Think Equal: women's health, Brazil

Friday, 08 March 2019 15:41

Confira a entrevista da Dr. Maria Celeste Osório Wender, vice presidente da Região Sul da FEBRASGO, sobre a saúde da mulher no Brasil para a FIGO. 

EN: Well-being is not just the absence of illness and injury.
Gender equality, with investment in gender-responsive services and infrastructure that meets the needs of women and girls, is essential for a world where all women achieve the highest possible standards of physical, mental, reproductive and sexual health throughout their lives.
As the global voice for women’s health, FIGO believes that the challenges women face – in their choicespathologies, and safety – cannot be solved in clinical isolation.
We asked Dr Maria Celeste Osorio Wender, Vice President of FEBRASGO (Federaçao Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetricia) about the barriers she sees to equal access of public services and sustainable infrastructure in Brazil, and innovations that are raising the status of women.
The theme of International Women’s Day this year is ‘Think equal, build smart, innovate for change.’ What does this mean to you in the context of women’s health?
That´s a perfect theme. Women must have equality: in education, in health systems, in our future!
Contraception is still widely seen as a woman’s responsibility – in most countries, but particularly in countries where abortion is not allowed, as here in Brazil. When I talk about education as a tool for equality, we need to consider that if a girl has a baby at 14 years old, what does her future look like?
I remember when I was a resident and thought that adolescent pregnancy would be a thing of the past in a near future...Unfortunately it is still a reality and a problem of the present.
A girl must have education, so she will see a better future for herself. I think that´s our main problem in Brazil. Education must be a priority, in every small city or rural area of the country.

Access to public services is essential for health and wellbeing, particularly primary care: but there is often a dangerous gap between men and women, rural and urban. Please could you address the biggest challenge you see for women in Brazil when it comes to accessing public services?
We have a different picture in Brazil - access to public services can be broadly limited, and our gap is economic, more than gender. In fact, it used to be that women went for basic health and preventive medicine more frequently than men. Unfortunately, our financial resources are limited, and we still have a number of women and men not easily reaching public tertiary care.

How is FEBRASGO working to advance gender equity when it comes to access to public services?
FEBRASGO recently undertook a major population survey (link in Portuguese) in collaboration with Datafolha, a polling institute, about women’s satisfaction with the OBGYN profession.
More than one thousand women were interviewed in more than 120 cities, 58 percent from urban areas, 42 percent from rural areas, and more than 58 percent in the public health system (Sistema Único de Saúde - we call it SUS).
78 percent of the women surveyed said they had seen an OBGYN in the last year. We are very proud because, even in the public system, 80 percent of the women were satisfied or very satisfied with their OBGYN care.
But these results also show that there are still many Brazilian women who lack access to public healthcare: 30 percent of women, primarily the rural areas, had difficulty seeing an OBGYN. FEBRASGO is organising campaigns aimed especially at socially vulnerable women, together with work on improving access to public health services, to positively influence this situation.

OBGYNs are on the frontline of women’s health, and change. What is the most exciting innovation you have seen when it comes to accelerating progress for gender equality in your field?
Our goal is to reach Universal Health Coverage. Every girl or women in the country must have access to primary care: contraception, cancer prevention, prenatal assistance, deliveries in respectful and high-quality care environments.

 

PT: Bem-estar não é apenas a ausência de doença ou lesão

Confira entrevista da dra. Dra Maria Celeste Osorio Wender, vice-presidente da FEBRASGO - Região Sul, concedida à FIGO por ocasião do Dia Internacional da Mulher 2019

A igualdade de gênero, com investimento em serviços e infra-estrutura que atendam às necessidades de mulheres e meninas, é essencial para um mundo em que todas as mulheres alcançam os mais altos padrões de saúde física, mental, reprodutiva e sexual ao longo de suas vidas.

Como voz global da saúde das mulheres, a FIGO acredita que os desafios que as mulheres enfrentam - em suas escolhas, patologias e segurança - não podem ser resolvidos no isolamento clínico.

Indagamos a dra Maria Celeste Osorio Wender, vice-presidente da FEBRASGO - Região Sul, sobre as barreiras que ela vê para a igualdade de acesso aos serviços públicos e à infra-estrutura sustentável no Brasil, além das inovações que estão elevando o status das mulheres.

O tema do Dia Internacional da Mulher deste ano é "Pense de maneira igual, desenvolva de maneira inteligente, inove para a mudança". O que isso significa para você no contexto da saúde da mulher?

Esse é um tema perfeito. As mulheres devem ter igualdade: na educação, nos sistemas de saúde, no nosso futuro. Observe o caso da contracepção. Ainda é amplamente vista como uma responsabilidade da mulher na maioria dos países. O desfecho de uma gestação não planejada recai na maior parte das vezes sobre elas.  Quando falamos de educação como uma ferramenta para a igualdade, precisamos considerar que tipo de educação será garantida caso uma adolescente de 14 anos gestar, e como será o futuro dela.

Lembro-me de quando era residente e achava que a gravidez na adolescência seria coisa do passado em um futuro próximo.  Infelizmente é realidade; é um problema do presente.

Uma garota deve ter educação, então ela terá um futuro melhor para si mesma. Considero que a qualidade ou falta da educação é o nosso principal problema no Brasil. Deveria ser uma prioridade em todas as pequenas ou grandes cidades e em áreas rurais do País.

O acesso aos serviços públicos é essencial para a saúde e o bem-estar, particularmente os cuidados primários: mas muitas vezes há uma lacuna perigosa entre homens e mulheres, rurais e urbanos. Por favor, você poderia abordar o maior desafio que você vê para as mulheres no Brasil quando se trata de receber assistência nos serviços públicos?

Temos um quadro particular no Brasil - o acesso a serviços públicos pode ser amplamente limitado dependendo da região, e nossa diferença é econômica, mais do que de gênero. Na verdade, em geral, as mulheres procuram a saúde básica e a medicina preventiva com mais frequência do que os homens. Infelizmente, nossos recursos financeiros são limitados e ainda temos um número de mulheres e homens que não estão alcançando facilmente o atendimento primário, secundário e terciário público.

Como a FEBRASGO está trabalhando para promover a equidade de gênero quando se trata de acesso a serviços públicos?

A FEBRASGO realizou recentemente grande pesquisa populacional em colaboração com o Datafolha, (link https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/753-pesquisa-expectativa-da-mulher-brasileira-sobre-sua-vida-sexual-e-reprodutiva?highlight=WyJkYXRhZm9saGEiXQ==), sobre a satisfação das mulheres com o médico gineco-obstetra.

Mais de mil mulheres foram entrevistadas em mais de 120 cidades, 58% em áreas urbanas, 42% em áreas rurais e mais de 58% no sistema público de saúde (Sistema Único de Saúde - SUS).

Delas, 78% disseram ter visitado um médico gineco-obstetra no ano passado. Estamos muito orgulhosos porque, mesmo no sistema público, 80% das mulheres estavam satisfeitas ou muito satisfeitas com seus cuidados, com o médico gineco-obstetra.

Mas esses resultados também mostram que ainda há muitas mulheres brasileiras que não têm acesso à saúde pública: 30%, principalmente em áreas rurais, tiveram dificuldade em chegar a um médico gineco-obstetra. A FEBRASGO está envolvida em campanhas voltadas especialmente para as faixas socialmente vulneráveis, juntamente com o trabalho de melhoria do acesso aos serviços públicos de saúde, para influenciar positivamente essa situação.

Os médicos gineco-obstetras estão na linha de frente da saúde das mulheres e mudam. Qual foi a inovação mais empolgante que você viu quando se trata de acelerar o progresso para a igualdade de gênero em seu campo?

Nosso objetivo é alcançar a Cobertura Universal de Saúde. Todas as meninas ou mulheres do país devem ter acesso aos cuidados primários: contracepção, prevenção do câncer, assistência pré-natal, partos em ambientes de atendimento respeitosos e de alta qualidade.

FONTE REPRODUÇÃO: www.figo.org


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