Nota sobre estudo envolvendo a relação entre o câncer de mama e contraceptivos hormonais

Thursday, 23 March 2023 15:30

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), que tem como premissa máxima a garantia de direito de saúde à mulher e acompanha atentamente as linhas de pesquisas, que englobam os problemas que ocorrem na mulher em todas as etapas da vida, vem a público esclarecer alguns pontos referentes a uma pesquisa realizada pela revista científica PLOS Medicine, na qual se observou risco discretamente aumentado para o desenvolvimento do câncer de mama, entre mulheres que utilizaram contraceptivos hormonais, incluindo aqueles que continham somente o progestagênio.

O estudo foi realizado por meio da análise da prescrição de métodos contraceptivos no Reino Unido entre mulheres que tiveram diagnóstico de câncer de mama em comparação às mulheres que não tiveram a doença. Em seguida os dados foram incluídos num estudo de metanálise, um tipo de análise global de estudo, que inclui outros estudos com os mesmos objetivos. O resultado dessa pesquisa mostrou que houve um pequeno aumento no número de casos de câncer de mama entre as mulheres que fizeram o uso de contraceptivos, sejam combinados (com estrogênio e progestagênio) ou somente contendo progestagênios. De forma precisa, o estudo mostrou que, em países de alta renda per capita, num período estimado de 15 anos, mulheres que utilizaram contraceptivos hormonais entre 16 e 20 anos teriam aumento na incidência de câncer de mama entre 0,084% a 0,093%. Já para mulheres que usaram os mesmos contraceptivos entre 35 e 39 anos a incidência do câncer de mama teve aumento de 2,0% a 2,2%.

A FEBRASGO salienta que o estudo confirma dados conhecidos, acrescentando o pequeno aumento no risco também para o uso do progestagênio isolado. Uma vez que o risco do câncer de mama aumenta com o avanço da idade, estima-se que o excesso de risco absoluto, associado ao uso de qualquer tipo de contraceptivo oral, seja menor em mulheres que o usam em idades mais jovens, do que em idades mais avançadas. Esses riscos precisam ser comparados com os benefícios do uso de anticoncepcionais durante a idade reprodutiva, que incluem comprovadamente a diminuição dos cânceres de ovário, endométrio e do intestino grosso.

Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo


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