Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial

Tuesday, 25 April 2023 10:14

Hipertensão arterial é mais comum em mulheres, principalmente na menopausa, alerta FEBRASGO.

A condição afeta atualmente mais de 1 bilhão de adultos entre 30 e 79 anos.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que a hipertensão arterial é uma das doenças que mais acomete a população mundial. Segundo dados da Organização, o número de adultos entre 30 e 79 anos com hipertensão foi de 650 milhões para 1.28 bilhões nos últimos 30 anos. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, 32% da população adulta brasileira têm hipertensão arterial, sendo que a maioria não sabem que vivem com a doença e apenas metade realiza o tratamento adequado.

 

Na mulher, a hipertensão é uma doença muitas vezes silenciosa e pode aparecer principalmente com a menopausa. O presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da FEBRASGO, Dr. Luciano de Melo Pompei, explica que o climatério e a hipertensão arterial em médio prazo podem influenciar o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O aumento da pressão arterial nessa fase está relacionada à falta de estrogênio.

 

A obesidade pode ser também um facilitador do desenvolvimento da hipertensão, porém, como explica a Dra. Cristina Laguna Benetti Pinto, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, nem toda mulher obesa é hipertensa. “Toda mulher obesa deve receber uma orientação para melhorar o seu estilo de vida, tentar combater a obesidade e tratar sua hipertensão”, diz a médica.

 

Entre os hábitos que toda mulher hipertensa deve ter estão: manter uma alimentação saudável, evitar ganho de peso, deixar de fumar caso seja fumante, reduzir o consumo de sal e evitar grandes níveis de estresse e este é um recado muito importante a ser transmitido pelo profissional de saúde a todas as mulheres.

 

Estudos revelam que anticoncepcionais contendo etinilestradiol podem causar hipertensão arterial em algumas mulheres, dependendo da dose e da via de administração. Segundo a Dra. Patrícia Gonçalves Teixeira, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da FEBRASGO, essa hipertensão induzida pelo estrogênio pode ser revertida, sem maiores danos, com a suspensão do uso dessa substância.

 

A médica também diz que a hipertensão arterial tem alta prevalência na gravidez de alto risco e que essa condição pode complicar o ciclo gravídico puerperal por riscos associados à pré-eclâmpsia, pico hipertensivo e insuficiência placentária levando à restrição do crescimento fetal. O acompanhamento da grávida hipertensa deve ser especializado, principalmente se houver hipertensão de longa data e com lesões em órgãos alvo.

 

Segundo a médica, o grupo Internacional Canadense - CHIPS Trial (Control of Hypertension In Pregnancy Study) orienta manter a pressão diastólica da gestante hipertensa menor ou igual a 85 mmHg e para atingir esse nível pode ser necessário o uso de medicamento como metildopa. A gestante hipertensa pode ter risco reduzido de desenvolver pré-eclâmpsia precoce e grave se fizer uso de AAS e cálcio durante a gravidez.

 

Outro ponto importante comentado foi quanto à consulta pré-concepcional para mulheres hipertensas que desejam engravidar. Antes da gravidez ou no início dela deve-se fazer uma avaliação da função renal, hepática, cardíaca e avaliação do fundo de olho para conhecer os efeitos da hipertensão na mulher ou servir de base para o acompanhamento de pré-natal nesse grupo.

 

A médica ainda chama atenção para um grupo de mulheres que desconhecem ser hipertensas e tem esse diagnóstico dificultado pelas alterações fisiológicas da gravidez.  A pressão arterial na gravidez é mais baixa e o pré-natalista deve estar atento quando encontra níveis de pressão arterial diastólica acima de 85mmHg e pressão sistólica em torno de 130mmHg no primeiro trimestre da gravidez. Esse grupo é chamado “hipertensão arterial mascarada pela gravidez” e é de risco das complicações previamente citadas.

 

A hipertensão é uma doença que deve ser levada a sério em todas as fases da vida da mulher, mas principalmente durante a gravidez e menopausa, para que complicações maiores sejam evitadas e para que mulheres tenham uma qualidade de vida melhor.


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