DOI: S0100-7203(13)03500900004 - volume 35 - Setembro 2013
Paulo César Giraldo, Renata Colbachini Polo, Rose Luce Gomes do Amaral, Virgínia Vieitez Reis, Joziani Beghini, Marcela Grigol Bardin
Introdução
A genitália feminina possui aspectos singulares de flora, pH e anatomia que, somados aos hábitos atuais da mulher moderna, dificultam a manutenção adequada da sua homeostase. Essa homeostase é obtida em decorrência da complexa interação entre fatores intrínsecos (genéticos, hormonais, imunes, grau de estresse) e extrínsecos (vestimentas, hábitos de higiene, alimentação, atividade física, atividade sexual, uso de adornos genitais). Genericamente falando, os fatores intrínsecos exercem maior influência na cavidade vaginal e os extrínsecos, na área vulvar. Atualmente, existem poucos estudos sobre os ecossistemas vaginal e vulvar1-5.
Anatomicamente, a genitália feminina possui inúmeras dobras de pele, pelos e localiza-se em região que dificulta sua aeração e aumenta o atrito, dificultando a remoção de detritos. Há ainda a presença de glândulas sudoríparas e sebáceas que, associadas ao resíduo orgânico, podem ser sede de infecções ou de alterações que promovem odores, corrimento indesejado e prurido. Outros fatores intrínsecos de grande importância são a obesidade, diabetes, idade, gestação e os estados emocionais da mulher. Os fatores extrínsecos também interferem no bem-estar genital, como a atividade sexual, uso ducha vaginal, ingestão de medicamentos, depilação e uso de adornos genitais. Todos os fatores citados podem contribuir para o aumento de infecções ou simplesmente para o aumento do fluxo de secreções que tanto incomodam as mulheres1-6.
Atualmente, as tradicionais saias e vestidos foram substituídos por calças jeans, assim como as calcinhas de algodão cederam lugar aos tecidos sintéticos, comprometendo a ventilação dos genitais externos, problema que se agrava pelo uso adicional de meias-calças, entre outros. Assim como os absorventes, a vestimenta pode promover alteração da flora microbiana do genital devido à umidade e à variação da temperatura, alterando o ecossistema genital e causando irritação, alergia ou corrimento indesejável. Essas alterações podem interferir na sexualidade feminina1,5.
O uso de adornos na área genital feminina, tais como tatuagens e piercings, são comuns em muitas adolescentes na atualidade. A moda das tatuagens nessa região pode trazer diversas complicações devido aos pigmentos utilizados, como o mercúrio, cromo, manganês, cobalto, cádmio e hidrato de ferro7. Apesar de poucos relatos de casos na literatura, as complicações são as mesmas das outras partes do corpo: alergias (com lesões eczematosas); lesões causadas por inoculação; infecções como hepatite C e HIV, quando não realizadas com agulhas descartáveis; piodermites resultantes de má assepsia e lesões coincidentes8-11. Além disso, pode ocorrer o surgimento de cicatrizes hipertróficas e queloideanas12.
Da mesma maneira, os piercings também podem provocar lesões e complicações. A mais comum é o processo infeccioso, principalmente por Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo A (Streptococcus pyogenes) e Pseudomonas sp13. A área genital possui processo de cicatrização mais lento. O lábio menor, por exemplo, demora de quatro a seis semanas para cicatrizar e o maior, de dois a três meses14. O piercing aumenta a chance de superinfecção (como o contágio de doenças por transmissão sexual), rotura de preservativo, infertilidade feminina, problemas durante o parto por via vaginal e lesões traumáticas durante o ato sexual14.
A depilação da área genital feminina atualmente é realizada por uma questão higiênica e de estética, apesar de não existir na literatura comprovação que essa prática melhore as condições de higiene da região. Embora a remoção total dos pelos pubianos seja considerada como novo padrão, pouco se sabe sobre suas consequências. Além disso, estudo norte-americano associou a remoção total dos pelos às idades menores e ao fato de se ter vida sexual ativa15. Hoje em dia, há várias técnicas para se depilar, desde a lâmina, cremes depilatórios, ceras até a depilação definitiva com laser.
A atividade sexual é um fator que pode alterar a flora genital porque o sêmen (alcalino) altera o pH vaginal e pode introduzir novas bactérias na cavidade vaginal, além de promover pequenas microfissuras4. Além disso, o sêmen possui substâncias imunossupressoras que são importantes para a fecundação, porém podem ser prejudiciais considerando-se as infecções, alergias e irritações16,17. O uso de preservativo, uma prática não regular, poderia minimizar esses problemas, porém promover outros (alergia ao látex e maior atrito causando microfissuras)18.
A adoção de medidas de higiene e de modificações de hábitos de vida voltadas à prática médica já é um consenso em Medicina e Saúde Pública. É utilizada desde o século XIX na prevenção de doenças. Assim como o simples hábito de lavar as mãos, o cuidado do genital feminino é medida individual simples e pouco dispendiosa para prevenir infecções. Por uma questão anatômica, sociocultural, econômica e sexual, o bem-estar do genital feminino tem sido negligenciado. Atenção especial deve ser dada aos hábitos relacionados ao cuidado com o genital feminino no intuito de diminuir a possibilidade de infecções, evitando tratamentos repetitivos e sem resultados satisfatórios. Roupas apertadas usadas por longos períodos devem dificultar a oxigenação tecidual pela isquemia que causam. Os piercings provavelmente dificultam a limpeza e remoção de restos orgânicos da área genital.
Faz-se necessário investigar melhor quais são os hábitos das mulheres quanto a vestimentas, depilação, tatuagens e uso de piercings na área genital feminina, suas práticas sexuais, além de investigar quais as consequências desses hábitos. Esses dados poderão nortear os profissionais de saúde a orientar adequadamente suas pacientes. Investigar esses hábitos em mulheres universitárias que gozam de alto nível intelectual poderá servir de base para orientação de mulheres com outros níveis socioculturais.
O objetivo deste estudo foi investigar e descrever os hábitos e costumes de estudantes de uma universidade estadual da cidade de Campinas, Estado de São Paulo, quanto ao uso de roupas íntimas, adornos genitais (tatuagens e piercings), depilação e suas práticas sexuais.
Métodos
Estudo analítico descritivo no qual foram incluídas 364 alunas cursando graduação nas áreas exatas, biológicas e humanas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). A pesquisa envolveu um questionário autorrespondido e sigiloso com 42 perguntas relacionadas ao tema: hábitos de vestimentas, adornos genitais, depilação e práticas sexuais das estudantes universitárias. O questionário foi elaborado pelos próprios pesquisadores, uma vez que não há nenhum questionário validado na literatura para essa abordagem. Todas as voluntárias assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (28/02/2012 # CEP 1153/2011)
As voluntárias foram abordadas aleatoriamente em momentos de folgas das atividades acadêmicas nos refeitórios e próximo às salas de aula, entre os meses de junho a outubro de 2012. Para maior segurança do sigilo e anonimato das participantes, o questionário foi colocado pela própria participante em uma caixa de papelão selada. Dentre as convidadas, 4,4% das estudantes recusaram responder o questionário.
Participaram do estudo as alunas da Unicamp com idade entre 18 e 40 anos. As estudantes que não concordaram em assinar o termo de consentimento, com histórico de vulvovaginite recorrente, câncer ginecológico, gestantes e mulheres que realizaram cirurgia ginecológica há menos de um mês não puderam participar do estudo.
Após coleta, realizou-se elaboração completa do banco de dados no programa Microsoft® Excel 2007. Os resultados foram avaliados por meio de estatísticas descritivas como frequência, percentual, média e desvio-padrão (DP), quando pertinente.
Resultados
Participaram do estudo 364 voluntárias universitárias. A média de idade foi de 21 anos (DP±2,7) e 84% delas eram de cor branca (295 mulheres). Quase 30% (101 mulheres) pertenciam à área de ciências exatas, 50% (177 mulheres) biológicas e 21% (73 mulheres) humanas. Houve uma falha de resposta de 3,3% nessa questão (12 mulheres). Considerando-se o período da graduação que as estudantes estavam cursando, cerca de metade (46,6%; 161 mulheres) cursavam entre o 1º e 3º período, 20% (69 mulheres) entre o 4º e 6º, 25,8% (89 mulheres) cursavam do 7º ao 9º período da graduação e 7,5% (26 mulheres) do 10º ao 13º período. Dezenove mulheres não responderam essa questão (5,2%).
A maioria das participantes acredita que o uso de determinadas vestimentas pode causar algum problema ginecológico (85,4%) e que as calcinhas de algodão são as melhores para prevenir esse problema (74,7%). O material e o tipo de calcinha mais utilizado por elas é o algodão (61,8%) e a tanga (65,3%), respectivamente. O hábito de usar calça jeans apertada corresponde a 75,4% e só 18,4% deixam de usar calcinha para dormir (Tabela 1).
Nenhuma universitária relatou possuir tatuagem na região genital e 47,5% delas julgam que a tatuagem não deve ser feita nessa área. Apenas uma participante relatou ter piercing vulvar (0,2%). Muitas das entrevistadas consideram que o uso de piercing dificulta a higiene da região (78,2%), atrapalha a relação sexual (28%) e o uso de preservativo (51,2%). Em 42,8% dos casos, as universitárias relataram não saber se esta última afirmação era verdadeira (Tabela 2).
Verificou-se que 93,1% das universitárias fazem depilação, sendo que 61,8% acham que é um hábito necessário, 80,1% acham que a depilação pode ser prejudicial à saúde genital dependendo da maneira como é realizada e 5,5% acham que é prejudicial sempre. Entre as participantes que depilam, 46,9% o fazem uma vez ao mês e 43,6% depilam duas ou mais vezes ao mês. Um percentual de 57,6% das estudantes depilam pelo menos a virilha e 36,8% fazem depilação de forma "completa" (toda a área genital). As substâncias mais utilizadas foram o creme depilatório (36,8%) e a cera fria ou quente (36,3%). Após a depilação, 64,7% usam um segundo produto na região depilada (hidratantes, anti-inflamatórios, anestésico e óleo removedor de cera) e 25,8% fazem esfoliação da pele da área genital (Tabela 2).
Dentre as entrevistadas, 32,6% têm de 1 a 3 relações sexuais por semana e 6,3 % têm mais que 4 por semana. Aproximadamente 1/4 (26,6%) referiram dor no ato sexual. A prática de sexo oral receptor (boca-vagina) acontece em 52,5% dos casos. O sexo anal é praticado regularmente por 17,9% das entrevistadas. Não estavam tendo relações sexuais no momento da entrevista 36% das universitárias (Tabela 3).
A camisinha masculina é utilizada por 62% das participantes e apenas 4,3% já utilizaram camisinha feminina. Usam lubrificantes na relação sexual 17,6% das universitárias e 25,6% delas apresentam corrimento vaginal após relação sexual. Após o ato sexual, 69,3% das mulheres banham-se e fazem higiene genital externa, 13,9% banham-se e fazem ducha vaginal, 2,6% banham-se, mas não fazem higiene, e 14,2% não se banham, mas fazem higiene genital (Tabela 3).
Discussão
Este estudo visa conhecer as práticas e cuidados habituais que mulheres de alto nível educacional têm com a área genital e oferecer aos profissionais da saúde orientações sobre os hábitos adotados corriqueiramente por essa população.
É sabido que o uso prolongado de roupas justas e calcinhas sintéticas pode contribuir para o processo irritativo da região genital19. Nosso estudo demonstrou que essa informação é de conhecimento das universitárias. Entretanto, um dado curioso é que, apesar de a maioria usar calcinha de algodão, elas também costumam usar calça jeans apertada, fato que, contrariamente ao desejável, restringe a ventilação genital e, ao mesmo tempo, comprime a vulva, promovendo isquemia tecidual e trauma. Desta forma, o efeito favorável da calcinha de algodão é de longe suplantado pelo efeito desfavorável das calças justas.
A literatura atenta para as complicações associadas às tatuagens e piercings, que incluem múltiplos processos infecciosos cutâneos e sistêmicos ocasionados pela ruptura da barreira epidérmica, desenvolvimento de dermatites. Especificamente para o piercing, há, ainda, prejuízo no uso de preservativos, má higiene com possibilidade de infecção e laceração8-14. As complicações advindas desses fenômenos poderiam influenciar o pH local da vulva, cuja manutenção é fundamental para a saúde íntima feminina12. Contudo, pouco se tem abordado na literatura quanto às implicações dessa prática nesse local. Curiosamente, apesar do nosso estudo se tratar de uma população jovem em uma época em que a tatuagem e o piercing são práticas populares nos países ocidentais, constatamos um número perto de zero para ambos os adornos. A baixa incidência desses adornos em estudantes universitárias pode estar relacionada à maior consciência dessas mulheres quanto aos riscos associados ao uso desses adornos devido ao seu mais alto grau de escolaridade. É possível que em mulheres com nível de escolaridade menor a incidência desses adornos seja mais alta pela falta de instrução.
Nossos dados confirmam o conhecimento popular de que a maioria das entrevistadas fazem depilação genital e que 61,8% julga que a depilação é um ato de higiene necessário, mas ao mesmo tempo a grande maioria acha que a depilação pode ser prejudicial à saúde genital dependendo da maneira como é realizada. Esse fato demonstra que, mesmo acreditando em um possível malefício, elas, por uma questão de moda ou preferência, praticam esse cuidado. A literatura aponta que o uso de creme depilatório pode ser irritativo para a pele do genital; entretanto, mais da metade das mulheres deste estudo relataram utilizar creme depilatório e algum produto após a depilação19. Antigamente, afirmava-se que a depilação íntima não deveria ser feita, porém, atualmente, houve uma mudança dos padrões, acreditando-se que o excesso de pelos pode acumular resíduos, dificultando a higiene e, consequentemente, predispondo às infecções. A falta de estudos sérios e com boa casuística a esse respeito impossibilita afirmar qual seria a melhor conduta a ser orientada às pacientes. Ressaltamos, assim, a importância do nosso estudo em identificar essas práticas, permitindo a realização de novas pesquisas sobre o tema.
Quanto ao uso de proteção durante a relação sexual (preservativo masculino), nosso estudo encontrou uma frequência superior à encontrada na literatura. Giraldo et al.4 encontraram uma frequência igual a 41,5% de hábito de uso de preservativo masculino. Outros estudos encontraram frequências de 23,7 a 18,5%20,21. Contudo, essa diferença pode ser justificada pela diferentes populações estudadas e a média de idade dos estudos. Enquanto este estudo abrangeu mulheres com média de idade de 21 anos, os estudos citados anteriormente incluíram mulheres com média de idade respectivamente iguais a 31,5; 30 e 33,6 anos. Dessa forma, a maior média etária apresentada nos outros estudos em associação com a menor frequência do uso de camisinha pode implicar que, com o aumento da faixa etária, aumenta-se a estabilidade do relacionamento e diminui-se o número de parceiros sexuais. Esse fato aumenta a segurança que as mulheres têm com a estabilidade do relacionamento, deixando de usar preservativos22. Outro ponto que pode contribuir para o uso mais frequente de preservativo entre as universitárias é que elas tendem a ser mais orientadas por terem mais acesso e estarem em contato diário com novas informações.
Nosso estudo encontrou dados bastante próximos aos da literatura quanto aos valores da frequência na prática de sexo oral e sexo anal. Um estudo realizado com 2.426 mulheres, sendo 276 pertencentes à faixa etária entre 20 e 24 anos, encontrou que 59,9% praticavam sexo oral e 20,1% sexo anal com seus parceiros, semelhante aos valores que constatamos23. É provável que o grau de escolaridade não interfira no tipo de atividade sexual, sendo este um fator associado à faixa etária jovem, cujo interesse sexual está aflorado, assim como a curiosidade em experimentar outras vivências.
Enquanto 13,9% das mulheres deste estudo relataram realizar ducha vaginal após a relação sexual, Giraldo et al.4 encontraram cifras 13% maiores (26,4%). Isso demonstra que as universitárias possuem a noção de lavar apenas a vulva, ao contrário das mulheres com menor nível sociocultural, que acabam tendo a impressão errônea de que é correto higienizar a vagina. A diferença nos índices de utilização de duchas vaginais também pode ser explicada pela diferença de idade observada nos dois estudos. Sabemos que mulheres mais velhas têm um contato mais liberal com os genitais por já terem tido partos e lidarem melhor com sua sexualidade.
Quanto ao uso de lubrificantes, 990 mulheres com média de idade de 37 anos apresentaram frequência de 24,5% de uso de lubrificante vaginal24. A semelhança com nossos resultados (17,6%) chama a atenção para um grande número de mulheres com esse hábito, apesar da grande diferença de idade. Tanto mulheres jovens quanto mais velhas usam lubrificante em uma frequência de 17 a 24% e é provável que essas mulheres não tenham conhecimento adequado sobre sexualidade e iniciem o ato sexual sem a devida lubrificação.
Um dado bastante curioso encontrado em nosso estudo foi que 26,6% relataram ter dor em algum momento do ato sexual, principalmente na penetração do pênis no canal vaginal. A dispareunia foi encontrada em 16,8% em um estudo com 24 portuguesas24. Esse número pode estar relacionado a uma população com vulvodinia não diagnosticada, pois Harlow e Stewart25 identificaram que 16% das mulheres entre 18 e 64 anos apresentavam dor vulvar crônica. Além disso, outras causas para dispareunia incluem desde um componente psicológico/mental até físico, como é o caso de vulvovaginites por infecções, irritações e alergias, endometriose, doença inflamatória pélvica, aderências, varizes pélvicas e novamente falta de conhecimento do ciclo de resposta sexual26.
Este é um estudo atual e inédito que relata os hábitos íntimos e os cuidados com os genitais praticados por estudantes de uma universidade de Campinas. Apesar da impossibilidade de generalizar os dados para as universitárias brasileiras e para a população geral, sabe-se que as universitárias são mulheres modernas, com bom nível sociocultural e que passam longas jornadas fora de casa.
Conclui-se que mulheres jovens de universidade pública brasileira possuem alguns hábitos inadequados de cuidados relacionados à sua área genital. Embora não usem piercing ou tatuagens genitais, relatam ter dor no ato sexual e corrimento vaginal após o sexo em um grande número de casos.
Agradecimentos
A Sirlei Siani Morais pelo auxílio na análise estatística. A coautora Renata Colbachini Polo foi bolsista FAPESP - Processo nº 2012/05558-7.
A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) - Processo nº 2012/05072-7
Recebido 27/03/2013
Aceito com modificações 26/08/2013
Conflito de interesses: não há.
Trabalho realizado no Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas e no Hospital da Mulher "Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti", Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - Campinas (SP), Brasil.