Diagnóstico precoce e encaminhamento para internação hospitalar é a melhor conduta para mulheres com pré-eclâmpsia
A doença é uma das causas de mortalidade materna no país e segundo dados atinge mais gestantes negras do que brancas
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) e pelo Instituto Çarê, de 2014 a 2021, a cada 1000 mulheres em trabalho de parto, 28,4 tiveram eclâmpsia ou pré-eclâmpsia. Houve variação dessa taxa entre gestantes brancas, pardas e negras que, respectivamente, representaram 24,9, 27,5 e 32,8 dos casos.
A pré-eclâmpsia é uma doença exclusiva da gestação, que é comum na primeira gestação, em adolescentes grávidas e mulheres acima de 40 anos. Ela é caracterizada pelo aumento da pressão arterial e dos níveis de proteína na urina. É uma doença que pode colocar em risco a vida do bebê e da mãe, cerca de 15% dos partos prematuros e 42% das mortes maternas em países em desenvolvimento são causados pela pré-eclâmpsia.
O dia 22 de maio é marcado pelo Dia Mundial da Pré-Eclâmpsia e tem como objetivo conscientizar a população e os profissionais da saúde sobre os riscos da doença.
Tratamento da pré-eclâmpsia
“O tratamento definitivo da pré-eclâmpsia é o nascimento do bebê pois está relacionado a questões placentárias”, explica a Dra. Janete Vettorazzi, membro da Comissão Nacional Especializada em Gestação de Alto Risco da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
“Não se faz o nascimento imediato quando se diagnostica pré-eclâmpsia. Existem critérios bem definidos para decidir o nascimento do bebê”, pontua a médica. “Nós, médicos e médicas, tomamos uma conduta conservadora, ou seja, observamos a mãe e fazemos exames periódicos, exames de sangue, de urina e ecografia do bebê e, preferencialmente, uma mãe diagnosticada com pré-eclâmpsia é internada, pois temos um controle melhor dos exames, das alterações e faz um diagnóstico mais precoce”, explica.
“Portanto o melhor tratamento para pré-eclâmpsia é a internação, observação assídua e regular, com exames relacionados a questões maternas e fetais”, complementa Dra. Janete. “Nós cuidamos das funções do rim, do fígado e da coagulação, tudo o que pode ser afetado durante a gestação”, completa.
Segundo a especialista, definir o momento certo para a internação da gestante com pré-eclâmpsia é fundamental para o bom desfecho materno e fetal.
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