Dengue na gestação aumenta o risco de mortalidade materna
Ginecologistas e obstetras devem ficar atentos aos sintomas e diagnósticos diferenciais. Hidratação e avaliação diária da paciente são cuidados fundamentais.
Por Letícia Martins, jornalista com foco em saúde
Nos últimos meses, o Brasil tem enfrentado crescimento significativo do número de casos de dengue, sinalizando a possibilidade de mais um pico epidêmico da doença. Embora esse aumento seja comum no mês de abril, a curva epidemiológica indica que os números foram antecipados para janeiro e fevereiro, notadamente após o período do Carnaval.
Nesse cenário preocupante, as gestantes merecem atenção redobrada, pois o risco de hospitalizações é maior em relação às mulheres sem a infecção, principalmente quando elas adquirem a infecção no último trimestre da gravidez. “Casos de dengue hemorrágica aumentam em mais de 400 vezes o risco de morte materna e em 27 vezes quando a gestante apresenta apenas sinais de gravidade”, afirma o Dr. Antônio Braga Neto, coordenador estadual da Área Técnica da Saúde das Mulheres do Rio de Janeiro e membro do Grupo de Trabalho sobre Dengue na Gestação criado recentemente pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Entre as possíveis razões para a alta taxa de letalidade está a demora no atendimento da gestante com dengue. Demora essa que pode ser causada tanto por parte do profissional em fazer o diagnóstico, quanto da mulher em buscar o atendimento. “Assim, na presença de febre associada a pelo menos outros dois sintomas, como mialgia, exantema, dor retro-orbital, náuseas, vômitos e diarreia, deve ser considerado suspeita de dengue”, avisa Dr. Antônio.
Dr. Regis Kreitchmann, presidente da Comissão Nacional Especializada (CNE) de Doenças Infectocontagiosas da Febrasgo e coordenador do GT sobre Dengue na Gestação da Febrasgo, explica que toda gestante com sintomas suspeitos de dengue já é caracterizada no grupo B da doença. “Ela deve passar por uma avaliação médica e receber hidratação oral imediata, enquanto aguarda o resultado do hemograma e do teste de diagnóstico. Já a hidratação endovenosa deve ser feita em pacientes dos grupos C e D, que apresentam sinais de alarme indicando maior gravidade da doença com necessidade de hospitalização, como aumento progressivo de hematócrito, sangramento de mucosas, dor abdominal intensa, entre outros”, disse Dr. Regis.
Ele salienta ainda que as gestantes com suspeita de dengue devem ser avaliadas diariamente até 48 horas após o desaparecimento da febre, mantendo sempre a hidratação oral ou intravenosa, conforme a gravidade. “Não existe tratamento específico para a dengue. As condutas médicas dependerão do grau de gravidade da doença, mas o primeiro procedimento é hidratar”, ressalta. Dr. Regis.
“Outro cuidado fundamental é controlar a febre da gestante, evitando que ela desenvolva trabalho de parto pré-termo. Com a conduta adequada, a grande maioria das pacientes evolui para melhora clínica, mas como não é possível saber quem vai melhorar, é imprescindível fazer o diagnóstico de todas as gestantes com sintomas suspeitos e acompanhar a evolução clínica da doença”, ressalta o Dr. Geraldo Duarte, vice-presidente da CNE de Doenças infectocontagiosas e membro do GT sobre Dengue na Gestação.
Diagnósticos diferenciais
Suspeitar de outras doenças que apresentam sintomas parecidos aos da dengue pode fazer a diferença no diagnóstico precoce: “Todas as doenças exantemáticas, que aparecem na pele com uma coloração avermelhada e às vezes como um rendilhado mais sutil, fazem diagnóstico diferencial com a dengue. As mais comuns nesta época do ano são a chikungunya e a zika, transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti”, não esquecendo da leptospirose, esclarece o Dr. Geraldo.
De acordo com o Dr. Geraldo, sarampo, rubéola, parvovírus B19, denominado hoje em dia de eritrovírus B19, mononucleose infecciosa, exantema súbito e leptospirose também fazem diagnóstico diferencial de dengue. “A leptospirose, por exemplo, apresenta um quadro clínico muito parecido ao da dengue grave, com choque e hemorragia, duas complicações com potencial de causarem a morte materna. Da mesma forma, pacientes com septicemia, meningococcemia, infecção de trato urinário, malária, doenças autoimunes, alergias medicamentosas e alergias cutâneas precisam ser investigadas”, disse Dr. Geraldo.
Outra recomendação do Dr. Geraldo para fazer o diagnóstico diferencial é levar em consideração a região onde a gestante mora ou esteve nos últimos 15 dias. No Brasil, os casos de dengue na atualidade atingem principalmente a região sudeste, nordeste e norte.
Em breve, a Febrasgo irá lançar o Manual de Manejo de Dengue na Gestação, com diretrizes atualizadas.FEBRASGO manifesta seu pesar pelo falecimento do Dr. Guilherme de Castro Rezende.
Nota de esclarecimento sobre o uso indevido da marca e chancela FEBRASGO
A FEBRASGO tomou conhecimento de casos relacionados ao uso indevido e não autorizado de sua marca em um evento falso intitulado "I Congresso Brasileiro Integrado de Obstetrícia, Neonatologia e Pediatria".
É importante ressaltar que a FEBRASGO não teve qualquer participação ou conhecimento prévio deste evento, e nenhuma autorização foi solicitada ou concedida para a utilização de nossa marca, através do devido processo de aprovação pela Diretoria Científica desta instituição.
Informamos que o departamento jurídico da FEBRASGO já está tomando as medidas judiciais cabíveis em relação a este fato.
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Agradecemos a compreensão e colaboração de todos.
Posicionamento FEBRASGO e AMB sobre parto domiciliar planejado
O Parto Seguro deve ser sempre o maior e o principal objetivo de todas as pessoas envolvidas nos nascimentos que ocorrem diariamente em todo o Mundo. Nascer bem é sem dúvida alguma o maior legado que pais e mães podem (e devem) deixar para seus filhos e filhas! E um conceito básico para nós, Médicos Obstetras é que a Maternidade é o único local seguro para que o nascimento ocorra, pois é lá que temos à disposição a infraestrutura de pessoas e também de equipamentos e insumos que podem ser a diferença entre viver e morrer, entre ter ou não uma adequada qualidade de vida!
Sabemos, entretanto, que a procura por um parto domiciliar planejado tem aumentado em vários países do mundo 1. Os objetivos de se procurar um parto domiciliar, gravitam entre a busca de um local mais prazeroso e familiar para uma ocorrência tão íntima e fisiológica como o nascimento, assim como a suposta fuga de intervenções e medicalizações excessivas, que muitas vezes são citadas e associadas ao parto hospitalar. Entretanto, por mais que se procure selecionar aquelas parturientes de risco habitual, nas quais seria seguro um parto domiciliar, as consequências de um nascimento em local que é intrinsicamente desaparelhado para o atendimento de intercorrências não tão raras, como hemorragia e asfixia, por exemplo, tem desaconselhado esta prática. E o mau resultado que pode ocorrer acaba por transformar um local sagrado, que é a casa de todos nós, em um local de lembranças desagradáveis e perturbadoras.
A literatura e o conhecimento científico cada vez mais apresentam resultados que desencorajem e contraindicam partos domiciliares. Em países, todos de primeiro mundo, como os EUA, Canadá, Holanda e Inglaterra, a taxa de transferência do domicílio para o hospital, de partos domiciliares planejados, pode chegar até a 45% dos casos, com 70% das transferências sendo feitas antes do nascimento ocorrer2. É de se considerar, que todos esses países, sem exceção, têm sistemas de transporte e vagas em hospitais bem mais eficientes do que o Brasil.
Mas os problemas da assistência ao parto domiciliar, vão muito além da taxa de transferência e das dificuldades logísticas. Em 2010, Evers e colaboradores3 , publicaram no British Medical Journal, um interessante estudo feito na Holanda sobre este tema. A Holanda é o país com a mais longa tradição em partos feitos em Centro de Partos Normais, fora de hospitais e partos domiciliares planejados. O referido estudo visava comprovar a segurança desta prática. Os autores avaliaram os desfechos de 37.735 recém nascidos a termo e sem malformações congênitas, comparando os partos atendidos fora dos hospitais (partos de baixo risco) atendidos por midwives, com partos de gestantes de alto-risco, atendidos por médicos em hospitais. Por óbvio, frente às diferenças de risco das parturientes, o esperado seria um menor risco de desfecho ruim nos partos fora dos hospitais. Mas o que se viu foi justamente o contrário: a mortalidade perinatal relacionada ao parto foi 2,3 vezes maior (IC 95% de 1,12-4,83) nos partos atendidos fora dos hospitais. A mortalidade perinatal nas gestantes transferidas para os hospitais antes do nascimento neonatal foi 3,7 vezes maior (IC95% de 1,58-8,46) e a admissão em UTI neonatal foi 2,5 vezes maior (IC95% de1,87-3,37). Após a análise dos dados, os autores concluem que o sistema de atendimento ao parto na Holanda deveria ser revisto.
Outro estudo, publicado em 2013 por Grünebaum e colaboradores no American Journal de Ginecologia e Obstetrícia4, avaliou os desfechos em 13.891.274 gestações únicas de recém nascido a termo nos EUA entre 2007 e 2010, através de dados obtidos no CDC. As comparações foram feitas entre partos planejados em domicilio, partos em centro de partos normais e partos hospitalares atendidos por midwives, com os partos atendidos por médicos nos hospitais: avaliando o grave desfecho de taxa de escores de APGAR de zero no 5º minuto, os partos atendidos por midwives nos hospitais teve um risco relativo significativamente menor (RR 0,55; IC 95% de 0,45-0,89), já os partos atendidos por parteiras nos CPN tiveram um risco relativo significativamente maior (RR de 3,56; IC 95% de 2,36-5,36), enquanto o resultado dos partos domiciliares atendidos em domicílio tiveram um risco de mais de dez vezes (10,55; IC 95% de 8,62-12,93), evidenciando a chance de desfecho ruim depende do local de nascimento e não do tipo de profissional que atende o parto. Em outro estudo, publicado em 20201 os desfechos de convulsões e paralisia cerebral nos recém nascidos mostrou resultados semelhantes, ou seja, nascer no hospital atendido por enfermeira obstétrica ou por médico, protege esses recém nascidos deste grave desfecho. Os piores desfechos são, de longe, os encontrados nos partos domiciliares. Esse estudo, avaliando dados de mais de 2 milhões de partos hospitalares e mais de 170. 000 partos domiciliares, mostrou que os partos atendidos fora dos hospitais tiveram de 3 a 7 mais mortalidade perinatal. Dados estes extremamente robustos que atestam o risco significativo do local de parto na chance de mortalidade.
Sabemos também que muitas melhorias precisam e devem ser feitas nas Maternidades em nosso País! E cada um de nós tem o dever de participar e de cobrar essas melhorias. Não há também nenhuma dúvida que, no acompanhamento de uma parturiente de risco habitual, um profissional bem treinado, como médico obstetra, médico pediatra/neonatologista, enfermeiro ou obstetriz, os resultados obstétricos e perinatais serão os melhores, desde que este atendimento ocorra dentro de um hospital/maternidade, com recursos disponíveis para a correção e tratamento de intercorrências imprevisíveis que podem surgir a qualquer momento, mesmo em gestantes saudáveis com gestações a termo.
Permitir, por deliberada opção, um parto domiciliar é sem dúvida nenhuma, um crime de negligência. Negligência na oferta de meios adequados para evitar que imprevistos se transformem em dados irreparáveis.
A Associação Médica Brasileira e a Febrasgo reafirmam o compromisso de ser sempre aliados de todas as mulheres grávidas no Brasil, defendendo que todos os partos no Brasil sejam feitos em condições de segurança adequada, dentro de Maternidades devidamente estruturadas para oferecer e permitir a melhor experiência de nascimento para a mulher, seu parceiro e a sua família!
- Grünebaum A, McCullough LB , PhD; Orosz B, Chervenak. Neonatal mortality in the United States is related to location of birth (hospital versus home) rather than the type of birth attendant. AJOG, 2020. https://doi.org/10.1016/j.ajog.2020.01.045
- Declercq E, Stotland NE. Planned home birth. UpToDate. www.uptodate.com. Updated. May 17
- Evers ACC, Brouwers HAA, Hukkelhovem CWPM, et al. Perinatal mortality and severe morbidity in low and high risk term pregnancies in the Netherlands: prospective cohort study BMJ2010; 341 doi: https://doi.org/10.1136/bmj.c5639 (Published 03 November 2010)Cite this as: BMJ 2010;341:c5639
- Grünebaun A & cols. Apgar scores of 0 at 5 minutes and neonatal seizures or serious neurologic dysfunction in relation to birth seting. AJOG 2013;209
Dia Nacional da Mamografia: FEBRASGO recomenda o exame anual para as mulheres a partir dos 40 anos
De acordo com dados do INCA, o câncer de mama figura como a principal causa de mortalidade entre mulheres no Brasil, exame favorece o diagnóstico da doença em fase inicial
No dia 5 de fevereiro, Dia Nacional da Mamografia, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) faz um alerta sobre a importância do exame como forma de rastreio para mulheres a partir dos 40 anos de idade, destacando a importância do diagnóstico na fase inicial do câncer de mama para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
O câncer de mama figura como a principal causa de mortalidade entre mulheres, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Uma pesquisa conduzida pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), encomendada pela Pfizer, envolvendo 14 mil mulheres, revela que existe um considerável desconhecimento sobre o tema. Segundo o estudo, 60% das mulheres entrevistadas acreditam que o autoexame é a principal medida para a detecção precoce do câncer de mama.
A mamografia é uma radiografia do tecido mamário realizada por um mamógrafo, um equipamento de raios X que possibilita a identificação precoce de lesões. “Mulheres com mamas densas necessitam de uma atenção especial, pois apresentam um leve aumento no risco de câncer de mama. Em exames de imagem, a mamografia deve ser complementada pela ultrassonografia mamária, e em situações específicas, a ressonância magnética mamária pode ser considerada se houver dúvidas”, explica o médico Felipe Zerwes, presidente da Comissão de Mastologia da FEBRASGO.
O especialista também afirma que devido ao baixo risco de câncer de mama em mulheres abaixo dos 40 anos, não há uma recomendação para rastreamento com exames de imagem (mamografia ou ultrassonografia mamária), a menos que não apresentem sintomas. “Uma exceção a essa orientação ocorre em casos de pacientes com risco aumentado, como aquelas com histórico familiar, que podem iniciar o rastreamento mais cedo. As práticas recomendadas incluem a adoção de hábitos de vida saudáveis, autoexame mensal e exames físicos periódicos com profissionais de saúde”, ressalta Zerwes.
Mulheres serão maioria entre os médicos em 2024
De acordo com dados da Demografia Médica no Brasil, a projeção é de que elas representem 50,2% do total de especialistas no país este ano
A primeira semana de fevereiro é dedicada ao Dia da Mulher Médica, celebrado em 3 de fevereiro. Essa data especial foi estabelecida em homenagem a Elizabeth Blackwell, a primeira mulher a conquistar o título de médica nos Estados Unidos e em todo o mundo. A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) destaca a importância das mulheres na medicina, reconhecendo suas contribuições significativas para o avanço e enriquecimento do campo médico.
O perfil da Demografia Médica no Brasil para o ano de 2023, resultado da colaboração entre a Associação Médica Brasileira e a Faculdade de Medicina da USP, aponta para uma projeção de mais de 1 milhão de médicos até 2035. Em 2022, a distribuição era de 51,4% de médicos para 48,6% de médicas. Para 2024, o cenário será outro e estima-se que as mulheres representarão 50,2% do total de médicos no país.
Neste contexto, a Dra. Maria Celeste Osório Wender, primeira presidente mulher eleita da FEBRASGO, desempenha um papel ativo em ações como o Fórum Defesa e Valorização Profissional, abordando temas como 'Remuneração médica' e planejando ações relacionadas a projetos de lei que afetam a atividade profissional do obstetra.
“Assumir o cargo de primeira presidente mulher da FEBRASGO é uma honra e um compromisso essencial para fortalecer a voz e representatividade feminina na medicina. Nesta nova gestão, reitero meu compromisso em lutar pela igualdade de oportunidades e pelo reconhecimento do papel vital das mulheres no setor de saúde do país”, destaca a Dra. Maria Celeste.
A presença e contribuição das mulheres na medicina desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade e na ampliação das perspectivas dentro dessa área fundamental. Ao longo dos anos, as mulheres médicas têm demonstrado competência, empatia e dedicação excepcionais, enriquecendo o campo com suas habilidades únicas e perspectivas inovadoras. Além de oferecer cuidados médicos de alta qualidade, as mulheres na medicina servem como modelos inspiradores para as futuras gerações, incentivando mais jovens a buscar carreiras no setor.
A diversidade de experiências e conhecimentos que as profissionais femininas trazem à medicina não apenas aprimora o atendimento aos pacientes, mas também contribui para uma abordagem mais holística e inclusiva na compreensão e resolução dos desafios médicos contemporâneos. Reconhecer e valorizar a importância das mulheres na medicina é essencial para o avanço contínuo do setor e para a construção de um ambiente mais justo e representativo.
Especialidades Médicas e representatividade feminina
A Demografia revelou ainda que, a Dermatologia destaca-se como a especialidade com o maior contingente de mulheres, totalizando 8.236 médicas, o que equivale a 77,9% dos profissionais dessa área. Outras especialidades que apresentam uma expressiva presença feminina incluem Pediatria (75,6%), Alergia e Imunologia, assim como Endocrinologia e Metabologia, ambas com 72,1%. Ginecologia e Obstetrícia, Geriatria, Hematologia e Hemoterapia, e Genética Médica registram representação feminina de pelo menos 60%. Por outro lado, especialidades como Nutrologia, Medicina Física e Reabilitação, e Gastroenterologia mantêm uma proporção equilibrada entre homens e mulheres. Este cenário evidencia a diversidade de talentos femininos em diversas áreas da medicina, contribuindo para um ambiente mais inclusivo e representativo.
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