqui no Rio de Janeiro, finalizou Dra. Maria Celeste.

 

Já o Dr. Agnaldo Lopes, então presidente da FEBRASGO na gestão atual, enfatizou: “Gostaria de expressar meu sincero agradecimento a todos os congressistas pelo voto de confiança em relação à FEBRASGO. A instituição tem passado por significativas transformações e avanços em todos os aspectos. Estamos empenhados em modernizar nossas práticas no CBGO, identificando maneiras atrativas e inovadoras de fornecer informações aos nossos participantes. Em relação ao Hands-On do ano passado, este ano estamos orgulhosos de informar que dobramos a área de cobertura.”

Com relação aos conteúdos científicos, alguns dos temas apresentados foram: Dúvidas do dia a dia na prática clínica, Restrição de crescimento fetal no dia a dia do obstetra, Atualização em osteoporose para ginecologistas – certificação e credenciamento: FEBRASGO e Internacional Osteoporosis Foundation – IOF, Vacinação contra o HPV na mulher adulta, Infertilidade sem causa aparente, Desenvolvimento rápido das vacinas COVID-19 e o futuro das pesquisas em vacinas: Na adolescência a na maturidade, dentre muitos outros.

Além da preocupação com a qualidade do conteúdo apresentado, o CBGO também ofereceu uma atmosfera sustentável. Na 61ª edição foi inserida a gestão de resíduos, entre outras ações dedicadas à sustentabilidade. Durante os quatro dias, todos os participantes do congresso foram incentivados a colaborar com o descarte consciente em lixeiras devidamente identificadas. “A sustentabilidade já se fez presente de maneira marcante neste congresso; nos próximos eventos, estamos empenhados em avançar significativamente nessa questão”, pontuou a Dra. Maria Celeste.

 

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Dezembro Vermelho: No Brasil, predominância dos casos de AIDS está entre pessoas de 25 a 39 anos

Entre as medidas de prevenção, destaca-se a importância do uso de preservativos masculinos ou femininos durante as relações sexuais

Em 1º de dezembro, o Dia Mundial de Luta Contra a Aids destaca a campanha 'Dezembro Vermelho', que visa conscientizar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/Aids. Instituída pela Lei nº 13.504/2017, a campanha representa um notável avanço nacional na batalha contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), com foco especial no HIV.

Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil o número de pessoas vivendo com o HIV ultrapassa um milhão. Conforme indicado pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, somente em 2022 foram registrados mais de 16,7 mil casos novos da infecção. A concentração predominante de casos de Aids no país está entre pessoas de 25 a 39 anos, com distribuição equitativa entre os sexos, sendo 52,4% do sexo masculino e 48,4% do feminino.

O Dr. Geraldo Duarte, presidente da Comissão de Doenças Infectocontagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que, em termos gerais, as manifestações clínicas da Aids em homens e mulheres são bastante semelhantes. No entanto, as manifestações relacionadas ao envolvimento genital são mais prevalentes nas mulheres, manifestando-se de maneira mais acentuada nessa área. Outro ponto a considerar é a menor incidência do sarcoma de Kaposi em mulheres.

“O teste para detectar a infecção pelo HIV é importante não somente para a mulher, mas para todos. O conhecimento de ser portador da infecção, permite que todas as medidas profiláticas comportamentais e medicamentosas sejam adotadas para evitar a disseminação da infecção. Outro ponto importante é a possibilidade de tratamento precoce, hoje liberado após o diagnóstico (Estratégia B + da Organização Mundial da Saúde), uma importante medida no combate à infecção pelo HIV. Por último, mas não menos importante, é que o exame da infecção pelo HIV para as mulheres abre a possibilidade de controlar a carga viral e evitar a transmissão do vírus da mãe para o filho, também chamada de transmissão vertical”, enfatiza o Dr. Geraldo.

Medidas de Prevenção

Entre as medidas comportamentais, destaca-se o sexo protegido, com ênfase no uso consistente de preservativos masculinos ou femininos. A desinfecção adequada  de objetos eróticos partilhados também representa uma medida profilática significativa. No contexto do uso comunitário de drogas endovenosas, a orientação é o não compartilhamento de instrumentos como seringas e agulhas. Quanto à profilaxia medicamentosa, hoje existe a PrEP (profilaxia pré-exposição), que envolve o uso programado de medicamentos antirretrovirais. Para a PEP (profilaxia pós-exposição), a administração urgente de medicamentos antirretrovirais após uma situação/exposição de risco é essencial.

Transmissão vertical do vírus de mãe para filho

“O HIV pode infectar o feto ou recém-nascido, situação denominada de transmissão mãe-criança do HIV ou simplesmente transmissão vertical (TV) desse microrganismo. Ela pode ocorrer durante a gravidez (transmissão transplacentária), no momento do parto e também por meio do leite materno, durante a amamentação”, pontua o Dr. Geraldo.

Tratamento

O especialista da FEBRASGO destaca que, de fato, existem tratamentos eficazes com antirretrovirais. Atualmente, o esquema primário de escolha envolve a combinação de lamivudina (inibidor da transcriptase reversa), tenofovir (inibidor da transcriptase reversa) e dolutegravir (inibidor da integrase) . Caso haja intolerância a esse esquema, há outras opções de antirretrovirais igualmente eficazes. Ele enfatiza que todas as recomendações que contribuem para melhor "qualidade de vida", como um sono reparador, uma alimentação saudável, a redução do estresse e a prática de atividade física, são importantes considerações que devem ocorrer paralelamente ao tratamento antirretroviral.

Desafios específicos que as mulheres enfrentam em relação ao estigma do HIV

“A  discriminação contra as mulheres portadoras do HIV está longe de ser controlada e se manifesta no seio da família, no círculo de amigos e no trabalho. No seio da família ele existe em intensidades variadas e depende de cada família. No cômputo geral, mesmo sabendo do risco de discriminação orienta-se que a família e a parceria sexual devem saber do diagnóstico. O peso de um segredo desta dimensão considerando esta proximidade relacional é extremamente danoso sob todos os aspectos. No círculo de amigos acontece o mesmo que na família, existem amigos que aceitam e estimulam para o progresso, enquanto outros cortam as relações”, destaca o ginecologista.

Dia Nacional de Combate ao Câncer: câncer de ovário é silencioso e tem alta taxa de letalidade

FEBRASGO faz um alerta sobre a gravidade da doença e a importância da assistência à saúde da mulher para o diagnóstico precoce

 

O Dia Nacional de Combate ao Câncer, estabelecido em 27 de novembro, tem como propósito elevar a conscientização da população sobre questões importantes relacionadas à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença. O câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero. Conforme indicado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), os dados do Atlas de Mortalidade por Câncer revelaram que, em 2020, o número oficialmente confirmado de vítimas fatais foi de 3.921. Nesse contexto, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz uma alerta sobre a importância do diálogo e da disseminação de informações para ampliar a compreensão sobre essa forma de câncer e promover medidas preventivas e diagnósticos precoces.

 

A ginecologista Sophie Derchain, membro da Comissão Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, explica que o câncer de ovário é uma neoplasia invasiva (maligna) das gônadas femininas, ou seja, uma replicação desordenada de células malignas que invadem primeiro o ovário e depois podem se espalhar para os órgãos da pelve e o abdome superior, assim como fígado ou pulmão.

 

A médica esclarece que é  fundamental entender que a grande maioria das mulheres que apresentam um tumor ou cisto no ovário não tem câncer de ovário, mas sim uma lesão funcional ou benigna.  “Não tem programa de rastreamento de câncer de ovário para mulheres da população geral, justamente porque tem muitos tumores ovarianos benignos, e ao fazer exames de imagem ou de sangue em mulheres sem sintomas, acaba se indicando muitas cirurgias desnecessárias e que apresentam complicações.  E como os cânceres de ovário muitas vezes aparecem muito rápido, fazer exames periódicos não diminui a mortalidade das mulheres rastreadas”, destaca Sophie.

De maneira geral, entretanto, as mulheres costumam fazer o ultrassom de rotina, que permite a descoberta ocasional de massas anexiais de cerca de 10% a 15% delas. Apenas uma em cada 10 têm indicação de cirurgia, e entre essas que forem operadas 13% a 17% terão câncer. O ovário pode dar origem a diferentes tipos histológicos de doenças benignas sendo que algumas são cistos funcionais como cisto folicular, do corpo lúteo, luteoma da gravidez que não precisam de cirurgia para o diagnóstico já que irão desaparecer naturalmente.

“Vale ressaltar que existem também muitos tumores de ovário, sendo os neoplásicos, mas totalmente benignos. Tem várias origens histológicas e podem ser de células germinativas sendo os mais frequentes cisto dermóide, teratoma sólido maduro, de células do estroma como tecoma, fibroma e de células epiteliais como cistoadenomas serosos e mucinosos”, explica a especialista.

Os cânceres de ovário também tem origem em vários tipos de células: podem ser encontrados tumores de células germinativas, como por exemplo disgerminomas, tumores do saco vitelino e tumores do estroma ovariano como tumor de células da granulosa ou tumores de células de Sertoli-Leydig. Mas os principais tumores de ovário são os carcinomas, que vem do epitélio, e que são classificados em dois tipos. O tipo I, que apresenta um crescimento mais lento e tem uma boa evolução e os do tipo II, que tem um crescimento muito agressivo, sendo raramente detectados em estádios iniciais.

Sintomas

Sobre os sintomas, a Dra. Sophie explica que são muito vagos e pouco específicos e estão relacionados essencialmente com o crescimento do tumor no ovário ou da presença de líquido na cavidade abdominal. E que entre os sintomas presentes se destacam o aumento do volume abdominal, náuseas, vômitos, perda de peso e dor pélvica. Pode também apresentar sangramento uterino anormal, sintomas de virilização, problemas urinários. Alguns cânceres de ovário podem ter uma progressão muito rápida, e com isso um curto intervalo entre os sintomas, o diagnóstico e o tratamento é muito importante.

 

Prevenção

“Não é possível prevenir todos os tipos de cânceres de ovário, mas, gravidezes, lactação, o uso de contraceptivo hormonal são associadas e diminuição de risco. A laqueadura ou salpingectomia (retirada da tuba) junto com a histerectomia são métodos mais invasivos, mas que estão associados a redução dos carcinomas de ovário. Há algumas mulheres com câncer de ovário que apresentam alterações genéticas e assim, em toda mulher com carcinoma de ovário é solicitado um painel genético que identifica essas mutações”, destaca a ginecologista.

 

 

 

Câncer Infantojuvenil: ginecologistas alertam para a semelhança dos sintomas comuns da infância e adolescência

Aproximadamente 8,5 mil novos casos são estimados anualmente

 

Em 23 de novembro, lembra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, a data foi criada com o intuito de reforçar a importância do diagnóstico precoce nos casos de câncer que acometem crianças e adolescentes. Estima-se que anualmente ocorram aproximadamente 8,5 mil novos casos, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Conforme o Instituto OncoGuia, os cânceres mais comuns em crianças incluem Leucemia, Tumores cerebrais e do sistema nervoso central (SNC), Neuroblastoma, Tumor de Wilms e Linfomas.

 

A ginecologista Erika Krogh, integrante da comissão de ginecologia infanto-puberal da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia(FEBRASGO), esclarece que os sintomas do câncer na população infantojuvenil frequentemente se assemelham aos sintomas de doenças comuns da infância e adolescência, como viroses.

 

“Isso torna o diagnóstico precoce desafiador. No entanto, alguns sinais de alerta que os pais e cuidadores devem observar incluem febre persistente, perda de peso inexplicada, dores ósseas prolongadas, hematomas pelo corpo sem histórico de quedas, sangramento, sangramento gengival, anemia sem causa aparente, anemia persistente, sintomas inespecíficos como dor de cabeça, tontura, falta de equilíbrio, distúrbios visuais, edemas nos olhos, alterações na coloração da pupila, presença de caroços pelo corpo, especialmente nos linfonodos nas axilas e virilha, com consistência mais rígida e aderida aos planos profundos. Tosse persistente, falta de ar, febre noturna com sudorese, fadiga fácil e dores nas pernas e braços também são sintomas que merecem atenção para um diagnóstico adequado”, alerta a especialista.

 

O processo de diagnóstico do câncer em crianças e adolescentes não é tão simples quanto no adulto, pois os sintomas que manifestam são inespecíficos e muitas vezes se assemelham aos de viroses e outras infecções. É uma questão de observação constante para identificar a persistência desses sintomas e, a partir disso, iniciar uma investigação. O diagnóstico precoce desempenha um papel crucial no aumento das chances de cura entre os mais jovens. É essencial contar com orientações específicas para cada tipo de câncer, uma vez que eles podem apresentar sintomas distintos, e o diagnóstico será realizado com base na manifestação de cada sintoma observado.

 

A diferença no tratamento entre câncer infantojuvenil e câncer em adultos reside, em grande parte, na questão das doses, que são ajustadas conforme a toxicidade. Frequentemente, a mesma medicação pode ser utilizada, dependendo da tolerância individual. Para cada tipo de câncer, entretanto, há uma abordagem medicamentosa específica, embora não seja possível mencionar todas.

 

“Ao lidar com crianças, é essencial tornar o tratamento o mais acolhedor possível. Muitas vezes, esses pacientes passam longos períodos internados em hospitais, tornando crucial a criação de um ambiente mais acolhedor e lúdico. Isso pode envolver a implementação de salas de recreação, realização de palestras informativas direcionadas às crianças, tornando o processo mais leve. Permitir visitas de colegas, evitando procedimentos desnecessários e dolorosos, é também parte integrante do cuidado destinado às crianças em tratamento ", pontua a médica.

 

As opções de tratamento variam de acordo com o tipo de câncer diagnosticado na criança, sendo preferível adotar abordagens menos invasivas sempre que possível. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza locais específicos para o atendimento desses pacientes, incluindo Centros de Alta Complexidade na maioria dos Estados. Esses centros hospitalares possuem recursos humanos e tecnológicos adequados para oferecer assistência de alta complexidade, desde o diagnóstico até o tratamento e o acompanhamento posterior do paciente.

 

“Para os pais e cuidadores, é fundamental que as crianças realizem consultas periódicas com pediatras. Além disso, eles devem ser orientados a observar sinais e sintomas persistentes e, caso notem algo diferente durante a rotina, devem buscar atendimento médico. Os serviços de saúde proporcionam a oportunidade de consultas regulares, permitindo um acompanhamento contínuo com pediatras na atenção básica. A atuação efetiva da vigilância e promoção de saúde nesse contexto visa disseminar informações tanto para os profissionais de saúde quanto para as famílias, promovendo a prevenção e o diagnóstico precoce ", conclui a Dra. Erika.

Lançamento do livro Hormônios em Ginecologia marca o terceiro dia do 61º CBGO

Mortalidade infantil, câncer ginecológico e reunião da RBGO também foram destaques da quarta-feira

 

No terceiro dia do 61º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, foram realizados debates cruciais sobre diversos tópicos fundamentais para a saúde da mulher. Dentre os temas discutidos estavam a ginecologia endócrina, oncológica, contracepção, climatério, medicina fetal e pré-natal, abordando aspectos significativos dessas áreas que impactam diretamente o bem-estar feminino.

 

O principal destaque ficou por conta do lançamento do livro “Hormônios em Ginecologia”. Dra. Cristina Laguna, uma das editoras da publicação, destaca que este livro partiu de um sonho. “Nosso objetivo é falarmos sobre os hormônios e suas influências no organismo feminino já que, trabalhar com este tema não é uma tarefa muito simples. Queremos com este material, trazer uma linguagem clara e embasada em tudo que a ciência traz de evidência e, que ainda ajude o ginecologista em seu dia a dia no consultório”, contou.

 

Em sua programação a Febrasgo trouxe o Fórum de Mortalidade Materna, que contou com a participação ativa do Ministério da Saúde. O foco principal deste evento foi a prevenção da gravidez indesejada, considerado o primeiro passo essencial no combate à mortalidade materna. Reduzir a ocorrência de gestações nos extremos etários é essencial, assim como limitar o número de filhos, fatores fundamentais para a promoção da saúde materna. Além disso, discutiu-se a necessidade de aprimorar a organização do sistema obstétrico no país, visando evitar que as mulheres enfrentem patologias obstétricas que, em grande parte, são evitáveis.

 

O presidente da Comissão de Mortalidade Materna, Marcos Nakamura, enfatizou a relevância desta temática ao longo do congresso. “Desde o programa oficial, foram dedicados diversos momentos para discutir a mortalidade materna, suas causas e estratégias de enfrentamento, especialmente diante da realidade que afeta as mulheres no Brasil e globalmente. Temos que persistir nessa batalha, considerando que o Brasil ainda está distante dos níveis preconizados para o desenvolvimento sustentável, que visam atingir uma taxa de 30 mortes maternas por cada mil nascidos vivos até 2030. Todos os esforços são essenciais para alcançar essa meta e reduzir significativamente as mortes maternas no país”, pontuou.

 

Já o Dr. Marcos Felipe de Sá, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e editor-chefe da Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (RBGO), compartilhou insights durante a reunião, destacando o esforço conjunto de anos. “Em colaboração com editores associados e um núcleo de professores especializados, a análise criteriosa dos trabalhos submetidos à publicação da revista tem sido uma prioridade. Discutimos ainda, o futuro da RBGO, atualmente em fase de transição com a mudança para uma editora própria, integrada à administração da FEBRASGO. A abertura para discussões e a escuta atenta dos editores associados foram ressaltadas, reconhecendo os desafios que precisam ser enfrentados e melhorados. O objetivo é assegurar um desempenho cada vez mais destacado nos indicadores internacionais, reforçando o compromisso com a excelência da revista”, destacou.

 

Com relação aos conteúdos científicos, alguns dos temas apresentados foram: Aspectos relevantes no câncer ginecológico, Terapêutica hormonal da menopausa em situações de risco, Qualificando o pré-natal com ações que impactam a vida da mulher,  Cirurgia Robótica em Ginecologia, Novas Recomendações para o Ganho de Peso Gestacional - Impacto nos resultados maternos e perinatais e em longo prazo, Erotização virtual, Cibersex e tecnologias a serviço do prazer sexual, Diagnóstico e manejo do abortamento, Vacinação contra HPV: Novas formulações, diferenças entre a vacina HPV quadrivalente e a vacina HPV nonavalente, Acesso ao aborto legal no Brasil: Realidade atual e interação entre os serviços, Novidades Ético-legais na Gineco-Obstetrícia, Infecção do trato urinário em Gineco-obstetricía, Infecção do trato urinário em gestantes, Cuidados aos transgêneros, Desafios no aleitamento materno, dentre muitos outros.

  

No evento do CBGO deste ano, notou-se um compromisso notável em tornar o encontro cada vez mais inclusivo. Consciente da importância de criar ambientes acolhedores para todos os participantes, o congresso reservou um espaço especial destinado à amamentação. Essa iniciativa reflete não apenas a preocupação com o bem-estar das mães presentes, mas também reforça a compreensão da necessidade de promover ambientes que respeitem a diversidade de experiências e particularidades dos presentes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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