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Mola hidatiforme é câncer?

Quarta, 13 Setembro 2017 17:06
A mola hidatiforme é uma doença infrequente e ocorre em duas ou três de cada 1000 gestações. O diagnóstico pode ser feito por ultrassonografia durante a gravidez ou no exame de material eliminado durante um aborto.

Há duas modalidades de mola hidatiforme: mola completa e mola parcial. Uma característica de ambas as formas é o crescimento muito rápido da placenta. Esta classificação (distinção entre mola completa e mola parcial) é importante porque a evolução da doença é diferente para cada um dos tipos como veremos adiante.

Além do desconforto causado pela perda da gravidez outro problema que preocupa a mulher que teve mola hidatiforme é o risco de evolução para uma forma persistente e que necessite de quimioterapia para a cura. No entanto esta evolução é pouco frequente: cerca de 20% das molas completas e menos de 1% das molas parciais.

Portanto em 80% dos casos a mola hidatiforme é resolvida espontaneamente após o esvaziamento uterino que é o tratamento inicial. Nos casos em que não há cura espontânea, a mola pode permanecer e crescer apenas na parede do útero (chamada de mola invasora, mais frequente) ou apresentar metástases em pulmão e outros órgãos.

Como é explicado em outra seção, é preciso o seguimento com dosagem do hormônio da gravidez (gonadotrofina coriônica) a cada uma ou duas semanas. Quando os níveis não voltam para os valores normais de mulheres não grávidas ou se elevam é feito o diagnóstico de doença persistente, ou seja, que há células de mola hidatiforme no organismo.

A forma maligna da mola é conhecida como coriocarcinoma. No entanto o coriocarcinoma pode aparecer, embora muito raramente, após uma gravidez normal (1 em cada 50000 gestações).  Não é preciso uma a biópsia para confirmar que o tratamento com quimioterapia é necessário. As dosagens das gonadotrofinas são suficientes para esta decisão.  

Portanto a mola hidatiforme não pode ser considerada “câncer”, mas sim uma doença benigna que pode ter complicações graves devido ao risco de evolução para doença maligna e por isto pode ser considerada uma situação de risco (pré-maligna) que precisa de seguimento com consultas e exames até a cura.   






Referencias e leitura suplementar

Froeling FE, Seckl MJ; Gestational trophoblastic tumours: an update for 2014. Curr Oncol Rep. 2014;16(11):408. doi: 10.1007/s11912-014-0408-y.

International Society for the Study of Trophoblastic Disease. Patient Information Pamphlet for Trophoblastic Disease  http://isstd.org/patients/ Acesso em 24 de março de 2017

Andrade, J M. (2009). Mola hidatiforme e doença trofoblástica gestacional. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 31(2), 94-101. https://dx.doi.org/10.1590/S0100-72032009000200008

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