Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

Infecção vaginal: determinantes, microbiota, inflamação e sintomas: estudo descritivo com autocoleta diária ao longo do ciclo menstrual

DOI: 10.1590/S0100-72032009000700010 - volume 31 - Julho 2009

Chiara Musso Ribeiro de Oliveira Souza

Abstract


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RESUMO DE TESE

 

Infecção vaginal: determinantes, microbiota, inflamação e sintomas: estudo descritivo com autocoleta diária ao longo do ciclo menstrual

 

Vaginal infection: determinants, microbiota, inflammation and symptoms: descriptive study using self-collect over the menstrual cicle

 

Autora: Chiara Musso Ribeiro de Oliveira Souza

 

Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Merçon de Vargas

 

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Núcleo de Doenças Infecciosas do Departamento de Medicina Social do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), para obtenção do título de Mestre, em 27 de fevereiro de 2009.

 

OBJETIVOS: avaliar o uso dos instrumentos de autocoleta do conteúdo vaginal e diário de hábitos e sintomas e descrever as variações diárias da microbiota, citólise, exsudato inflamatório e sintomas.

 

MÉTODOS: estudo descritivo com registro diário de hábitos de vestuário, higiene, práticas sexuais e sintomas e autocoleta vaginal durante o mínimo de 30 dias. Casuística: 18 mulheres no menacme, não grávidas, recrutadas em clínicas ginecológicas na região metropolitana de Vitória (ES).Os esfregaços vaginais foram examinados (Gram e Papanicolaou), sumarizando-se os achados como grau lactobacilar, candidíase, citólise e inflamação. Os achados foram registrados em quadro pictórico individual e sumarizados por frequência simples.

 

RESULTADOS: a mediana dos dias com preenchimento do diário foi maior que 87% e a autocoleta garantiu espécimes adequados em mais de 85% dos dias em todas as participantes. Microbiota bacteriana anormal, candidíase, citólise e inflamação foram observadas, respectivamente, 27,8, 50,0, 83,3 e 94,4% das participantes em algum momento do estudo. Os hábitos de vestuário, higiene, práticas sexuais e os sintomas, microbiota, citólise e inflamação variaram marcadamente entre as mulheres e ao longo dos dias em uma mesma mulher.

 

CONCLUSÕES: o registro diário e a autocoleta foram bem aceitos e garantiram dados e espécimes adequados que, sumarizados em um quadro pictórico, mostram que há marcadas variações diárias entre os elementos das redes de causas e efeitos de IV, indicando que estudos sequenciais permitem identificar todo o espectro das IV.


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