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Como sei que estou curada da mola?

Quarta, 13 Setembro 2017 17:16
As pacientes portadoras de mola hidatiforme, quer pela inexperiência ou desconhecimento, tendem a procurar curas milagrosas, fantásticas e rápidas que na realidade não existem.

 Importante é que após o diagnóstico clínico ou ultrassonográfico, tratamento cirúrgico, quimioterápico ou simplesmente após o esvaziamento uterino, haverá necessidade de acompanhamento clinico e laboratorial em um Centro de Referência específico.

Para que o tratamento seja exitoso e a cura possa ser alcançada, há necessidade de muita paciência e tolerância por parte da mulher acometida e de seus familiares. A colaboração de todos os envolvidos é fundamental para que o desfecho seja o almejado.

Para que o médico assistente possa afirmar que a mulher apresenta sinais de cura clínica, deverá ser identificada, primeiramente, melhora do estado geral, ou seja, a prostração e o abatimento característicos dos primeiros dias após o diagnóstico, de nítida influência psicológica, deverão ir sendo substituídos gradativamente pelo retorno do ânimo e do desejo de assumir as lides cotidianas.

Ao mesmo tempo, o exame do aparelho genital realizado pelo médico assistente deverá reconhecer importante diminuição do volume uterino. O útero deverá voltar à sua posição intra-pélvica. Por consequência e paralelamente, a mulher deverá constatar o desaparecimento do sangramento vaginal. A hemorragia vai sendo substituída progressivamente por sangramentos esporádicos, de pequena monta, até a sua total cessação. O retorno do fluxo menstrual selará definitivamente o fim dos sintomas hemorrágicos.

O exame pélvico e as ultrassonografias realizadas nesta fase mostrarão a involução dos cistos localizados nos ovários, em um ou em ambos os lados. Este sinal estará vinculado ao declínio e ao consequente desaparecimento das taxas de gonadotrofina coriônica (hCG) do sangue e da urina materna. A detecção deste hormônio é compatível com a presença de células do tumor molar no útero ou em alguma parte do corpo da mulher acometida.

Portanto, é importante frisar que o hCG servirá para caracterizar a cura da doença, bem como para ajudar no tratamento proposto. Assim, três dosagens com intervalo semanal do hCG com resultado normal e assim mantidas por seis meses, para as pacientes que apresentaram involução espontânea da doença, e por 12 meses após o final do tratamento, nas pacientes tratadas por neoplasia trofoblástica gestacional, definitivamente selarão a cura.

Em suma, o desaparecimento do hCG do sangue materno, de acordo com os critérios citados, é compatível com a cura total.

O seguimento a ser realizado após a cura deverá ser pontual, sistemático e rigoroso. Só assim, e sob cuidados médicos criteriosos é que o seu médico assistente poderá liberá-la para nova gravidez. Entretanto, merece ser enfatizado que as raras recidivas do hCG ou dos sinais clínicos citados terão importância do ponto de vista do prognóstico da doença e deverão motivar a paciente a retornar ao centro de referência para acompanhamento.   






Referências

  1. Braga Neto AR, Grillo BM, Silveira E, Uberti EMH, Maestá I, Madi JM, Andrade JM, Viggiano MGC, Costa OLN, Sun SY. Doença Trofoblástica Gestacional. In: Ginecologia e Obstetrícia – Febrasgo para o médico residente. Urbanetz AA (Coordenador). São Paulo: Editora Manole, 2016. pp. 907-42.
  2. Braga A, Grillo B, Silveira E, et al. Mola – Manual de informações sobre doença trofoblástica gestacional. Sociedade Brasileira de Doença Trofoblástica
Gestacional. Rio de Janeiro. 1ª ed. 2014. p.1-12.   

  1. Belfort P, Madi JM, Grillo BM, Viggiano MGC. Neoplasia Trofoblástica Gestacional - controvérsias. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2007.

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